PODER E DISCIPLINARIZAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL: USO PROGRESSIVO DA FORÇA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1516849224048

Palavras-chave:

Discurso, Poder, Disciplina

Resumo

O sistema prisional paranaense enfrentou, nos anos de 2014 e 2015, uma série de rebeliões. Nessas manifestações, os presos reclamavam de opressão da parte dos funcionários. Diante desse cenário, propõe-se analisar as práticas de disciplina nos ambientes prisionais, em especial, o uso progressivo da força. Para tanto, foram levantadas as leis que regem como as penas devem ser cumpridas e qual o tratamento deve ser dispensado ao e pelo condenado e também as orientações técnicas que os funcionários recebem acerca de seu modus operandi. Esses documentos foram relacionados à teoria sobre a disciplinarização dos corpos proposta por Foucault. A análise demonstrou que as práticas do sistema prisional paranaense vão ao encontro das práticas descritas por Foucault, na medida em que evitam tocar nos corpos ou puni-los, estabelecendo a disciplina e o poder por meio da vigilância e da docilização dos corpos, em detrimento de ações de punição física.

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Biografia do Autor

Adélli Bortolon Bazza, Universidade Estadual de Maringá

Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (2004), mestrado em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (2009) doutorado na mesma instituição (2016). Atualmente, é professora no Departamento de Língua Portuguesa na UEM e participa do Grupo de Estudo Foucaultianos GEF-UEM. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Análise do Discurso e Formação de Professores.

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Publicado

2017-12-23

Como Citar

Bazza, A. B. (2017). PODER E DISCIPLINARIZAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL: USO PROGRESSIVO DA FORÇA. Linguagens & Cidadania, 19. https://doi.org/10.5902/1516849224048