O jogo de identidades em O Santo Inquérito, de Dias Gomes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X78443

Palavras-chave:

Cristãos novos, Identidade, Inquisição, Judaísmo

Resumo

Este artigo visa ao estudo das personagens que compõem a família Dias na obra O Santo Inquérito, de Dias Gomes. Avô, pai e filha marcam três gerações de uma família de origem judia, num contexto histórico adverso e de perseguição político-religiosa no qual se tornam cristãos novos. Assim, é analisado o jogo do esconder-desconhecer sua identidade judia, bem como a posição étnico-religiosa assumida em cada uma das três gerações, submetidas ao poder da Inquisição. Verifica-se se houve manifestações de criptojudaísmo nas personagens em questão ou se de fato ocorreu uma real conversão ao catolicismo. Observa-se ainda se e de que forma o conhecimento-desconhecimento das tradições judaicas por parte de Simão e Branca conflita com a identidade que lhes é conferida pela autoridade estabelecida.

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Biografia do Autor

Rosana Ramos Chaves, Colegio Modelo Luis Eduardo Magalhaes, CMLEM

Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Representação da UESC

André Luis Mitidieri, Universidade Estadual de Santa Cruz - Ilhéus, BA

Doutorado em Lingüística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS e Pós-Doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS

Carla Milani, Universidade Federal de Goiás, UFG

Doutorado em Filosofia na Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP

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Publicado

2012-10-22

Como Citar

Chaves, R. R. ., Mitidieri, A. L., & Milani, C. . (2012). O jogo de identidades em O Santo Inquérito, de Dias Gomes. Literatura E Autoritarismo, (11), 60–83. https://doi.org/10.5902/1679849X78443