Ética, cegueira moral e modernidade líquida: discussões a partir de José Saramago e Zygmunt Bauman

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X48372

Palavras-chave:

Educação, Ética, Cegueira moral, Saramago, Bauman

Resumo

A modernidade líquida nos trouxe inúmeras repercussões, principalmente para as relações humanas. O turbilhoes de informações, advindos da globalização negativa, tornam as pessoas cada vez menos empáticas diante de situações catastróficas, como a queda de avião, rompimento de barragens, pandemias, furacões e etc. O novo individualismo atrelado ao enfraquecimento dos vínculos humanos e a dissolução da solidariedade repercutem em uma espécie de cegueira moral e ética dos indivíduos. O objetivo deste artigo é relacionar os excetos da obra Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago (2017) com o conceito cegueira moral de Bauman. O livro narra a história de uma epidemia de cegueira branca que se espalha pela cidade causando situações caóticas. A cegueira vivenciada pelos personagens da literatura, não é decorrente de problemas físicos, mas está relacionada a perda de sensibilidade ao sofrimento dos outros, ou seja, trata-se de uma cegueira moral.

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Biografia do Autor

Terezinha Oliveira, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Doutora em Educação - Docente do Departamento de Fundamentos da Educação (DFE) e do Programa de Pós-Graduação em Educação

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Publicado

2021-01-31

Como Citar

Nascimento, M. C., & Oliveira, T. (2021). Ética, cegueira moral e modernidade líquida: discussões a partir de José Saramago e Zygmunt Bauman. Literatura E Autoritarismo, (36). https://doi.org/10.5902/1679849X48372