Das infâncias estriadas às infâncias lisas: experimentar trajetos de arte na educação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1983734865645

Palavras-chave:

infância, arte, educação, subjetividade.

Resumo

Este artigo investiga a teoria dos trajetos estriados e lisos, proposta inicialmente por Deleuze e Guattari, e ampliada por Guattari. Sustenta-se que existem dois tipos de experiências com a infância: a estriada e a lisa. A hipótese é que a infância estriada se deriva da política de trajeto de modelização subjetiva cuja síntese de dominação situa-se no Estado. Em oposição, situa-se a infância lisa, suscitando experiências singulares a partir de trajetos de uma política de turbilhão e experimentação. Em ambos os casos, há uma formação subjetiva em questão cuja recepção da arte é necessária para uma formação subjetiva da infância estriada ou lisa. Para tanto, empreendeu-se uma pesquisa de revisão da literatura atinente ao escopo teórico. Ao cabo, defende-se que é urgente se deflagrar uma política de alisamento da infância para se interpor, no âmbito da educação e da arte, à modelagem subjetiva de dominação.

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Biografia do Autor

Alexandre Filordi de Carvalho, Universidade Federal de Lavras Universidade Federal de São Paulo

Departamento de Educação - DED/UFLA; PPGE - UNIFESP; Pesquisador PQ 2 - CNPq

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Publicado

2021-08-30

Como Citar

Carvalho, A. F. de. (2021). Das infâncias estriadas às infâncias lisas: experimentar trajetos de arte na educação. Revista Digital Do LAV, 14(2), 007–029. https://doi.org/10.5902/1983734865645