O apocalipse filosófico: considerações onto-historiais sobre o problema do limiar catastrófico entre a era final da técnica e um outro pensar a partir de Heidegger
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179378684889Palavras-chave:
Heidegger, Apocalipse, HistóriaResumo
O objetivo deste trabalho é entender, por algumas vias escolhidas, o que significa pensar o limiar final da história, enquanto história da metafísica. Trata-se de partir da conferência de Derrida sobre um tom apocalíptico da filosofia contemporânea a respeito dos múltiplos fins que a filosofia do século XIX ao século XX proclamou, para evocar como Heidegger, o autor guia dessas considerações, pensa o fim da história da metafísica enquanto era da técnica e o desdobramento de suas consequências enquanto possibilidade de catástrofe civilizacional ou transformação do modo ocidental de pensar e agir. Em primeiro lugar, procura-se pensar esse fim da metafísica enquanto crise do regime metafísico e moderno de historicidade. Em segundo lugar, é preciso entender de que maneira a filosofia de Heidegger nos auxilia a pensar o limiar dessa história enquanto discordância temporal, isto é, prolongamento catastrófico do ser enquanto técnica, ou a possibilidade de um outro acontecimento. Em terceiro lugar, gostaríamos de pensar as consequências filosóficas que o pensar nesse limiar acarreta para a possibilidade do agir humano numa situação que, como podemos encontrar em Agamben, constitui o irreparável e possibilita a transparência ética da práxis no “tempo depois do último dia”.
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