A interpretação heideggeriana sobre o eterno retorno de Nietzsche e a questão do tempo

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DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378664488

Palavras-chave:

Nietzsche, Heidegger, Eterno retorno

Resumo

O objetivo do artigo é analisar a interpretação de Heidegger sobre o eterno retorno de Nietzsche, colocando como questão central a problemática do tempo. Para Heidegger, o filósofo de Zaratustra continua sendo metafísico, mas nele se constitui também o acabamento da metafísica. O eterno retorno tem importância fundamental nesse fim da metafísica, pois pensando o instante como algo eterno, se suprime a metafísica por dentro. Nas preleções de Nietzsche I, a interpretação sobre o eterno retorno se interliga com esse fim da metafísica e inversão do platonismo. Com isso, se revela uma concepção de tempo contrária à metafísica. Por outro lado, na década de 1950, em Quem é Zaratustra de Nietzsche? e a preleção O que significa pensar?, Heidegger aprofunda mais a interpretação do eterno retorno e de tempo, vendo na filosofia nietzschiana não só o acabamento da metafísica, mas também a possibilidade da passagem ao o poético.

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Biografia do Autor

Newton Pereira Amusquivar Júnior, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo (UNICAMP)

Graduado em Ciência Sociais e filosofia na UNICAMP, mestre e doutor em filosofia na UNICAMP. No mestrado foi estudado a interpretação de Nietzsche sobre Anaximando e Heráclito, já no doutorado foi estudado a recepção de Heráclito na filosofia de Nietzsche.

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Publicado

2021-04-30 — Atualizado em 2022-03-29

Versões

Como Citar

Amusquivar Júnior, N. P. (2022). A interpretação heideggeriana sobre o eterno retorno de Nietzsche e a questão do tempo. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 12(1), e10. https://doi.org/10.5902/2179378664488 (Original work published 30º de abril de 2021)