Ynari e a política da "palabre" na brincadeira das palavras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378639985

Palavras-chave:

Filosofia Africana, Literatura Infantil, Brincadeira de Palavras, Palabre

Resumo

Este artigo propõe uma conversa entre a filosofia africana e a literatura infantil. Se África nos discursos coloniais foi associada à infância, então fazer uma investigação que se fundamenta em uma criança africana propõe repensar aquilo que legitimamos como filosofia. A conversa acontecerá entre a personagem Ynari, do livro Ynari – a menina de cinco tranças, de Ondjaki, e o conceito de Palabre, elaborado pelo filósofo Jean Godefroy Bidima. Assim, o artigo parte da palavra como eixo principal da investigação, pois ela aparece tanto para Ondjaki quanto para Bidima como uma forma de interação com o mundo, seja na criação, seja na destruição. Por fim, questionar o ideal de “neutralidade de conhecimento” que pretende estabelecer um cânone, relegando a multiplicidade de saberes em prol de uma unidade epistêmica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luís Thiago Freire Dantas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná

Referências

AGAMBEN. Profanações. São Paulo: Boitempo Editorial, 2007.

ARISTÓTELES. Da Interpretação. São Paulo: Ed. Unesp, 2013.

BIDIMA, Jean-Godefroy. Law and the Public Sphere in Africa. La Palabre and other writings. Bloomington: Indiana University Press, 2014.

CARNEIRO, Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese (Doutorado em Educação), Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005a, 340p.

CASTRO-GOMEZ, Santiago. Decolonizar la universidad: La hybris del punto cero y el diálogo de saberes In: CASTRO-GOMEZ, S (org.) El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007.

DESCARTES, René. Meditações. (Os Pensadores) São Paulo: Abril Cultural, 1983.

DIOP, Cheikh Anta. Nation Negre et Culture: de l’antiqué nègre égyptienne aux problèmes culturels de l’Afrique Noire d’aujpurd’hui. Paris: Presence Africaine, 1979.

FLOR DO NASCIMENTO, Wanderson. Tecendo mundos entre uma educação antirracista e filosofias afro-diaspóricas da educação. In: KOHAN, Walter; LOPES, Sammy; MARTINS, Fabiana (orgs.). O ato de educar em uma língua ainda por ser escrita. Rio de Janeiro: Nefi, 2016.

GROSFOGUEL, Ramon. La descolonización de la economía política y los estudios postcoloniales: Transmodernidad, pensamiento fronterizo y colonialidad global. Tabula Rasa, n. 4, p. 17-48, jan.-jun. - 2006.

HEGEL, Friederich. Lecciones sobre la Filosofía de la Historia Universal. Tradução de José Gaos. Madrid: Tecnos Editorial, 2004.

HEIDEGGER, Martin. O que é isto – a filosofia?: Identidade e diferença. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

KANT. Resposta à pergunta: O que é “esclarecimento”? In: KANT. Textos Seletos. São Paulo: Editora Vozes, 1985.

KANT, I.Lógica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1992.

MACHADO, Adilbênia Freire. Ancestralidade e Encantamento como inspirações formativas: filosofia africana mediando a história e cultura africana e afro-brasileira. Dissertação (mestrado) - Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, 2014, 240 p.

NOGUERA, Renato. Filosofia africana na antiguidade: tecendo mundos entre ancestralidade e futuridade. In: KOHAN, Walter; LOPES, Sammy; MARTINS, Fabiana (orgs.). O ato de educar em uma língua ainda por ser escrita. Rio de Janeiro: Nefi, 2016.

OLIVEIRA, Eduardo David. Epistemologia da ancestralidade. Entrelugares: revista de sociopoética e abordagem afins. v. 1, n. 2, mar.-ago.-2009.

ONDJAKI. Ynari: a menina de cinco tranças. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2010.

RAMOSE, Mogobe. Sobre a Legitimidade e o Estudo da Filosofia Africana. Ensaios Filosóficos, v. IV, out.-2011.

SAER, Juan José. O conceito de ficção. Tradução de Joca Wolff. Sopro, 15, 2009, p. 1-4.

SANTOS, Gislene Aparecida dos. Filosofia e Diversidade. Revista ABPN. v.1, n.2, jul.–out.-2010, p. 7-30.

SODRÉ, Muniz. O Terreiro e a Cidade: A forma social negro-brasileira. Rio de Janeiro: Imago Editora, 2002.

SOMÉ, Sobonfu. O Espírito da Intimidade: ensinamentos ancestrais africanos sobre

relacionamentos. São Paulo: Odysseus Editora, 2003.

SPIVAK, Gayatri C. Foreword: Upon Reading the Companion to Postcolonial Studies. In: SCHWARZ, Henry; RAY, Sangeeta (orgs.) A Companion to Postcolonial Studies. Oxford: Blackwell, 2000.

Downloads

Publicado

2019-09-30

Como Citar

Dantas, L. T. F. (2019). Ynari e a política da "palabre" na brincadeira das palavras. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 10, 83–96. https://doi.org/10.5902/2179378639985