Políticas do amor e sociedades do amanhã

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378639954

Palavras-chave:

Políticas do amor, Sociedade da inimizade, Necropolítica, Espírito, Sociedades do amanhã

Resumo

Partindo do cenário atual das sociedades de inimizade, tal como teorizado por Achille Mbembe, este texto segue os argumentos de Bell Hooks para pensar em uma política do amor que possa aparecer como um antídoto para os males causados pelas sociedades da inimizade que se sustentam em uma imagem da alteridade experimentada desde a figura do inimigo a ser combatido, mortificado, morto. Ao valorizar o amor como uma prática - e não somente como sentimento - que envolva o cuidado, a responsabilidade, afeto, reconhecimento, confiança, respeito, comunicação franca, sustentamos a necessidade da construção de outro modelo de sociedade guiado pela prática do amor, as sociedades do amanhã, que apresente para a experiência das pessoas negras, rotineiramente violada pelo racismo, outro jeito de estar no mundo, considerando o espírito, entendido por Sobonfu Somé como dimensão da existência que necessita do caráter coletivo das relações, como pilar incontornável.

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Biografia do Autor

Vinícius Rodrigues Costa da Silva, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Niterói, RJ

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro

Wanderson Flor do Nascimento, Universidade de Brasília, Brasília, DF

Professor de Bioética na Universidade de Brasília

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Publicado

2019-09-30

Como Citar

Silva, V. R. C. da, & Nascimento, W. F. do. (2019). Políticas do amor e sociedades do amanhã. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 10, 168–182. https://doi.org/10.5902/2179378639954