A política como vocação: o jovem Daniel Bensaïd entre passado e futuro
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236672539046Palavras-chave:
Intelectuais, marxismo, Daniel Bensaïd, política.Resumo
Nascido em 1946, em Toulouse, na França, Daniel Bensaïd iniciou a sua trajetória política e intelectual nos anos 1960, em meio à luta contra a guerra do Vietnã, e, em março-junho de 1968, sob as hostes da espetacular revolta juvenil e da maior greve operária da história do país. Desde então, tornou-se uma das principais vozes da esquerda radical francesa, mantendo, ao mesmo tempo, uma presença intelectual singular, que sempre transcendeu as fileiras da sua agremiação política. O objetivo deste artigo é problematizar alguns momentos fundamentais do itinerário político e intelectual de “juventude” de Daniel Bensaïd, isto é, dos anos 1960 até a segunda metade da década de 1980. Período menos conhecido da sua trajetória, ele é decisivo para o dimensionamento da virada benjaminiana pela qual passaria no final dos anos 1980. Embora sob os limites do enquadramento militante, é possível observar em germe, em seus textos dessa época de juventude, alguns dos traços que, a partir de 1989, seriam centrais na sua reflexão, ajudando-o a se consolidar como um intelectual reconhecido na sociedade francesa, para além do público ligado à esquerda radical.Downloads
Referências
BENJAMIN, W. Paris, capitale du XIXe siècle. Paris: Cerf, 1989.
______. “Teses sobre o conceito de história”. In: LÖWY, M. Walter Benjamin: aviso de incêndio. Uma leitura das teses “Sobre o conceito de história”. São Paulo: Boitempo Editorial, 2005.
BENSAÏD, D. La notion de crise révolutionnaire chez Lénine. Dissertação de mestrado, Université de Nanterre, 1968. Disponible : http://danielbensaid.org/La-notion-decrise-revolutionnaire?lang=fr, s/p.
______. La Révolution et le Pouvoir. Paris: Stock, 1976.
______. “France - Actualité de la révolution. Entretien”. In: Inprecor, n. 29, maio de 1978.
______. “Grève générale, front unique, dualité du pouvoir”. In: Critique communiste, n. 26, janeiro de 1979.
______. “Contribution à un débat nécessaire sur la situation politique et notre projet de construction du parti”. In: Critique Communiste,1986.
______. Stratégie et Parti. Paris: Éditions La Brèche, 1987.
______. “Projet de synopsis. Walter Benjamin et l’école de Francfort”. Arquivos pessoais sob os cuidados de Sophie Bensaïd, 1989.
______. Moi, la révolution. Remembrances d’un bicentenaire indigne. Paris: Gallimard, 1989.
______. Jeanne de guerre lasse. Chroniques de ce temps. Paris: Gallimard, 1991.
______. Le pari mélancolique. Paris: Fayard, 1997.
______. Une lente impatience. Paris: Stock, 2004.
______. Walter Benjamin, sentinelle messianique. Paris: Les Prairies ordinaires, 2010.
BENSAÏD, D. & Weber, H. Mai 68: une répétition générale. Paris: Éditions Maspero, 1968.
BENSAÏD, D. et al. Contre Althusser. Paris: Les Editions de la Passion, 1999.
CHRISTOFFERSON, M. S. Les intellectuels contre la gauche. L'idéologie antitotalitaire en France (1968-1981). Marseille: Agone, 2004.
HAMON, H. & ROTMAN, P. Génération II. Les années de poudre. Paris: Éditions du Seuil, 1988.
KEUCHEYAN, R. Hémisphère Gauche. Une cartographie des nouvelles pensées critiques. Paris: Editions La Découverte, 2013.
LÖWY, M. “Messianisme juif et utopies libertaires en Europe centrale (1905-1923)”. In: Archives de sciences sociales des religions, n.51.1, 1981.
______. Rédemption et utopie. Le judaïsme libertaire en Europe centrale. Une étude d’affinité élective. Paris: PUF, 1988.
______. Walter Benjamin: aviso de incêndio. Uma leitura das teses “Sobre o conceito de história”. São Paulo: Boitempo Editorial, 2005.
QUERIDO, F. M. “Michael Löwy e Daniel Bensaïd: marxismo e crítica da modernidade”. In: Aurora, v.2, n.1, 2008.
______. “Entrevista com Razmig Keucheyan”. França, Mimeo, 2014.
______. “Entrevista com Lucien Sanchez”. França, Mimeo, 2014.
______. “Entrevista com Antoine Artous”. França, Mimeo, 2015.
______. Resistência intelectual e engajamento político em Michael Löwy e Daniel Bensaïd: afinidades benjaminianas. Tese de doutorado em Sociologia. IFCH-Unicamp, 2016.
JOSHUA, Samy. “Daniel Bensaïd, Résistance, Révolte et Révolution”. In: Lignes, n.32, 2010.
PAS, N. “Six heures pour le Viêtnam. Histoire des Comités Viêtnam français 1965-1968”. In: Revue historique, n. 613, 2000, pp.157-185.
POULANTZAS, N. Pouvoir politique et classes sociales. Paris: Maspero, 1969.
SALLES, J-P. La Ligue communiste révolutionnaire (1968-1981). Instrument du Grand Soir ou lieu d’apprentissage ? Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2005.
SARTRE, J-P. La critique de la raison dialectique. Paris: Gallimard, 1960.
SIRINELLI, J-F. Les baby-boomers. Une génération 1945-1969. Paris: Hachette, 2003.
STORA, B. La dernière génération d’Octobre. Paris: Hachette, 2008.
THERBORN, G. Do marxismo ao pós-marxismo? São Paulo: Boitempo, 2012.
TRAVERSO, E. “Le passeur”. In: Lignes, n.32, 2010, pp.174-184.
WEBER, H. Que reste-il de Mai 68?, Paris: Points Seuil, 1998.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam na Século XXI: Revista de Ciências Sociais concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).