Construção social dos direitos do trabalho no Brasil: resistências democráticas à reforma trabalhista de 2017

Autores

  • Karen Artur Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  • Elina Gonçalves da Fonte Pessanha Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236672536154

Palavras-chave:

Sindicatos, Justiça do trabalho, Direitos do trabalho, Reforma trabalhista, Mudança institucional

Resumo

A partir de abordagens que enfocam o repertório de intervenção de diferentes atores na construção social dos direitos do trabalho, o objetivo deste trabalho é tratar como os constrangimentos oferecidos pela reforma trabalhista à atuação sindical e à constituição de um direito do trabalho mais progressista estão sendo tratados no discurso dos atores sociais e institucionais. Por meio de acompanhamento das posições das centrais dos trabalhadores e da atuação de associações de juristas e agentes do direito, apontamos as resistências encontradas e as cotejamos com as primeiras manifestações formais da Organização Internacional do Trabalho sobre o caso brasileiro neste cenário conflituoso. 

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Biografia do Autor

Karen Artur, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Doutora em Ciência Política; Professora do Departamento de Direito Privado da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Elina Gonçalves da Fonte Pessanha, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutora em Antropologoa Social; Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

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Publicado

2018-12-21

Como Citar

Artur, K., & Pessanha, E. G. da F. (2018). Construção social dos direitos do trabalho no Brasil: resistências democráticas à reforma trabalhista de 2017. Século XXI – Revista De Ciências Sociais, 8(2), 563–588. https://doi.org/10.5902/2236672536154