As dinâmicas da violência urbana na América Latina

Autores

  • Ricardo Caldas Cavalcanti Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236672531915

Palavras-chave:

Crime violento, Homicídios, América Latina, Sociologia do crime, Biceño-León

Resumo

A América Latina é a região com o maior número de homicídios do planeta, tanto em termos relativos quanto em termos absolutos (Dudley, 2013). Das dez cidades mais violentas do mundo, com mais de trezentos mil habitantes, todas são latino-americanas (Gagne, 2016). Com apenas 8% da população mundial, o sub-continente registra 31% dos homicídios no planeta. A percepção dos cidadãos também é fortemente afetada pela incidência de ações violentas presentes em suas rotinas (Cawley, 2013). Diante de tais constatações, o principal objetivo deste trabalho é ampliar o debate e empreender uma explicação que versa sobre a questão da criminalidade violenta na região como sendo fomentada por desdobramentos em múltiplas esferas. Para isso, optamos por utilizar a tipologia traçada por Briceño-Leon (2005), onde o foco é voltado para compreender os fatores causais da violência epidêmica na América Latina, transitando por níveis analíticos variados, desde o mais geral até o mais particular. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ricardo Caldas Cavalcanti, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Mestrando em Sociologia no Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Criminalidade, Violência e Políticas Públicas de Segurança (NEPS) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil.

E-mail: ricardocaldas13@gmail.com 

Referências

ABRAMOVAY, M., et al. Juventude, violência e vulnerabilidade social na América Latina: desafios para políticas públicas. Brasília: UNESCO – BID, 2002.

ADORNO, S. A gestão urbana do medo e da insegurança: violência, crime e justiça penal na sociedade brasileira contemporânea. Tese (Livre Docência), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo,1996.

ADORNO, S. Crime, justiça penal e desigualdade jurídica. As mortes que se contam no tribunal do júri. Revista USP, n. 21, p. 132-151, 1994.

ARRAZOLA, C. Recetas para cooptar al Estado: Financie partidos o funde el propio, y promueva la impunidad. InSight Crime, 2015. Disponível em: https://www.insightcrime.org/news/analysis/how- organized-crime-infiltrated-the-guatemalan-state/.

AZEVEDO, R. G. de. Criminalidade e justiça penal na América Latina.

Sociologias, Porto Alegre, n. 13, p. 212-241, 2005.

BECKER, G. S. Crime and punishment: An economic approach. In: FIELDING, N. G.; WITT, R. (Eds.). The Economic Dimensions of Crime. London: Palgrave Macmillan, 1968, p. 13-68.

BOURGUIGNON, J. A. Concepção de rede intersetorial. Concepção de rede intersetorial, 2001. Disponível em: http://www.uepg.br/nupes/ intersetor.htm.

BRICEÑO-LEÓN, R. Urban violence and public health in Latin America: a sociologicalexplanatory framework. Cadernos de Saúde Pública, v. 21, n. 6, p. 1629-1648, 2005.

BRINKS, D. M. The judicial response to Police killings in Latin America: inequality and the rule of law. New York: Cambridge University Press, 2007.

CAWLEY, M. BACRIM Responsible for 30% of Human Rights Violations in Colombia. InSight Crime, April, v. 16, 2013.

CENTRO DE ESTUDOS DA METRÓPOLE (CEM). Disponível em: http://www.fflch.usp.br/centrodametropole/857. Acesso em: 24 jan. 2016.

CHEVIGNY, P. G. Police deadly force as social control: Jamaica, Argentina, and Brazil. Criminal Law Forum, v. 1, n. 3, p. 389-425, 1990.

CEPAL, N. U. et al. Juventud, población y desarrollo: problemas, oportunidades y desafíos. Santiago do Chile: Cepal, 2000.

COELHO, E. C. A criminalização da marginalidade e a marginalização da criminalidade. Revista de Administração Pública, v. 12, n. 2, p. 139-161, 1978.

DA SILVA, B. F. A. Social disorganization and crime: Searching for the Determinants of Crime atthe Community Level. Latin American Research Review, v. 49, n. 3, p. 218-230, 2014.

DE LEÓN-BELTRÁN, I.; SALCEDO-ALBARÁN, E. Narcotráfico y parapolítica en Colombia, 1980-2007: Evolución del Capital Social Perverso. Grupo Método, 2008.

DE SEGURANÇA PÚBLICA, Anuário Brasileiro. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 2015.

DE SOUZA, A. América Latina, conceito e identidade: algumas reflexões da história. PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP, v. 4, n. 4, p. 29-39, 2012.

DIAMOND, L. J.; PLATTNER, M. F. The global resurgence of democracy. Baltimore, MD: Johns Hopkins Univerty Press, 1996.

DUDLEY, S.. Criminal Evolution and Violence in Latin America and the Caribbean. InSightCrime. Retrieved, 2014.

EXPANSÍON economia. El salario mínimo aumenta 9.58% a 80.04 pesos diarios a partir de enero. Disponível em: http://expansion.mx/ economia/2016/12/01/el-salario-minimo-aumenta-39-a-8004- pesos-diarios-a-partir-de-enero. Acesso em: 27 jan. 2017.

FAJNZYLBER, P.; LEDERMAN, D.; LOAYZA. N. Determinants of crime rates in Latin America and the world: an empirical assessment. World Bank Publications, 1998.

GAGNE, D. Organized Crime In The Americas. InSight Crime, 2015.

GRASMICK, H. G. et al. Testing the core empírica limplications of Gottfredson and Hirschi’s general theory of crime. Journal of research in crime and delinquency, v. 30, n. 1, p. 5-29, 1993.

GRILLO, I. El Narco: insideMexico’s criminal insurgency. Bloomsbury Publishing USA, 2012.

GUERRERO, E. La raíz de laviolencia., Nexo, 1 Jun 2011 Disponível em: http://www.nexos.com.mx/?p=14318 . Acesso em: 11 mai. 2016.

KOONINGS, K.; D. KRUIJT. Armedactors: organised violence and state failure in Latin America. Zed Books, 2004.

LUPSHA, P. A. Drug lord sand narco-corruption: the players change butthe game continues. Crime, Law and Social Change, v. 16, n. 1, p. 41- 58, 1991.

MARTINEZ JR, R; ROSENFELD, R.; MARES, D. Social disorganization, drug market activity, and neighborhood violent crime. Urban Affairs Review, v. 43, n. 6, p. 846-874, 2008.

MISSE, M. Cinco teses equivocadas sobre a criminalidade urbana no Brasil: uma abordagem crítica, acompanhada de sugestões para uma agenda de pesquisas. Série Estudos, n. 91, 1995.

MOSER, C. Asset-based approaches to poverty reduction in a globalized context. 2006.

MOSER, C; HOLLAND, J. Urban poverty and violence in Jamaica. World Bank Publications, 1997.

NARITOMI. J; SOARES, R. R.; ASSUNÇÃO, J. Rent seeking and the unveiling of ‘de facto ‘institutions: development and colonial heritage within Brazil. National Bureau of Economic Research, 2007.

O’DONNELL, G. On the state, democratization and some conceptual problems: A Latin American view with glances at some post communist countries. World Development, v. 21, n. 8, p. 1355- 1369, 1993.

O’DONNELL, G. Another institutionalization: Latin America and elswhere. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, n. 37, p. 5-31, 1996.

O’NEILL McCLESKEY, C. Will Meth Overtake Cocaine on the Southwest Border, 2013.United Nations Office on Drugsand Crime. Global study on homicide 2013: trends, contexts, data. 2013.

PORTAL IG. Polícia descobre tabela de cargos e salários do tráfico em favela de Magé- RJ. Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/ brasil/rj/2012-09-20/policia-descobre-tabela-de-cargos-e-salarios- do-trafico-em-favela-de-mage-rj.html. Acesso em: 27 jan. 2017.

PORTAL G1. Traficante pagava “salário” de R$ 500 para jovens entregarem drogas no AM. Disponível em: http://g1.globo.com/am/amazonas/ noticia/2011/12/traficante-pagava-salario-de-r-500-para-jovens- entregarem-drogas-no-am.html. Acesso em: 27 jan. 2017.

PNUD. Segurança Cidadã com uma face humana: Evidências e Propostas para a América Latina (2013). Disponível em: http://www. latinamerica.undp.org/content/dam/rblac/docs/ Research%20 and%20Publications/ IDH/ Resumen%20IDH%20portugues_ completo_.pdf . Acesso em: 13 out. 2016

PNUD-PRODDAL La democracia en América Latina. Buenos Aires: Aguilar, 2004.

RATTON, J. L. Pobreza, Desigualdade, Estrutura Social e Crime. In: LIMA, R. S. de; RATTON, J. L.; AZEVEDO, R. G. de (Orgs.). Crime, Polícia e Justiça no Brasil. Rio de. Janeiro: Contexto, 2014, p. 591-603.

RIBEIRO, C. A. C. Um panorama das desigualdades na América Latina. Análise de Conjuntura OPSA–Observatório Político Sul- Americano, n. 6, 2006.

RÍOS, V. Tendencias y explicaciones al asesinato de periodistas y alcaldes en México: El crimen organizado y la violencia de alto perfil. In: AGUILAR RIVERA, J. A. (Coord.). Las bases sociales del crimen organizado y la violência en México. México DF.: Centro de Investigación y Estudios em Seguridad (CIES), Secretaría de Seguridad Pública, 2012.

RODRÍGUEZ VIGNOLI, J. Segregación residencial sócio económica:¿ qué es?,¿ cómo se mide?,¿ qué está pasando?,¿ importa? Santiago do Chile: Cepal, 2001.

ROSENFELD, R; BAUMER, E. P.; MESSNER, S. F. Social capital and homicide. Social Forces, v. 80, n. 1, p. 283-310, 2001.

RUBIO, M. Perverse social capital: some evidence from Colombia. Journal of economic issues, v. 31, n. 3, p. 805-816, 1997.

SAMPSON, R. J.; GROVES, W. B. Community structureand crime: Testing social-disorganization theory. American journal of sociology, v. 94, n. 4, p. 774-802, 1989.

SAPORI, L. F.; SENA, L. L.; SILVA, B. F. A. da. A relação entre o comércio do crack e a violência urbana na região metropolitana de Belo Horizonte. In: SAPORI, L. F.; MEDEIROS, R. (Orgs.). Crack: um desafio social. Belo Horizonte: PUC Minas, 2011, p. 38-80.

SILVA, B. F. A. da; BEATO FILHO, C. Ecologia social do medo: avaliando a associação entre contexto de bairro e medo de crime. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 30, Suplem, p. 155-170, 2013.

SINHORETTO, J. Seletividade penal e acesso à justiça. In: LIMA, R. S. de; RATTON, J. L.; AZEVEDO, R. G. de (Orgs.). Crime, Polícia e Justiça no Brasil. Rio de. Janeiro: Contexto, 2014, p. 400-409.

UNDOC. Global study on homicide 2013: trends, contexts, data. Vienna: United Nations, 2013.

VELHO, G. e ALTIVO, M. (Orgs.). Cidadania e violência. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ/Fundação Getúlio Vargas, 1996.

WAISELFISZ, J. J. Mapa da violência 2008: municípios brasileiros. Brasília: RITLA; 2008.

ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DEL TRABAJO. Trabajo decente y juventud en América Latina. Lima: OIT-Oficina Regional para América Latina y el Caribe 2010.

WHO, UNICEF. Why are 4 million new born babies dying each year? Lancet, v. 364, p. 399-401, 2004.

ZALUAR, A. Da revolta ao crime SA. São Paulo: Editora Moderna, 1996.

ZALUAR, A. Democratização inacabada: fracasso da segurança pública. Estudos Avançados, São Paulo, v. 21, n. 61, p. 31-49, 2007.

Downloads

Publicado

2018-03-29

Como Citar

Cavalcanti, R. C. (2018). As dinâmicas da violência urbana na América Latina. Século XXI – Revista De Ciências Sociais, 7(2), 226–251. https://doi.org/10.5902/2236672531915

Edição

Seção

Artigos