Cooxupé e o desafio da agregação de valor: oportunidades a partir da emergência climática
DOI:
https://doi.org/10.5902/2359043285519Palavras-chave:
Meio ambiente e Comércio, Cooperativismo, Desenvolvimento Sustentável, Agricultura Familiar, OligopóliosResumo
A partir de modelos dinâmicos de evolução tecnológica, aplicados aos princípios fundamentais identificados pelos clássicos da Organização Industrial, foi possível identificar as vantagens competitivas e as estratégias adotadas pelas grandes corporações do agronegócio brasileiro em ascensão no exterior. No caso das empresas que conseguiram atender diretamente outros mercados, foi fundamental a estratégia de “nicho ambiental”, estabelecendo uma série de certificações e arranjos territoriais de uso e ocupação do solo no Brasil e validada por meio de parceria/aquisição de empresas no país alvo, contornando assim o protecionismo comercial aplicado aos produtos de origem agropecuária. Essas parcerias foram conquistadas a partir do poder de mercado das empresas brasileiras, tanto como compradoras (monopsônio regional de originação, oferta de crédito, orientação técnica, insumos e armazenagem), quanto como vendedoras (eficiência logística e ganhos de escala). Argumenta-se neste trabalho que a Cooxupé compartilha de todas essas vantagens, com um elemento adicional: Os mercados consumidores de café são muito mais exigentes e diversificados, o produto em si apresenta maior especificidade e variabilidade, além de que nossos concorrentes apresentam menor capacidade de enfrentar as novas demandas em um contexto de crescente preocupação com os efeitos do aquecimento global. Investiga-se sua oportunidade de verticalização e internacionalização comercial.
Downloads
Referências
BAIN, J. S. Barriers to New Competition: Their Character and Consequences in Manufacturing Industries, Cambridge and London, England: Harvard University Press, 1956. DOI: https://doi.org/10.4159/harvard.9780674188037
BERMUDEZ, S.; VOORA, V.; LARREA, C. Coffee prices and sustentability. International Institute for Sustainable Development. Manitoba, 2022. Disponível em: < https://www.iisd.org/system/files/2022-09/2022-global-market-report-coffee.pdf>
BOURONCLE, C., et al. Mapping climate change adaptive capacity and vulnerability of smallholder agricultural livelihoods in Central America: ranking and descriptive approaches to support adaptation strategies. Climatic Change 141, 123–137 (2017). DOI: https://doi.org/10.1007/s10584-016-1792-0
CALFAT, G; FLÔRES JUNIOR. R. G. Government Actions to Support Coffee Producers – Na Investigation of Possible Measures from the European Union. Ensaios Econômicos, 448. Rio de Janeiro : FGV, EPGE, 2002.
CARVALHO, P. N. de. A Política Agrícola Comum da Europa: Controvérsias e Continuidade. Texto para Discussão (IPEA. Brasília), v. 2258, 2016. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/7345/1/td_2258.pdf. Acesso em: 05 abr. 2023.
COOXUPÉ, Relatório de gestão e Demonstrações Financeiras. Guaxupé-MG, 2022.
DAVIRON, B.; PONTE, S. The Coffee Paradox: Global Markets, Commodity Trade and and the elusive promise of development. London: Zed Books, 2005 . DOI: https://doi.org/10.5040/9781350222984
DOSI, G.; SOETE, L. “Technical change and international trade”. In: DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SOETE, L. (Eds.) Technical change and economic theory. London: Frances Pinter, 1988, p. 401 431.
FAOSTAT. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Statistical Database. [Rome]: FAO, 2023.
Fudenberg, Drew & Tirole, Jean. “The Fat-Cat Effect, the Puppy-Dog Ploy, and the Lean and Hungry Look,” American Economic Review, American Economic Association, vol. 74(2), 1984, p 361-366, May.
GRABS, J. & PONTE, S. (2019). The evolution of power in the global coffee value chain and production network, Journal of Economic Geography, v.19, n.4, p.803-828 http://dx.doi.org/10.1093/jeg/lbz008. DOI: https://doi.org/10.1093/jeg/lbz008
JDE Peet’s.Our sustainability publications. 2022. https://www.jdepeets.com/corporate-responsibility/our-progress/
LAVAZZA. Lavazza Group sustainability manifesto. 2020. https://www.lavazza-group.com/en/howwe-work/the-sustainability-manifesto.html
LEIRA, T. A luta pela floresta: como a Noruega ajuda a proteger e a destruir o meio ambiente no Brasil. Santo André, S: Editora Rua do Sabão, 2020.
MORRISET, J. Unfair Trade? The Increasing Gap between World and Domestic Prices in Commodity Markets during the past 25 years. World Bank. Geneva, 1998. DOI: https://doi.org/10.1093/wber/12.3.503
NESTLÉ. Creating shared value and sustainability report 2020: Appendix. https://www.nestle.com/sites/default/files/2021-03/creating-shared-value-appendix-2020.pdf
NORTH, D. C. Transaction Costs, Institutions, and Economic Performance. San Francisco: ICS, 1992, p. 5-32.
OLIVEIRA, A. U., A Mundialização da Agricultura Brasileira In: XII COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GEOCRÍTICA, 2012, Bogotá. Actas do XII Colóquio. Barcelona: Geocrítica, 2012. v.1. p.1 - 15.
PANHUYSEN, S.; & PIERROT, J. Coffee barometer 2020. Coffee Collective 2020. Disponível em: < https://coffeebarometer.org/wp-content/uploads/2021/04/Coffee-Barometer-2020_T.pdf >.
PASTRE, R. Reprimarização do desenvolvimento: o papel das principais agroindústrias brasileiras de soja no Centro-Oeste. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Econômico). Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.
PASTRE, R. Agronegócio e Território: impactos da trajetória de crescimento dos complexos agroindustriais no desenvolvimento regional brasileiro, a soja como paradigma (2002-2021). Tese (Doutorado em Desenvolvimento Econômico). Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2022.
PORTER, M. E. Estratégia competitiva: Criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1989.
PORTER, M. E. A vantagem competitiva das nações. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1992.
POSSAS, M. L.; SALLES-FILHO, S.; SILVEIRA, J. M. da. An evolutionary approach to technological innovation in agriculture: some preliminary remarks. Research Policy, v. 25, p. 933-945, fev. 1996. DOI: https://doi.org/10.1016/0048-7333(96)00884-0
SACHS, J. D.; et al. Ensuring Economic Viability and Sustainability of Coffee Production (October 2019). Columbia Center on Sustainable Investment, October 2019 . DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.3660936
SAMPER, L., GIOVANNUCCI, D.; MARQUES VIEIRA, L. The powerful role of intangibles in the coffee value chain. Economic research paper No. 39. WIPO. 2017.
SAMPER, L., QUIÑONES-RUIZ, X. Towards a Balanced Sustainability Vision for the Coffee Industry, Resources, 6.2: 2017, p. 17–28 . DOI: https://doi.org/10.3390/resources6020017
SCHUMPETER, J. A. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. Trad. M. S. Possas. São Paulo: Nova Cultural,1911 [1912].
SCHUMPETER, J. A. Capitalism, socialism and democracy. 5. ed. New York: Routledge, 1942 [1943].
SILVA, A. L. G. da Concorrência sob condições oligopolísticas. Contribuição das análises centradas no grau de atomização/concentração dos mercados. 2. ed. rev. Campinas, SP: IE/Unicamp, 2010 (Coleção Teses).
STEINDL, J. Maturidade e estagnação no capitalismo americano. São Paulo: Abril Cultural, 1983 [1952].
STRAUSS. ESG report 2021. https://sustainability.strauss-group.com/
TALBOT, J.M. Where does your Coffee Dollar Go?: The Division of Income and Surplus along the Coffee Commodity Chain. Studies in Comparative International Development, 32(1): 56–91. 1997. DOI: https://doi.org/10.1007/BF02696306. DOI: https://doi.org/10.1007/BF02696306
TAVARES, Estela Lutero Alves. A Questão do Café Commodity e sua Precificação: o “C Market” e a Classificação, Remuneração e Qualidade do Café. 2002. 225p. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola). Universidade Estadual de Campinas - Faculdade de Engenharia Agrícola. Campinas, 2002.
VIEIRA FILHO, J. E. R.; SILVEIRA, J. M. F. J. da. Modelo evolucionário de aprendizado agrícola. Revista Brasileira de Inovação, v. 10, n. 2, p. 265-300, jul.-dez. 2011. DOI: https://doi.org/10.20396/rbi.v10i2.8649017
WILLIAMSON, O. E. Transaction cost economics. In: SCHMALENSEE, R., WILLIG, R. D. Handbook of industrial organization. s.l. : Elsevier Science Publishers, 1989. v. 1, p. 136-182. DOI: https://doi.org/10.1016/S1573-448X(89)01006-X
WESZ JUNIOR, V. J. O mercado da soja e as relações de troca entre produtores rurais e empresas no Sudeste de Mato Grosso (Brasil). Tese (Doutorado em Ciências Sociais). Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro/RJ, p. 225. 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Rafael Pastre, Bianca Muniz Corrêa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).


