Caracterização e desafios do cooperativismo camponês no nordeste paraense
DOI:
https://doi.org/10.5902/2359043266070Palavras-chave:
Cooperação agrícola, Economia Solidária, CampesinatoResumo
No Brasil desenvolveram-se duas correntes do cooperativismo, uma tradicional/empresarial e uma popular/solidária. O objetivo desse artigo foi refletir sobre os desafios das cooperativas camponesas no nordeste paraense, a partir de uma caracterização geral das mesmas. A pesquisa foi do tipo quantitativa, com um estudo de 14 cooperativas. Como instrumentos de coleta de dados, têm-se: questionário objetivo e pesquisa bibliográfica. A análise dos dados foi feita por estatística descritiva. Os resultados mostraram que nas regiões estudadas apresentam a maioria das cooperativas sem assalariados, metade tem agroindústria, mais da metade participa de feiras e redes de comercialização, mais de três quartos comercializam com não sócios(as), todas mantém assembleia geral e reuniões de diretoria, as ações de solidariedade não é algo priorizado. Conclui-se que existem diversos desafios e que não se tem um modelo único, o trabalho, a gestão e os processos de solidariedade são diferentes em cada cooperativa, sendo que estas têm suas ações voltadas para a melhoria de renda.
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