Perfil dos pacientes internados em hospitais universitários de grande porte: conhecer para potencializar a assistência
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236583443662Keywords:
Pacientes internados, Fisioterapia, Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e SaúdeAbstract
Objetivo: descrever o perfil sociodemográfico, clínico e funcional dos pacientes atendidos pela fisioterapia, internados nas enfermarias de hospitais universitários de grande porte de Belo Horizonte. Métodos: participaram 200 adultos, de ambos os sexos, internados nas enfermarias do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais e do Hospital Risoleta Tolentino Neves, em atendimento fisioterápico. As informações foram coletadas no prontuário e por meio de perguntas ao paciente/acompanhante. A funcionalidade nos domínios de mobilidade básica, atividade diária e cognição aplicada foram avaliadas pelo “6-clicks”, instrumento desenvolvido com o arcabouço teórico da Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde que avalia especificamente pacientes hospitalizados. Para análise, utilizou-se medidas de tendência central, dispersão e frequência, e testes comparativos não paramétricos. Resultados: os pacientes tinham 59±17,13 anos e, renda e escolaridade baixas. Um pouco mais da metade (52%) era de outro município. Foi observado tempo prolongado de internação de 27,1±29,93 dias, presença de comorbidades e reinternações frequentes. Condições neurológicas e cardíacas foram predominantes. A média de atendimento fisioterápico foi de 23 sessões e 63,5% recebiam acompanhamento de nutricionistas. Em quase todos os setores dos hospitais, a mobilidade básica foi o domínio mais comprometido, seguido de atividade diária e cognição aplicada (p<0,05). Os idosos apresentaram mais déficits em atividade diária bem como aqueles internados há pelo menos 30 dias (p<0,05). Os mais jovens obtiveram melhores resultados em cognição aplicada enquanto os menos escolarizados, piores resultados (p<0,05). Conclusão: esses resultados podem nortear gestores para alocação de recursos humanos e financeiros, além de fomentar a criação de programas para melhorar a mobilidade e diminuir a permanência hospitalar, reduzindo os impactos negativos da hospitalização e potencializando a assistência.
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