Hipertensão arterial: caracterização sociodemográfica e a adesão ao tratamento da população assistida pelas estratégias de saúde da família.

Autores

  • Magnania Cristiane Pereira da Costa Faculdade de Medicina (FAMED) Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Campus JK - Rodovia MGT 367 - KM 583, N° 5000 Diamantina/MG: CEP 39.100-000 https://orcid.org/0000-0002-6969-7542
  • Gilvan Ramalho Guedes Professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Ciências Econômicas, Departamento de Demografia. https://orcid.org/0000-0001-8231-238X
  • Fernanda Fraga Campos Professora Adjunta da Faculdade de Medicina (FAMED) na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, campus Diamantina/MG-Brasil https://orcid.org/0000-0002-2212-8772
  • Maria Letícia Costa Reis Professora Adjunta da Faculdade de Medicina (FAMED) na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, campus Diamantina/MG-Brasil https://orcid.org/0000-0002-5730-2195
  • Luciana Maria Lauar de Almeida Coordenadora na Atenção Primária em Saúde da Prefeitura Municipal de Diamantina. https://orcid.org/0000-0001-8315-6972
  • Carlos Alberto Dias Professor Adjunto da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) atuando no Curso de Matemática, Serviço social e Administração da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Exatas (FACSAE). https://orcid.org/0000-0002-5286-6637

Palavras-chave:

Hipertensão Arterial, Estratégia de Saúde da Família, Adesão ao Tratamento Medicamentoso

Resumo

Objetivo: analisar as características sociodemográficas e a adesão ao tratamento dos portadores de Hipertensão Arterial assistidos pelas Estratégias de Saúde da Família. Método: Estudo transversal, realizado com 562 portadores cadastrados nas unidades de estratégias de Saúde da Família. Os dados foram coletados entre novembro/2018 e janeiro/2020 utilizando um roteiro de entrevista com dados: sociodemográficos; referentes a adesão ao tratamento e a classificação da pressão arterial. Foram realizadas as frequências absolutas e relativas das variáveis e o teste do Qui-Quadrado de Pearson (p≤ 0,05). Resultados: verificou-se predomínio do sexo feminino (63,30%), cor/etnia parda (57,29%), que sabiam ler (90,57%), casados (59,79%), sem escolaridade e ensino fundamental incompleto (26,87%), aposentados (59,09%), com renda de até um salário mínimo (59,08%) e máxima adesão ao tratamento com 45,19% dos entrevistados. Referente à classificação da pressão e nível de adesão ao tratamento medicamentoso, o teste indicou relação muito significativa (χ2 = 35,09; gl=8, p <0,01). Destaca-se que as características socioeconômicas desfavoráveis é uma realidade na população estudada e representa grande parte da população. Considerações finais: Os resultados demonstraram adesão ao tratamento e controle dos níveis pressóricos, possivelmente como reflexo do trabalho das equipes.  Sugere-se o acompanhamento rigoroso e contínuo desta população, em todo território nacional, pelas equipes de estratégia de saúde da família para prevenção das complicações provenientes da hipertensão arterial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Magnania Cristiane Pereira da Costa, Faculdade de Medicina (FAMED) Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Campus JK - Rodovia MGT 367 - KM 583, N° 5000 Diamantina/MG: CEP 39.100-000

Doutora em saúde coletiva na área de epidemiologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas/SP (UNICAMP) e mestre em Ciências Biomédicas pela Fundação Hemínio Ometto (UNIARARAS). Especialista em Prevenção e Controle das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, em Docência do Ensino Superior e em Preceptoria no Sistema Único de Saúde. Formada em enfermagem pela Universidade Estadual da Paraíba. Membro dos grupos de pesquisa (i) Eventos adversos relacionados à assistência à saúde; (ii) Grupo de ensino, pesquisa e extensão em determinantes de saúde e (iii) Núcleo de educação em saúde coletiva: interface entre ensino, pesquisa e extensão, todos certificados pelo CNPq. Professora Adjunta da Faculdade de Medicina (FAMED) na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) em Diamantina/MG. Atualmente desenvolve estudos com os seguintes temas: determinantes epidemiológicos, estudantes de ciências da saúde e prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde. 

Gilvan Ramalho Guedes, Professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Ciências Econômicas, Departamento de Demografia.

Possui graduação em Ciências Econômicas (2003), especialização em Finanças (2005), Doutorado (2010) e Pós-Doutorado (2011 e 2016) em Demografia.

Fernanda Fraga Campos, Professora Adjunta da Faculdade de Medicina (FAMED) na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, campus Diamantina/MG-Brasil

Possui doutorado em Ciências Biológicas (Microbiologia) pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009), mestrado em Ciências Biológicas (Microbiologia) pela Universidade Federal de Minas Gerais (2005) e graduação em Ciências Biológicas - Unicentro Izabela Hendrix (2002).

Maria Letícia Costa Reis, Professora Adjunta da Faculdade de Medicina (FAMED) na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, campus Diamantina/MG-Brasil

Doutora em Patologia Geral pela Universidade Federal de Minas Gerais (2011). Mestre em Patologia Geral pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007). Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Ouro Preto (2003).

Luciana Maria Lauar de Almeida, Coordenadora na Atenção Primária em Saúde da Prefeitura Municipal de Diamantina.

Possui graduação em Enfermagem pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (2010) e especialização em Saúde Pública com Ênfase em Saúde da Família pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (2011).

Carlos Alberto Dias, Professor Adjunto da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) atuando no Curso de Matemática, Serviço social e Administração da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Exatas (FACSAE).

Mestrado Profissional Ensino em Saúde da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde e Mestrado Profissional em Administração Pública. Doutor e Mestre em Psicologia Clínica pela Université DAmiens (França); Pós-graduado em Psicologia Pela PUCMG, Administração e Gerência pela Fundação João Pinheiro; Graduado em Psicologia e Filosofia pela Universidade Federal de São João Del Rei (anteriormente Faculdade Dom Bosco).

Referências

WHO. World Health Organization. Hypertension: global vision. 2019. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/hypertension/#tab=tab_1.

IBGE. Pesquisa nacional de saúde: atenção primária à saúde e informações antropométricas: Brasil / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. 66p.

Gusmão JL, Mion Junior D. Adesão ao tratamento/conceitos. Rev Bra Hiper. 2006; 13 (1): 23-25. Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/13-1/06-adesao-ao-tratamento.pdf

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a política nacional de atenção básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da atenção básica, no âmbito do sistema único de saúde (SUS). Diário Oficial da União, 2017.

Malachias MVB. The Challenges of Controlling Arterial Hypertension in the Elderly Arq Bras Cardiol. 2019; 112 (3): 279-280. doi: https://doi.org/10.5935 / abc.20190020

WHO. World Health Organization. Global status report on noncommunicable diseases 2010. Genebra: World Health Organization; 2011. Disponível em: https://www.who.int/nmh/publications/ncd_report_chapter1.pdf?ua=1.

Castilho EA, Goldbaum M. Doenças crônicas não transmissíveis e inquéritos populacionais. Rev. Sau Púb. 2017; 51 (1): 1-2. doi: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.201705100supl1ed

- PMD, 2020. Prefeitura Municipal de Diamantina/MG. Disponível em: http://diamantina.mg.gov.br/o-municipio/historia-de-diamantina/

IBGE, 2017. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2017. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/diamantina/panorama.

Malachias MVB, Souza WKSB, Plavnik FL, Rodrigues CIS, Brandão AA, Neves MFT. VII Diretriz Brasileira de Hipertensão. Arq Bra de Cardiol. 2016; 107 (3): 1-103. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf

Morisky DE, Green LW, Levine DM. Concurrent and predictive validity of a self-reported measure of medication adherence. Med Care. 1986 ; 24 (1) : 67-74. doi: https://doi.org/10.1097/00005650-198601000-00007

Oliveira-Filho AD, Barreto-Filho JÁ, Neves SJF, Lyra Junior DP. Relação entre a Escala de Adesão Terapêutica de oito itens de Morisky (MMAS-8) e o controle da pressão arterial. Arq. Bras. Cardiol. 2012; 99 (1): 1-10. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/abc/2012nahead/aop05012.pdf

Bem AJ, Neumann CR, Mengue SS. Teste de Morisky-Green e Brief Medication Questionnaire para avaliar adesão a medicamentos. Rev. Saú Púb. 2012; 46 (2): 279-289. doi: https://doi.org/10.1590/S0034-89102012005000013.

Paes NA, Silva CS, Figueiredo TMRM, Cardoso MAA, Lima JO. Satisfação dos usuários hipertensos com os serviços da rede de atenção primária no Brasil: um estudo de validação. Rev Panam Salud Pub. 2014; 36 (2):87–93. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/rpsp/v36n2/03.pdf

Santos FGT, Mezzavila VAM, Rêgo AS, Salci MA, Radovanovic CAT. Enfoque familiar e comunitário da Atenção Primária à Saúde a pessoas com Hipertensão Arterial. Saú deb. 2019; 43 (121): 489-502. doi: https://doi.org/10.1590/0103-1104201912116.

Sousa ALL, Batista SR, Sousa AC, Pacheco JAS, Vitorino PVO, Pagot V. Prevalência, Tratamento e Controle da Hipertensão Arterial em Idosos de uma Capital Brasileira. Arq. Bras. Cardiol. 2019; 112 (3): 271-278. doi: https://doi.org/10.5935/abc.20180274.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Articulação Interfederativa. Temática Saúde da População Negra / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Articulação Interfederativa. - Brasília: Ministério da Saúde, 2016: 23-33. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/tematico_saude_populacao_negra_v._7.pdf.

Falcão AS, Carvalho e Silva MG, Rodrigues Junior AF, Moura SR, Soares e Silva FR, Souza ASJ, Silva ES, Carvalho ILN. Estilo de vida e adesão ao tratamento de hipertensão arterial sistêmica em homens idosos. Rev Bra Pro Saú. 2018; 31 (2): 1-10. doi: https://doi.org/10.5020/18061230.2018.7402

Buss PM, Pellegrini filho A. A saúde e seus determinantes sociais. Rev. Physis. 2007; 17 (1): 77-93. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-73312007000100006

Mill JG. Determinantes Sociais na Hipertensão Arterial. Arq. Bras. Cardiol. 2019; 113 (4): 696-698p. doi: https://doi.org/10.5935/abc.20190220

Santiago ERC, Diniz AS, Leal VS, Andrade MIS, Lira PIC. Prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica e Fatores Associados em Adultos do Semi-Árido de Pernambuco, Brasil. 2019; 113 (4): 687-695. doi: https://doi.org/10.5935/abc.20190145.

Souza FFR, Andrade KVF, Nascimento Sobrinho CL. Adesão ao tratamento farmacológico e controle dos níveis pressóricos de hipertensos acompanhados na Estratégia de Saúde da Família. Rev Bras Hipertens. 2015; 22(4): 133-138. Disponível em: http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881227/rbh_v22n4_133-138.pdf.

Vancini-Campanharo CS, Oliveira GN, Andrade TFL, Okuno MFP, Lopes MCBT, Batista REA. Hipertensão Arterial Sistêmica no Serviço de Emergência: adesão medicamentosa e conhecimento da doença. Rev. Latino-Am. 2015; 23(6): 1149-1156. doi: https://doi.org/10.1590/0104-1169.0513.2660.

Araújo LU, Santos DF, Bodevan EC, Cruz, HL, Souza J, Silva-Barcelos NM. Segurança do paciente e polimedicação na Atenção Primária à Saúde: pesquisa transversal em pacientes com doenças crônicas. Rev. Latino-Am Enfer. 2019; 27(e3217): 1-11. doi: https://doi.org/10.1590/1518-8345.3123.3217

Balasubramanian A, Nair SS, Rakesh P, Leelamoni K. Adherence to treatment among hypertensives of rural Kerala, India. J Family Med Prim Car. 2018; 7(1): 64-9. doi: https://doi.org/10.4103/jfmpc.jfmpc_423_16

Gewehr DM, Bandeira VAC, Gelatti GT, Colet CF, Oliveira KR. Adesão ao tratamento farmacológico da hipertensão arterial na Atenção Primária à Saúde. Saú Deb. 2018; 42 (116): 179-19. doi: https://doi.org/10.1590/0103-1104201811614

Gusso G, Lopes JMC, Dias, LC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed; 2019.

Santimaria MR, Borim FSA, Leme DEC, Neri AL, Fattori A. Falha no diagnóstico e no tratamento medicamentoso da hipertensão arterial em idosos brasileiros – Estudo FIBRA. Ciên Sau Col. 2019; 24(10): 3733-3742. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320182410.32442017.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica, Cadernos de Atenção Básica, n. 37, 2013: 1-128. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_doenca_cronica.pdf

Downloads

Publicado

2021-12-23 — Atualizado em 2022-01-11

Como Citar

Costa, M. C. P. da, Guedes, G. R., Campos, F. F., Reis, M. L. C., Almeida, L. M. L. de, & Dias, C. A. (2022). Hipertensão arterial: caracterização sociodemográfica e a adesão ao tratamento da população assistida pelas estratégias de saúde da família. Saúde (Santa Maria), 47(1). Recuperado de https://periodicos.ufsm.br/revistasaude/article/view/65456

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)