“Vou para casa. E agora?” A difícil arte do Método Canguru no domicílio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179769263253

Palavras-chave:

Recém-nascido de baixo peso, Prematuro, Enfermagem, Método canguru, Relações pais-filho

Resumo

Objetivo: conhecer a experiência dos pais na aplicação do Método Canguru no domicílio. Método: pesquisa qualitativa cujos dados foram obtidos entre março e dezembro de 2016, por meio de entrevistas com 12 mães e três pais de recém-nascidos pré-termos e/ou baixo peso, participantes da terceira etapa do Método Canguru, que foram submetidas à técnica de análise de conteúdo temática. Resultados: os pais mantiveram a posição canguru no domicílio. Apesar de cada família desenvolvê-la de forma diferente, não deixaram de realizá-la. Também conseguiram adaptar-se à nova rotina de cuidados com a chegada do filho em casa e relataram satisfação com as consultas da terceira etapa e de seguimento realizadas no hospital. Conclusão: os pais, mesmo diante dos desafios diários com os cuidados no domicílio, detêm uma significação clara sobre a importância da Posição Canguru para os recém-nascidos pré-termos e/ou baixo peso e sua capacidade de impactar na qualidade do cuidado oferecido.

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Biografia do Autor

Mayara Carolina Cañedo, Hospital Regional de Mato Grosso do Sul

Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul- UFMS (2015-2017). Possui Pós-graduação lato sensu em Enfermagem Pediátrica e Cuidados Intensivos Neonatais pela Faculdade Pequeno Príncipe - Curitiba/PR (2012). Especialista em Enfermagem neonatológica SOBEP (2019). Possui graduação em Enfermagem pela UFMS (2008). Já atuou como preceptora das disciplinas saúde da criança e da mulher na Universidade UNIDERP (2011-2014), como professora substituta da disciplina saúde da criança e da mulher na UFMS (2009-2011). Enfermeira Assistencial na unidade neonatal e na educação permanente na AAMI (2009-2013). Desde 2013 Enfermeira no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul - HRMS. Já atuou como enfermeira assistencial na unidade neonatal (2013-2015) e como responsável técnica da linha pediátrica (UTIN, UCINCo, UCINCa, UTIP e Pediatria) no HRMS (2015-2020). Desde 2014 é preceptora nos programas de residência multiprofissional integradas a saúde Intensivismo e Materno-infantil. Atualmente é Coordenadora da enfermagem na residência multiprofissional materno-infantil (2019) e atua como enfermeira do Núcleo de Segurança do Paciente. 

Cristina Brandt Nunes, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (aposentada)

Possui Graduação em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Licenciatura em Enfermagem (UNISINOS). Especialização em Saúde Pública pelo Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC). Especialização em Enfermagem Pediátrica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Especialização em Aconselhamento Pastoral e Psicologia pela Escola Superior de Teologia (EST). Mestrado em Enfermagem Pediátrica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Doutorado em Ciências pela UNIFESP/EPM. Cursando Especialização em Arteterapia (INSTED). Professora Associada (aposentada) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Foi docente do Curso de Graduação em Enfermagem e docente permanente do Programa de Pós-graduação - Mestrado Acadêmico em Enfermagem da UFMS. Desde 2019 docente do Programa de Residência Multiprofissional Materno-Infantil do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. Desenvolve estudos na modalidade qualitativa. Atua nas áreas de Ciência da Saúde, Enfermagem, Enfermagem Pediátrica, Enfermagem Neonatal e Saúde Coletiva nas seguintes áreas e temas: neonatologia, saúde da criança, saúde do adolescente, saúde da família, educação em saúde, crescimento e desenvolvimento infanto-juvenil, consulta de enfermagem e violência no contexto familiar, institucional e social. Membro do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFMS de 2008 a 2015 e de 2017 a 2020.

Maria Aparecida Munhoz Gaiva, Enfermagem pela Universidade Federal de Mato Grosso

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Mato Grosso (1982), mestrado em Enfermagem em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (1997) e doutorado em Enfermagem em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (2002). Atualmente é professora aposentada da Universidade Federal de Mato Grosso e atua como pesquisadora associada no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, nível doutorado; Coordenadora Geral do Programa de Atualização em Enfermagem saúde a Criança e do Adolescente (PROENF) editora Artme/ABEN; Coordenadora da Comissão Permanente de Educação e Pesquisa da Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras - SOBEP na gestão 2019-2022. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde da Criança e do Adolescente (GESCA) cadastrado no CNPq; membro do conselho editorial das Revistas: Latino-Americana de Enfermagem (Ribeirão Preto), Ciência, Cuidado e Saúde (Maringá), Nursing (São Paulo), Revista da Sociedade Brasileira de enfermeiros pediatras (SOBEP), consultor Ad Hoc das revistas Acta Paulista de Enfermagem(São Paulo), Revista da Escola de Enfermagem da USP(São Paulo), Texto e Contexto Enfermagem, Avances Enfermeria, dentre outras. Tem experiência na área de Enfermagem Pediátrica e Neonatal, com ênfase nas seguintes temas: assistência ao recém-nascido em UTI Neonatal, prematuridade, aleitamento materno, humanização da assistência de enfermagem; mortalidade neonatal, assistência à criança na Atenção Primária à Saúde.

Ana Cláudia Garcia Vieira, Universidade Federal de Pelotas

Realizou estágio de Pós-doutorado na University of Ottawa Faculty of Health Science and School of Nursing no período de abril de 2016 a fevereiro de 2017, com bolsa CAPES, na área de manejo da dor neonatal com foco na Tradução e Intercâmbio do Conhecimento ou Knowledge Translation. Possui Doutorado em Saúde da Criança pela Faculdade de Medicina da PUCRS (2010) e Mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (1999). Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1986) e Licenciatura em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1993). É Professora Associada da Universidade Federal de Pelotas, desde 1993. Formação na área de Intensivismo Neonatal e Pediátrico, experiência em onco-hematologia e cirurgia pediátrica. Líder do Grupo de Pesquisa Tradução do Conhecimento no Manejo da Dor Neonatal e Pediátrica. Atualmente mantém vínculo com a pesquisadora Dr. Denise Harrison da University of Ottawa Faculty of Health Science and School of Nursing. É membro do Nursing Best Practices Research Centre (NBPRC) e da International Association for the Study of Pain (IASP). Adicionalmente, desenvolve pesquisas e projetos com ênfase em colocar a evidência na prática clínica, trabalhando em atenção básica de saúde, com redução da dor durante as imunizações em crianças de 0 a 12 meses, e na área de aleitamento materno com ênfase no manejo clínico e promoção de boas práticas

Iluska Lopes Schultz, Prefeitura Municipal de Corumbá

Graduada em Enfermagem pela Universidade Católica Dom Bosco (2010). Mestrado Acadêmico pelo curso de Pós Graduação em Enfermagem pela UFMS. Especialista em Enfermagem Obstétrica e Neonatologia (FAFIPA-PR) e Enfermagem do Trabalho (UCDB). Atualmente, Enfermeira da Prefeitura Municipal de Corumbá (PMC) e Enfermeira Responsável Técnica da ZM Conservação e Serviços EIRELI. Experiência como docente do curso de Enfermagem da Faculdade Salesiana de Santa Teresa (FSST),Tutora da Residência da Enfermagem Obstétrica (UFMS), Professora Substituta do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Maternidade, Clínica Médica e Pronto Atendimento no Hospital Geral El Kadri (HEK) e Pronto Socorro (PAM) e Centro Obstétrico no Hospital Regional do Mato Grosso do Sul (HRMS). Foi membro da Associação Brasileira de Enfermagem seção Mato Grosso do Sul (Aben-MS), como Secretária Geral. 

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Publicado

2021-07-06

Como Citar

Cañedo, M. C., Nunes, C. B., Gaiva, M. A. M., Vieira, A. C. G., & Schultz, I. L. (2021). “Vou para casa. E agora?” A difícil arte do Método Canguru no domicílio. Revista De Enfermagem Da UFSM, 11, e52. https://doi.org/10.5902/2179769263253

Edição

Seção

Artigos Originais