O mundo pertence aos espertos? Comportamento desonesto nas escolas de negócios
DOI:
https://doi.org/10.5902/1983465973386Palavras-chave:
Plágio acadêmico, Comportamento desonesto, Pós-graduação, Educação empresarialResumo
Objetivo: o objetivo principal deste estudo é analisar os significados e percepções de alunos de programas de pós-graduação (mestrandos e doutorandos) em Administração, bem como de professores de programas de pós-graduação (PPGs) de diferentes instituições, em relação às práticas possíveis de comportamento desonesto e plágio no contexto acadêmico. Destaca as causas, consequências e significados das possíveis práticas de desonestidade e plágio no contexto acadêmico, tendo como referencial teórico as possíveis razões para o plágio e desonestidade neste contexto.
Desenho/metodologia/abordagem: foram analisadas as percepções de 28 professores e alunos, extraídas de entrevistas semi-estruturadas e questionários, posteriormente analisadas por meio da análise categórica de Flores, onde os dados qualitativos foram reduzidos, categorizados e codificados, capturando os significados relevantes.
Resultados: o estudo destaca o fenômeno da desonestidade acadêmica, por meio de relatos de professores e alunos, elencando quatro metacategorias: significado e percepção do fenômeno-não, causas, consequências e formas de combate, que por sua vez geraram outras sete categorias.
Implicações práticas: são discutidas possíveis causas e implicações do plágio, bem como formas de combater ou mitigar o impacto desses atos nos programas de ensino de Administração de Empresas, fomentando o debate sobre essas práticas deletérias no contexto acadêmico.
Originalidade/valor: o trabalho destaca indícios de condutas desonestas na academia, que por vezes passam despercebidas por diversos programas de pós-graduação stricto sensu em gestão.
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