Gestão de stakeholders: evidências no desempenho das empresas de capital aberto
DOI:
https://doi.org/10.5902/1983465971638Palavras-chave:
Gestão para os Stakeholders, Desempenho, Empresas de Capital AbertoResumo
Objetivo: O objetivo desta pesquisa é evidenciar, empiricamente, a gestão de stakeholders nos indicadores de desempenho das empresas de capital aberto.
Metodologia: A partir de um enquadramento metodológico quantitativo, foi utilizado o teste Mann-Whitney U para realizar as comparações entre os grupos (com/sem gestão de stakeholders).
Resultados: Como resultado, tem-se a evidência estatística empírica da gestão de stakeholders na discussão da criação de valor e desempenho organizacional.
Implicações práticas: O estudo melhora o entendimento de que não é o fato de pertencer ao índice, como é o caso do ISE-GRI, que os resultados da empresa apontam desempenho superior das que não pertencem, mas sim da gestão efetiva de stakeholders para um resultado positivo a curto e em longo prazo, como foi evidenciado neste estudo.
Limitação: Como limitação o estudo tem a composição dos setores, que pode ser ampliado em pesquisas futuras, para todos os setores da BM&F Bovespa, incluindo as 362 empresas. Uma amostra com diversos setores pode melhorar as inferências.
Originalidade:O estudo demonstra evidências empíricas de questões, até então tratadas no campo teórico, mas sem relação direta com um conjunto de empresas, bem como ampara a ideia de que a criação de conexões entre empresa e stakeholders abrem oportunidades invisíveis para a criação de valor.
Downloads
Referências
Barbosa, R. (2018). Distribuição de valor: uma análise do que é importante para os stakeholders à luz das matrizes de materialidade. In XXI Seminários em Administração, 1-3.
Barbosa, R. (2019). Alinhamento da materialidade à distribuição de valor aos stakeholders e sua relação com o desempenho. 173f. Tese (Doutorado em Administração) – Universidade de São Paulo, São Paulo/SP.
Barnett, M., & Salomon, R. (2012). Does it pay to be really good? Adressing the shape of the relationship between social and financial performance. Strategic Management Journal, 33(11), 1304-1320.
Boaventura, J., Silva, R., & Bandeira-de-Mello, R. (2012). Corporate financial performance and corporate social performance: Methodological development and the theoretical contribution of empirical studies. Revista Contabilidade & Finanças, 23(60), 232-245.
Bosse, D., & Coughlan, R. (2016). Stakeholder relationship bonds. Journal of Management Studies, 53(7), 1197-1222.
Bosse, D., Phillips, R., & Harrison, J. (2009). Stakeholders, reciprocity, and firm performance. Strategic Management Journal, 30(4), 447-456.
Brandão, I., Diógenes, A., & Abreu, M. (2017). Alocação de valor ao stakeholder funcionário e o efeito na competitividade e na produtividade do setor bancário. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 19(64), 161-179.
Bridoux, F., & Stoelhorst, J. (2014). Microfoundations for stakeholder theory: Managing stakeholders with heterogeneous motives. Strategic Management Journal, 35(1), 107-125.
Brito, R., & Berardi, P. (2010). Vantagem competitiva na gestão sustentável da cadeia de suprimentos: Um metaestudo. Revista de Administração de Empresas, 50(2), 155-169.
Camilleri, M. (2012). Creating shared value through strategic corporate social responsibility in Tourism. Thesis for Doctor of Philosophy Degree. University of Edinburgh.
Campra, M., Esposito, P., & Lombardi, R. (2020). The engagement of stakeholders in nonfinancial reporting: New information-pressure, stimuli, inertia, under short-termism in the banking industry. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 1–9.
Cintra, R., Cassol, A., & Costa, B. (2017). A criação de valor no contexto da teoria dos stakeholders: O que dizem os estudos e para onde vamos? In VIII Encontro de Estudos em Estratégia, 1-8.
Cintra, R., Costa, B., Amâncio-Vieira, S., & Ribeiro, H. (2015). Stakeholder theory e value creation: Revisão sistemática na publicação científica internacional, 1990-2014. In XXXIX Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração, 1-17.
Cintra, R., Costa, B., Oliveira, A., & Cassol, A. (2017). A criação de valor no contexto da TS: Análise das citações e cocitações na produção científica internacional 2000-2016. In XLI Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração, 1-16.
Clarkson, M. (1995). A stakeholder framework for analyzing and evaluating corporate social performance. Academy of Management Review, 20(1), 92-117.
Coff, R. (1999). When competitive advantage does not lead to performance: The resource-based view and stakeholder bargaining power. Organization Science, 10(2), 119-133.
Crilly, D., & Sloan, P. (2012). Enterprise logic: Explaining corporate attention to stakeholder from the ‘inside-out’. Strategic Management Journal, 33(10), 1174-1193.
Donaldson, T., & Preston, L. (1995). The stakeholder theory of the corporation: Concepts, evidence and implications. Academy of Management Review, 20(1), 65-91.
Drigo, M., & Mendes Neto, E. (2017). Estudo do comportamento do endividamento da empresa celulose Irani: Estudo temporal 2005-2015. Gestão, Finanças e Contabilidade, 7(2), 141-155.
Dumitru, M., Guse, R., Feleaga, L., Mangiuc, D., & Feldioreaunu, A. (2015). Marketing communications of value creation in sustainable organizations: The practice of integrated reports. Amfiteatru Economic, 17(40), 955-976.
Dutra, C., Pavinato, C., Carrer, M., Camargo, M., & Olea, P. (2021). Innovation process in publicy traded companies of serra gaúcha. Revista de Adminsitração da UFSM, 14(2), 332-348.
Faleye, O., & Trahan, E. (2011). Labor-friendly corporate practices: Is what is good for employees good for shareholders? Journal of Business Ethics, 101(1), 1-27.
Field, A. (2013). Discovering statistics using IBM SPSS statistics. London: Sage Publications.
Freeman, R. (1984). Strategic management: A stakeholder approach. Massachusetts: Sage.
Freeman, R., Harrison, J., & Wicks, A. (2007). Managing for stakeholders: Survival, reputation, and success. New Haven: Yale University Press.
Freeman, R., Harrison, J., Wicks, A., Pamar, B., & Colle, S. (2010). Stakeholder theory: The state of the art. Cambridge/UK: Cambridge University Press.
Freeman, R., Phillips, R., & Sisodia, R. (2020). Tensions in stakeholder theory. Business & Society, 59(2), 213-231.
Garcia-Castro, R., & Aguilera, R. (2015). Incremental value creation and appropriation in a world with multiple stakeholders. Strategic Management Journal, 36(1), 137-147.
Garcia-Castro, R., Arino, M., & Canela, M. (2011). Over the long-run? Short-run impact and long-run consequences of stakeholder management. Business & Society, 50(3), 428-455.
Garriga, E. (2014). Beyond stakeholder utility function: Stakeholder capability in the value creation process. Journal Business Ethics, 120(4), 489-507.
Gomes, R., Osborne, S., & Guarnieri, P. (2020). Stakeholder influence and local government performance: a systematic literature review. Brazilian Journal of Public Administration, 54(3) 448-467.
Guimarães, E., Rover, S., Ferreira, D. (2018). The participation in the índice de sustentabilidade empresarial (ISE): a parallel of the financial performance between banks participating and non-participanting in the portfolio. Enfoque: Reflexão Contábil, 37(1), 147-164.
Hall, M., Millo, Y., & Barman, E. (2015). Who and what really counts? Stakeholder prioritization and accounting for social value. Journal of Management Studies, 52(7), 907-934.
Harrison, J., & Bosse, D. (2013). How much is too much? The limits to generous treatment of stakeholders. Business Horizons, 56(3), 313-322.
Harrison, J., & Wicks, A. (2013). Stakeholder theory, value, and firm performance. Business Ethics Quarterly, 23(1), 97-124.
Harrison, J., Bosse, D., & Phillips, R. (2009). Stakeholder theory and competitive advantage. Academy of Management Proceedings, Philadelphia, PA.
Harrison, J., Bosse, D., & Phillips, R. (2010). Management for stakeholders, stakeholder utility functions, and competitive advantage. Strategic Management Journal, 31(1), 58-74.
Harrison, J., Freeman, R., & Abreu, M. (2015). Stakeholder theory as an ethical approach to effective management: Applying the theory to multiple contexts. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 17(55), 858-869.
Hsu, C., Lee, W., & Chao, W. (2013). Materiality analysis model in sustainability reporting: A case study at lite-on technology corporation. Journal of Cleaner Production, 57, 142–151.
Jones, T. (1995). Instrumental stakeholder theory: A synthesis of ethics and economics. Academy of Management, 20(2), 404-437.
Jones, T., Harrison, J., & Felps, W. (2018). How applying instrumental stakeholder theory can provide sustainable competitive advantage. Academy of Management Review, 43(3), 371-391.
Jones, T., Wicks, A., & Freeman, R. (2017). Stakeholder theory: The state of the art. The Blackwell Guide to Business Ethics, 17-37.
Macêdo, N., & Cândido, G. (2011). Identificação das percepções de responsabilidade social empresarial: Um estudo qualitativo a partir da aplicação do modelo conceitual tridimensional de performance social. Revista de Gestão Social e Ambiental, 5(1), 85-108.
Maia, V., Carvalho, F., Klotzle, M., Pinto, A., & Motta, L. (2017). Fazer parte do índice de sustentabilidade empresarial implica em maior rentabilidade? Revista de Finanças Aplicadas, 8(1), 01-22.
Maignan, I., & Ferrell, O. (2004). Corporate social responsibility and marketing: An integrative framework. Journal of the Academy of
Marketing Science, 32(1), 3-19.
Marôco, J. (2011). Análise estatística com a utilização do SPSS. Lisboa: Pero Pinheiro.
Mascena, K., & Stocker, F. (2020). Gestão de stakeholders: Estado da arte e perspectivas. Future Studies Research Journal: Trends and Strategies, 12(1), 01-30.
Matarazzo, D. (2007). Análise financeira de balanços: Abordagem básica e gerencial. São Paulo: Atlas.
Mendes, G., & Santos, D. (2018). Estrutura de capital, dinâmica da indústria e desempenho financeiro: A construção de um modelo de análise das firmas no Brasil. Organizações em Contexto, 14(27), 271-303.
Mio, C. (2020). Relatórios integrados: O estado da arte dos relatórios corporativos. Revista Contabilidade & Finanças, 31(83), 207-211.
Mitchell, R., Van Buren, H., Greenwood, M., & Freeman, R. (2015). Stakeholder inclusion and accounting for stakeholders. Journal of Management Studies, 52(7), 851-877.
Ritta, C., Jacomossi, F., Fabris, T., & Klann, R. (2017). Um estudo sobre causalidade entre EBITDA e retorno das ações de empresas brasileiras (2008-2014). Enfoque: Referência Contábil, 36(2), 115-130.
Rumelt, R., Schendel, D., & Teece, D. (1991). Strategic management and economics. Strategic Management Journal, 12, 5-29.
Sarturi, G. (2016). Distribuição de valor para o stakeholder funcionário e desempenho organizacional. 118f. Tese (Doutorado em Administração) – Universidade de São Paulo, São Paulo/SP.
Sarturi, G., & Mascena, K. (2017). Relação entre saliência de stakeholders e performance financeira. In XLI Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, 1.
Sarturi, G., Barakat, S., Mascena, K., & Fischmann, A. (2017). Fairness ou arms-lenght: Abordagens da gestão de stakeholders no setor bancário. Organizações e Sustentabilidade, 4(2), 3-29.
Sarturi, G., Seravalli, C., & Boaventura, J. (2015). Afinal, o que é distribuir valor para os stakeholders? Uma análise bibliográfica sobre o tema. Revista de Administração UFSM, 8(edição especial), 92-113.
Schianoni, P., Moraes, M., de Castro, A., & Santos, J. (2013). Stakeholders: Principais abordagens. Revista de Ciências da Administração, 15(37), 187-197.
Sousa, F., & Zucco, A. (2016). Índice de sustentabilidade empresarial e geral de valor para os investidores. Revista Capital Científico, 14(1), 1-18.
Sousa, F., Albuquerque, L., Rêgo, T., & Rodrigues, M. (2011). Responsabilidade social empresarial: Uma análise sobre a correlação entre a variação do índice de sustentabilidade empresarial e o lucro das empresas socialmente responsáveis que compõem esse índice. Revista de Administração, Contabilidade e Sustentabilidade, 1(1), 52-68.
Souza, T., Brighenti, J., & Hein, N. (2016). Investimentos ambientais e desempenho econômico-financeiro das empresas brasileiras listadas no índice de sustentabilidade empresarial. Reuna, 21(2), 97-114.
Stocker, F., Arruda, M., Mascena, K., & Boaventura, J. (2020). Stakeholder engagement in sustainability reporting: a classification model. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, Early View,1-10.
Stocker, F., & Mascena, K. (2019). Orientação e gestão para stakeholders no processo de decisão organizacional. Revista de Gestão e Secretariado, 10(1), 167-191.
Stocker, F., Sarturi, G., & Barakat, S. Sinergia de stakeholders e desempenho de empresas de capital aberto. (2020). In XXIII Seminários em Administração, 1-17.
Tantalo, C., & Priem, R. (2016). Value creation through stakeholder synergy. Strategic Management Journal, 37(2), 314-329.
Torelli, R., Balluchi, F., & Furlotti, K. (2019). The materiality assessment and stakeholder engagement: A content analysis of sustainability reports. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 27, 470–484.
Vasconcelos, Y., Yoshitake, M., & Nascimento, J. (2005). Fatores de prognóstico: Proposta de um modelo econométrico de avaliação de desempenho baseado em regressão logística. Revista de Administração da UNIMEP, 3(2), 1-23.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista de Administração da UFSM
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores de artigos publicados pela ReA/UFSM mantêm os direitos autorais de seus trabalhos, licenciando-os sob a licença Creative Commons Attribution CC-BY, que permite que os artigos sejam reutilizados e distribuídos sem restrição, desde que o trabalho original seja corretamente citado.