Resiliência organizacional e capacidade adaptativa: um estudo de caso em uma empresa familiar Gáucha

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1983465969787

Palavras-chave:

Resiliência organizacional, Capacidade adaptativa, Crise sanitária, Empresa familiar, Estudo de caso

Resumo

Finalidade: O estudo objetivou compreender a dinâmica do relacionamento entre a resiliência organizacional e a capacidade de adaptação de uma empresa familiar gaúcha visando sustentar seu desempenho em meio ao período de pandemia gerado pelo coronavírus.

Desenho / metodologia / abordagem: A pesquisa foi operacionalizada por meio de um estudo de caso, operacionalizado em uma empresa familiar do ramo alimentício da cidade de Pelotas/RS. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturas e análise documental. Após, o material foi transcrito e inserido no software NVivo® para realização da análise de conteúdo.

Constatações: Os resultados indicam que as dimensões da resiliência possibilitaram a emersão das capacidades adaptativas da empresa para se sustentar em meio ao ambiente turbulento. Portanto, os achados apontam que a resiliência organizacional da empresa analisada neste estudo de caso proporcionou a adaptação da empresa ao contexto de pandemia por meio do enfrentamento, recuperação e retomada da empresa frente a situação de mudança e incerteza.

Limitações / implicações da pesquisa: Destaca-se a não participação dos pesquisadores efetivamente em campo, em virtude das restrições impostas pela pandemia. Este fato impediu a ampliação da triangulação de dados por meio da observação não participante no cotidiano da empresa familiar.

Implicações práticas: O estudo possibilita a reflexão de gestores sobre a sustentação de suas empresas a ambientes em crise por meio de ações antecipatórias ou reativas, caracterizadas a partir de dimensões da resiliência organizacional, as quais promovem a capacidade de adaptação da empresa.

Originalidade / valor: A originalidade deste estudo se comprova a partir de um levantamento bibliométrico que constatou a ausência de pesquisas utilizando em conjunto as abordagens de resiliência organizacional, capacidade adaptativa e percepção do desempenho à luz da teoria da riqueza socioemocional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Felipe Kopp Leite, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutorando em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG); Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Ana Paula Capuano da Cruz, Federal University of Rio Grande do Sul

Doutora em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (FEA/USP), Mestre em Contabilidade pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Especialista e Graduada em Ciências Contábeis pela FURG. É professora Adjunta do Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Lívia Castro D'Ávila, Federal University of Rio Grande do Sul

Doutora em Administração pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2013), Mestre em Administração pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2009) e Graduada em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande (2003). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal do Rio Grande. 

Silvana Anita, State University of West Paraná

Professora Curso de Administração e do Mestrado Acadêmico em Contabilidade da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Doutora em Administração pela PUCPR - Curitiba. Mestra em Administração: Gestão Moderna de Negócios, pela FURB - Blumenau (SC). Especialista e Graduada em Administração pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).

Francielle Molon da Silva, Universidade Federal de Pelotas

Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Pelotas (2005), Especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Católica de Pelotas (2006), Mestre em Administração, com ênfase em Recursos Humanos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008) e Doutora em Recursos Humanos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora Adjunta do Centro de Ciências Sócio-organizacionais - UFPEL. Professora Permanente do PROFIAP - UFPEL e professora Permanente do Programa de Pós Graduação em Administração-FURG.

Referências

Annarelli, A., & Nonino, F. (2016). Strategic and operational management of organizational resilience: Current state of research and future directions. Omega, 62, 1–18. https://doi.org/10.1016/j.omega.2015.08.004

Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Berrone, P., Cruz, C., & Gómez-Mejía, L. R. (2012). Socioemotional wealth in family firms: theoretical dimensions, assessment approaches, and agenda for future research. Family Business Review, 258–279. https://doi.org/10.1177/0894486511435355.

Burnard, K., & Bhamra, R. (2011). Organisational resilience: development of a conceptual framework for organisational responses. International Journal of Production Research, 18, 5581–5599. https://doi.org/10.1080/00207543.2011.563827

Carmeli, A., & Markman, G. D. (2011). Capture, governance, and resilience: strategic implications from the history of Rome. Strategic Management Journal, v, 32, 322–341. https://doi.org/10.1002/smj.880

Cômite de Datação de Ciclos Econômicos – CODACE (2017). Comunicado de 30 de outubro de 2017. Fundação Getulio Vargas. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: https://portalibre.fgv.br/sites/default/files/2020-03/comite-de-data_o-de-ciclos-econ_micos-comunicado-de-30_10_2017-_1_.pdf. Acesso em: 26 out. 2019.

Coutinho, C. P. (2008). A qualidade da investigação educativa de natureza qualitativa: questões relativas à fidelidade e validade. Educação Unisinos, 5–15.

Crespo, N. F., Rodrigues, R., Samagaio, A., & Silva, G. M. (2019). The adoption of management control systems by start-ups: Internal factors and context as determinants. Journal of Business Research, 101, 875–884. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2018.11.020

D’avila, O. S.; Silveira- Martins, E. (2017). Proposição e validação de escala para mensuração da capacidade dinâmica produtiva. Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios, 10(1). https://doi.org/10.19177/reen.v10e12017285-311

Drucker, P. E. (1995). Redesigning the corporation requires a new set of tools and concepts: the information executives need. Havard Business Review, 73(2), 54-63.

Ferreira, P. C., Oliveira, I. C. L., Lima, L. F., & Barros, A. C. (2017). Medindo a Incerteza Econômica no Brasil. Instituto Brasileiro de Economia - IBRE.

Folke, C., Carpenter, S. R., Walker, B., Scheffer, M., Chapin, T., & Rockström, J. (2010). Resilience thinking: integrating resilience, adaptability and transformability. Ecology and Society, 15(4), 33-53.

Frezatti, F., Bido, D., De, S., Mucci, D. M., & Beck, F. (2017). Estágios do ciclo de vida e perfil de empresas familiares brasileiras. Revista de Administração de Empresas, v, 57(6), 601–619. https://doi.org/10.1590/s0034-759020170607

Gautret, P., Lagier, J.-C., Parola, P., Hoang, V. T., Meddeb, L., Mailhe, M., Doudier, B., Courjon, J., Giordanengo, V., Vieira, V. E., Tissot Dupont, H., Honoré, S., Colson, P., Chabrière, E., La Scola, B., Rolain, J.-M., Brouqui, P., & Raoult, D. (2020). Hydroxychloroquine and azithromycin as a treatment of COVID-19: results of an open-label non-randomized clinical trial. International Journal of Antimicrobial Agents, 56(1), 105949. https://doi.org/10.1016/j.ijantimicag.2020.105949

Grzybovski, D. (2007). Plataforma de conhecimentos e aprendizagem transgeracional em empresas familiares.

Hanson, S. K., Hessel, H. M., & Danes, S. M. (2019). Relational process in family entrepreneurial culture and resilience across generations. Journal of Family Business Strategy, 10. https://doi.org/10.1016/j.jfbs.2018.11.001

Herbane, B. (2019). Rethinking organizational resilience and strategic renewal in SMEs. Entrepreneurship & Regional Development, 476–495. https://doi.org/10.1080/08985626.2018.1541594

Jakimovski, D., Kavak, K. S., Longbrake, E. E., Levit, E., Perrone, C. M., Bar-Or, A., & to COVID, M. S. R. (2022). Impact of resilience, social support, and personality traits in patients with neuroinflammatory diseases during the COVID-19 pandemic. Multiple sclerosis and related disorders, 68, 104235. https://doi.org/10.1016/j.msard.2022.104235.

Leite, F. K., Silveira-Martins, E., Raasch, M., Capuano, A. P. C., & Ávila, L. C. (2021). Análise do processo de adaptação estratégica do NewWay Lanches à luz do modelo de Tushman e Romanelli (1985). Revista da Micro e Pequena Empresa, 15(3), 61-77. http://dx.doi.org/10.48099/1982-2537/2021v15n3p6177

Lengnick-Hall, C. A., Beck, T. E., & Lengnick-Hall, M. L. (2011). Developing a capacity for organizational resilience through strategic human resource management. Human Resource Management Review, 243–255. https://doi.org/10.1016/j.hrmr.2010.07.001

Linnenluecke, M. K. (2017). Resilience in business and management research: A review of influential publications and a research agenda. International Journal of Management Reviews, 1, 4–30. https://doi.org/10.1111/ijmr.12076

Linnenluecke, M. K., Griffiths, A., & Winn, M. (2012). Extreme weather events and the critical importance of anticipatory adaptation and organizational resilience in responding to impacts. Business Strategic and the Environment, 17–32. https://doi.org/10.1002/bse.708

Martins, D. B. (2019). Contribuição do uso do controle gerencial para o desenvolvimento da resiliência organizacional. 2019, 235f. Tese (Doutorado em Ciências) - Faculdade de Economia.

Mc Aslan, A. (2010). The concept of resilience: understanding its origins, meaning and utility. Adelaide: Torrens Resilience Institute, 2010. Disponível em: http://flinders.edu.au/centres-files/TRI/pdfs/organisationalresilience.pdf. Acesso em 26 ago. 2019.

Mendes, C. C. (2017). Evolução Fiscal e Financeira dos Estados Brasileiros. In Desafios Conjunturais e Restrições Estruturais. Boletim Regional (p. 45–52).

Meyer, A. D. (1982). Administrative Science Qurterly, v. 27, 515–537. https://doi.org/10.2307/2392528

Modell, S. (2005). Triangulation between case study and survey methods in management accounting research: An assessment of

validity implications. Management Accounting Research, 16, 231–254. https://doi.org/10.1016/j.mar.2005.03.001

Nogueira, M. G. S., Gonçalo, C. R., & Verdinelli, M. A. (2017). Proposição e validação de instrumento de mensuração da capacidade estratégica de resiliência organizacional. Revista Espacios, 7, 18–33.

O Estado de São Paulo – ESTADÃO. (2020). Os casos brasileiros de corona vírus. O que se sabe até agora. Disponível em: https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,os-casos-brasileiros-de-coronavirus-o-que-se-sabe-ate-agora,70003221913. Acesso em: 26 mar. 2020.

Revista Exame. (2019). IBGE divulgou PIB do segundo trimestre, que subiu 0,4%; durante a recessão dos anos de 2015 e 2016, o PIB acumulou uma retração de 8,2%. Disponível em: https://exame.abril.com.br/economia/pib-do-brasil-so-recuperou-30-do-que-foi-perdido-na-crise-economica/. Acesso em: 21 set. 2019.

Rio Grande do Sul. (2020). Decreto nº 55.128, de 19 de Março de 2020. Declara estado de calamidade pública em todo o território do Estado do Rio Grande do Sul para fins de prevenção e de enfrentamento à epidemia causada pelo COVID-19 (novo Coronavírus), e dá outras providências. Rio Grande do Sul, RS, abr 2020. Disponível em: https://saude-admin.rs.gov.br/upload/arquivos/202003/19125910-decreto-55-128-20.pdf. Acesso em: 26 ago. 2020.

Rio Grande do Sul. (2020). Decreto nº 55.240, de 10 de Maio de 2020. Institui o Sistema de Distanciamento Controlado para fins de prevenção e de enfrentamento à epidemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, reitera a declaração de estado de calamidade pública em todo o território estadual e dá outras providências. Rio Grande do Sul, RS, mai. 2020. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=395059. Acesso em: 26 ago. 2020.

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. (2020a). Boletim de Impacto e Tendências n° 16 (24/07/2020). 16 ed. São Paulo, 2020. 13p. Disponível em: https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/b5fe376caf943aca40d9e940808433f3/$File/19647.pdf. Acesso em: 15 out. 2020.

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. (2020b). Boletim de Impacto e Tendências n° 17 (07/08/2020). 17 ed. São Paulo, 2020. 13p. Disponível em: https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/a246523555d874372d9cdb9b2c966a79/$File/19657.pdf. Acesso em: 15 out. 2020.

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. (2020c). Boletim de Impacto e Tendências n° 19 (04/09/2020). 19 ed. São Paulo, 2020. 14p. Disponível em: https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/42ce0d65dde07815e755e5f2e22383c1/$File/19759.pdf. Acesso em: 15 out. 2020.

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. (2020d). Boletim de Impacto e Tendências n° 21 (02/10/2020). 21 ed. São Paulo, 2020. 14p. Disponível em: https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/5e6b8d768ab7d062f5f9e26daf6ddcf7/$File/30525.pdf. Acesso em: 15 out. 2020.

Silveira-Martins, E., Daneluz, M. O., & Leite, F. K. (2017). O bebum que não bebe: um caso para ensino sobre orientação empreendedora. Perspectivas Contemporâneas, v, 12(2), 211–233.

Singh, S., Darwish, T. K., & Potočnik, K. (2016). Measuring organizational performance: A case for subjective measures. British Journal of

Management, 1, 214–224. https://doi.org/10.1111/1467-8551.12126

Stake, R. E. (1995). The art of case study research. SAGE Publications.

Teece, D. J., Pisano, G., Shuen, A. (1997). Dynamic capabilities and strategic management. Strategic Management Journal, 18(7), 509-533.

Vohra, V. (2015). Organizational environments and adaptive responde mechanisms in India. Journal of Indian Business Research, 1, 21–44. https://doi.org/10.1108/JIBR-01-2014-0001

Voss, C., Tsikriktsis, N., & Frohlich, M. (2002). Case research in operations management. International Journal of Operations & Production Management, v, 22(2), 195–219. https://doi.org/10.1108/01443570210414329

Yin, R. K. (2016). O que é pequisa qualitativa - e por que você cogitaria fazer este tipo de pesquisa? Pesquisa qualitativa do início ao fim. Penso.

Zhou, K., & Li, C. (2007). How does strategic orientation matter in Chinese firms? Asia Pacific Journal of Management, 447–466. https://doi.org/10.1007/s10490-007-9048-1

Downloads

Publicado

2023-06-30

Como Citar

Leite, F. K., Cruz, A. P. C. da, D’Ávila, L. C., Silvana Anita, & Silva, F. M. da. (2023). Resiliência organizacional e capacidade adaptativa: um estudo de caso em uma empresa familiar Gáucha. Revista De Administração Da UFSM, 16(2), e6. https://doi.org/10.5902/1983465969787

Edição

v. 16 n. 2 (2023): Abr-Jun

Seção

Artigos

Licença

Copyright (c) 2023 Revista de Administração da UFSM

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Autores de artigos publicados pela ReA/UFSM mantêm os direitos autorais de seus trabalhos, licenciando-os sob a licença Creative Commons Attribution CC-BY, que permite que os artigos sejam reutilizados e distribuídos sem restrição, desde que o trabalho original seja corretamente citado.

 

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)