Determinantes das práticas de responsabilidade social empresarial: pressão institucional ou oportunidade estratégica?
DOI:
https://doi.org/10.5902/1983465929627Abstract
A teoria institucional e os estudos estratégicos sugerem a existência de um potencial paradoxo em seus fundamentos. Estudos anteriores sobre fatores institucionais e estratégicos determinantes das práticas de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) não tratam desse paradoxo. Esta pesquisa teve o objetivo de entender como fatores potencialmente divergentes explicam o mesmo fenômeno: o envolvimento em RSE. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa em uma grande indústria do setor calçadista brasileiro. Entrevistas e documentos dessa empresa forneceram os dados, os quais foram analisados por meio da análise de conteúdo. Os resultados revelaram que fatores institucionais e estratégicos influenciam positivamente as práticas de RSE, numa relação de complementaridade. Conclui-se, portanto, que não existe incompatibilidade entre os determinantes institucionais e estratégicos da RSE. Em vez disso, existe uma relação de complementaridade. Assim, espera-se que esta pesquisa contribua para aprofundar o entendimento dos determinantes da RSE. Espera-se, ainda, que os gestores empresariais tratem as pressões institucionais como oportunidades estratégicas.
Downloads
Literaturhinweise
ABICALÇADOS. Relatório setorial: indústria de calçados. [S.l], 2016. Disponível em: http://www.abicalcados.com.br/. Acesso em: 5 abr. 2017.
AGUILERA, R. V. et al. Putting the S back in corporate social responsibility: a multilevel theory of social change in organizations. Academy of Management Review, v. 32, n. 3, p. 836-863, 2007.
AGUINIS, H.; GLAVAS, A. What we know and don't know about corporate social responsibility: a review and research agenda. Journal of Management, published online, p. 1-37, mar. 2012.
ALMEIDA, F. J. R. de. Ética e desempenho social das organizações: um modelo teórico de análise dos fatores culturais e contextuais. RAC, v. 11, n. 3, p. 105-125, jul./set. 2007.
ALPERSTEDT, G. D.; QUINTELLA, R. H.; SOUZA, L. R. Estratégias de gestão ambiental e seus fatores determinantes: uma análise institucional. RAE, São Paulo, v. 50, n. 2, p. 170-186, abr./jun. 2010.
ALVES, E. A. Dimensões da responsabilidade social da empresa: uma abordagem desenvolvida a partir da visão de Bowen. R. Adm., São Paulo, v. 38, n. 1, p. 37-45, jan./fev./mar. 2003
BANSAL, P.; ROTH, K. Why companies go green: a model of ecological responsiveness. Academy of Management Journal, n. 43, p. 717-736, 2000.
BARNEY, J. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, v. 17, n. 1, p. 99-120, 1991.
BORGES, D. E.; DUTRA, L. C.; SCHERER, F. L. Meio ambiente e estratégia: um estudo multicaso no setor vitivinícola da Região Central do Rio Grande do Sul sob a perspectiva da teoria institucional. Rev. Adm. UFSM, Santa Maria, v. 7, p. 40-54, set. 2014. Ed. especial.
BURKE, L.; LOGSDON, J. M. How Corporate Social Responsibility Pays Off. Long Range Planning, v. 29, n. 4, p. 495- 502, 1996.
CAMPBELL, J. L. Why would corporations behave in socially responsible ways? an institutional theory of corporate social responsibility. Academy of Management Review, v. 32, n. 3, p. 946-967, 2007.
CARROLL, A. B. A three- dimensional conceptual model of corporate performance. The Academy of Management Review, v. 4, n. 4, p. 497-505, out. 1979. Disponível em: <http://www.jstor.org/page/info/about/policies/terms.jsp>. Acesso em: 6 jun. 2014.
CLARKSON, M. B. E. Um modelo stakeholder para analisar e avaliar o desempenho social corporativo. Academy of Management Review, v. 20, n. 1, p. 92-117, 1995.
COSTA, A. B. Instituições e competitividade no arranjo calçadista do Vale dos Sinos. Análise Econômica, Porto Alegre, a. 27, n. 52, p. 253-283, set. 2009.
DIALLO, M. F.; LAMBEY-CHECCHIN, C. Consumers’ Perceptions of Retail Business Ethics and Loyalty to the Retailer: The Moderating Role of Social Discount Practices. J. Bus Ethics, n. 141, p. 435-449, 2017.
DIMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W. The iron cage revisited: institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, v. 48, n. 2, p. 147-160, apr. 1983.
EISENHARDT, K. M. Building theories from case study research. The Academy of Management Review, v. 14, n. 4, p. 532-550, Oct. 1989.
FRYNAS, J. G.; YAMAHAKI, C. Corporate social responsibility: review and roadmap of theoretical perspectives. Business Ethics: A European Review, v. 25, n. 3, jul. 2016.
GARCIA-SANCHEZ, I. M.; CUADRADO-BALLESTEROS, B.; FRIAS-ACEITUNO, J. V. Impact of the institutional macro context on the voluntary disclosure of CSR information. Long Range Planning, n. 49, p. 15-35, 2016.
GONZÁLEZ-BENITO, J.; GONZÁLEZ-BENITO, O. The role of stakeholder pressure and managerial values in the implementation of environmental logistics practices. International Journal of Production Research, v. 44, p. 1-37, 2006.
GRENDENE. Código de conduta. [S.l.], 2008. Disponível em: <http://ri.grendene.com.br/PT/Central-de-Download>. Acesso em: 5 abr. 2017.
______. Formulário de referência. [S.l.], 2016. v. 15. Disponível em: <http://ri.grendene.com.br/PT/Central-de-Download>. Acesso em: 5 abr. 2017.
HELMIG, B.; SPRAUL, K. E INGENHOFF, D. Under positive pressure: how stakeholder pressure affects corporate social responsibility Implement. Business & Society, p. 1-38, 2013. Disponível em: <http://bas.sagepub.com/content/early/2013/02/24/0007650313477841>. Acesso em: 6 nov. 2016.
HUSTED, B. W. Governance choices for corporate social responsibility: to contribute, collaborate or internalize? Long Range Planning, v. 36, n. 5, p. 481-498, 2003.
HUSTED, B. W.; ALLEN, D. B.; KOCK, N. Value creation through social strategy. Business and Society, v. 54, n. 2, p. 147-186, 2015.
HUSTED, B. W.; SALAZAR, J. J. Taking Friedman seriously: maximizing profits and social performance. Journal of Management Studies, v. 43, n. 1, p. 75-91, 2006.
JONES, T. M. Instrumental stakeholder theory: a synthesis of ethics and economics. Academy of Management Review, v. 20, n. 2, p. 404-437, 1995.
KASSINIS, G.; VAFEAS, N. Stakeholder pressures and environmental performance. Academy of Management Journal, v. 49, n. 1, p. 145-159, 2006.
LEFEBVRE, E.; LEFEBVRE, L. A.; TALBOT, S. Determinants and impacts of environmental performance in SMEs. R&D Management, v. 33, n. 3, p. 262-283, 2003.
MAIGNAN, I.; FERRELL, O. C. Antecedents and benefits of corporate citizenship: an investigation of French businesses. Journal of Business Research, v. 51, p. 37-51, 2001.
OZDORA-AKSAK, E.; ATAKAN-DUMAN, S. Gaining legitimacy through CSR: an analysis of turkey’s 30 largest corporations. Business Ethics: A European Review, v, 25, n. 3, jul. 2016.
PARK, B II; CHOI, J. Stakeholder influence on local corporate social responsibility activities of Korean multinational enterprise subsidiaries. Emerging Markets Finance & Trade, v. 51, p. 335-350, 2015.
PORTER, M. E. Estratégia competitiva. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1986.
PORTER, M. E.; KRAMER, M. Strategy and society: the link between competitive advantage and corporate social responsibility. Harvard Business Review, v. 84, n. 12, p. 78-92, 2006.
______. The big idea: creating shared value. Harvard Business Review, p. 1-12, jan./fev.2011.
PORTER, M. E.; VAN DER LINDE, C. Toward a new conception of the environment-competitiveness relationship. The Journal of Economic Perspectives, v. 9, n. 4, p. 97-118, 1995.
QUIVI, R.; CAMPENHOUDT, L. V. Manual de investigação em ciências sociais. Gradiva: Lisboa, 1992.
ROSSONI, L. O que é legitimidade organizacional? o&s, Salvador, v. 23, n. 76, p. 110-129, Jan./Mar. 2016.
SCOTT, W. R. The adolescence of institutional theory. Administrative Science Quarterly, v. 32, n. 4, p. 493-511, Dec. 1987.
______. Institutional theory: contributing to a theoretical research program. 2005. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/265348080>. Acesso em: 6 nov. 2016.
SHARMA, S. Managerial interpretations and organizational context as predictors of corporate choice of environmental strategy. Academy of Management Journal, n. 43, p. 681-697, 2000.
SHARMA, S.; VREDENBURG, H. Proactive corporate environmental strategy and the development of competitively valuable organizational capabilities. Strategic Management Journal, v. 19, p. 729-753, 1998.
SHNAYDER, L.; RIJNSOEVER, F. J. HEKKERT, M. P. Motivations for corporate social responsibility in the packaged food industry: an institutional and stakeholder management perspective. Journal of Cleaner Production, n. 122, p. 212-227, 2016.
SINGH, N.; JAIN, S.; SHARMA, P. Determinants of proactive environmental management practices in Indian firms: an empirical study. Journal of Cleaner Production, n. 66, p.469-478, 2014.
Downloads
Veröffentlicht
Zitationsvorschlag
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Authors of articles published by ReA/UFSM retain the copyright of their works, licensing them under the Creative Commons (CC-BY 4.0), which allows articles to be reused and distributed without restriction, provided that the original work is properly cited.