Divisão sexual do trabalho durante o teletrabalho: trabalho remoto na pandemia e no programa de gestão e desempenho em uma Universidade Federal
DOI:
https://doi.org/10.5902/2526629283886Parole chiave:
Teletrabalho, Divisão sexual do trabalho, Técnico-Administrativos na educação, Desigualdade de gêneroAbstract
Este artigo visa analisar as percepções dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal Fluminense (UFF) acerca da realização de trabalho remunerado e de atividades domésticas na rotina de trabalho remoto, durante a pandemia de covid-19 e durante o Programa de Gestão e Desempenho (PGD), a fim de identificar possíveis desigualdades de gênero. Os dados foram coletados por meio de aplicação de questionário fechado e, em seguida, análise quantitativa dos dados. A análise dos dados obtidos pela pesquisa indica que as desigualdades de gênero se reproduzem entre os servidores técnico-administrativos da universidade que atuam em teletrabalho, já que as mulheres tendem a realizar mais atividades domésticas que os homens, e as mulheres casadas realizam ainda mais atividades domésticas do que os homens casados e que as mulheres solteiras. Considera-se, portanto que mesmo com o aumento da divisão de atividades domésticas e de cuidado entre homens e mulheres, a maior parte destas tarefas continua sendo realizada majoritariamente por elas. O presente trabalho pretende colaborar com as reflexões acerca da divisão sexual do trabalho e das desigualdades de gênero no teletrabalho, em especial na esfera do PGD nas universidades públicas federais.
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