Criopreservação de embriões zigóticos de seringueira (<i>Hevea brasiliensis</i>) contendo tecido de reserva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509847436

Palavras-chave:

Recalcitrante, Biotecnologia, Vitrificação, Nitrogênio líquido

Resumo

A conservação de sementes recalcitrantes de seringueira é pouco duradoura, quando comparada com espécies que possuem sementes ortodoxas. Dessa forma, a preservação da espécie ocorre especialmente em campo na forma da planta inteira, o que requer muito espaço físico. A biotecnologia, por meio da técnica da criopreservação pode ser uma ferramenta auxiliadora na manutenção da viabilidade das sementes durante o seu armazenamento. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade de embriões zigóticos de seringueira, contendo o tecido de reserva, submetidos a distintas formas de vitrificação, seguido da conservação por meio da criopreservação. Para realização da pesquisa foram utilizadas sementes de seringueira, produzidas no estado de São Paulo. Primeiramente, foram estudadas distintas formas de vitrificação dos embriões zigóticos contendo o tecido de reserva. Os embriões foram avaliados logo após a vitrificação e aos sete dias de conservação em nitrogênio líquido a uma temperatura de -196ºC. As avaliações realizadas foram: determinação do teor de água, viabilidade dos embriões pelo teste de tetrazólio, germinação in vitro e condutividade elétrica. Os resultados foram analisados em delineamento inteiramente casualizados, em esquema fatorial 2 x 5, sendo o primeiro fator época de avaliação (antes e após a criopreservação) e o segundo fator, as formas de vitrificação. Conclui-se que é necessário testar um maior período de exposição dos embriões nas soluções de vitrificação, especialmente nas soluções que apresentaram melhores resultados de viabilidade e germinação (soluções: • 50% de glicerol; • 30% (p/v) glicerol, 15% (p/v) de etilenoglicol, 15% (p/v) dimetilsulfóxido (DMSO) e 0,4 M de sacarose; e • 2 M glicerol seguidos de PVS). Adicionalmente, deve ser analisado um maior nível de desidratação dos embriões, o qual a espécie possa suportar, para que possam ser expostos a criopreservação.

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Biografia do Autor

Tereza Cristina de Carvalho, Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais, Ponta Grossa, PR

Engenheira Agrônoma, Dra., Professora Titular do Departamento de Agronomia, Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais, Rua Tomazina, s/n, Olarias, CEP 84025-510, Ponta Grossa (PR), Brasil.

Ricardo Antônio Ayub, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR

Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Titular do Departamento de Fitotecnia e Fitopatologia, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Avenida General Carlos Cavalcanti, 4748, Uvaranas, CEP 84030-900, Ponta Grossa (PR), Brasil.

Elaine Cristine Piffer Gonçalves, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Colina, SP

Engenheira Agrônoma, Dra., Pesquisadora Científica da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Avenida Rui Barbosa, s/n, CEP 14770-000, Colina (SP), Brasil.

Camila Audrey dos Reis, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR

Bióloga, Ma., Doutoranda em Agronomia na Universidade Estadual de Ponta Grossa, Avenida General Carlos Cavalcanti, 4748, Uvaranas, CEP 84030-900, Ponta Grossa (PR), Brasil.

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Publicado

01-06-2021

Como Citar

Carvalho, T. C. de, Ayub, R. A., Gonçalves, E. C. P., & Reis, C. A. dos. (2021). Criopreservação de embriões zigóticos de seringueira (<i>Hevea brasiliensis</i>) contendo tecido de reserva. Ciência Florestal, 31(2), 959–973. https://doi.org/10.5902/1980509847436

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Nota Técnica