Testemunho da experiência da infância no exílio e sua representação no conto para crianças Currupaco Papaco, de Ana Maria Machado
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X34396Palavras-chave:
Testemunho, Exílio, Sobrevivência, UtopiaResumo
Analisamos, neste artigo, o testemunho da experiência da infância no exílio de filhos de perseguidos e desaparecidos políticos da Ditadura Militar de 1964, ocorrida no Brasil, e a forma com essa experiência foi representada no campo literário. Para isso, selecionamos dois objetos de estudos: 1) a narrativa testemunhal, intitulada O exílio do meu pai foi a nossa despedida, da sobrevivente Suely Coqueiro (2014); 2) a narrativa ficcional Currupaco Papaco, da escritora Ana Maria Machado (1982). Utilizamos como referencial teórico os estudos sobre exílio e narrativas do exílio (Said, 2003; Vidal, 2004; Montañés, 2006) e o conceito de estado de exceção (Agamben, 2004), sobrevivência (Pelbart, 2016) e Utopia (Szachi,1972). Nesta pesquisa, verificamos a possibilidade de discutir sobre “narrativa do exílio”, a partir da compreensão do exílio como um lugar utópico, espaço de liberdade e resistência, mas também como um dispositivo de sobrevivência.Downloads
Referências
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