As escritas de si e a emergência da autoficção: um campo de indefinições

Autores

  • Ana Cláudia de Oliveira da Silva Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha - IFF

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X27984

Resumo

As escritas de si compreendem um campo conceitual amplo, nem sempre claramente demarcado. Indefinição que faz com que uma variedade de termos teóricos sejam utilizados, muitas vezes como sinônimos. Profusão de nomes que atesta de antemão a dificuldade em delinear como também em delimitar um campo tão heterogêneo. E se aplica igualmente à própria tentativa de esclarecer suas origens, isto é, sua relação com o individualismo moderno. Nesse sentido, torna-se imprescindível, antes de pensarmos sobre as escritas de si na literatura contemporânea, refletir sobre a categoria individualidade e sua aceitação inconteste, como se ela fosse atemporal e compreensível por si mesma. Percurso analítico que permitirá vislumbrar a autoficção não como "uma variantes pós-moderna da autobiografia", mas como uma forma de escrita que rompe com esse modelo narrativo ao colocar em evidência uma série de questionamentos e dúvidas que permeiam o homem contemporâneo, principalmente desde a segunda metade do século XX.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Cláudia de Oliveira da Silva, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha - IFF

Doutoranda em Estudos Literários pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), sob orientação do Prof. Dr. Pedro Brum Santos, e Professora de Língua Portuguesa e Literatura no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus São Vicente do Sul

Referências

ALBERCA, Manuel. ¿Existe La autoficción hispano-americana? In: Cuadernos del Cilha, nº 7/8, 2005-2006. Disponível em: <http://bdigital.uncu.edu.ar/objetos_digitales/1095/albercacilha78.pdf> Acesso em: 30 set. 2015. ARFUCH, Leonor. El espacio biográfico. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2007.

BORDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In: AMADO, Janaína e FERREIRA, Marieta de Moraes. Usos e abusos da história oral. 8ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006, p.183-191.

COSTA LIMA, Luiz. Júbilos e misérias do pequeno eu. In: ____. Sociedade e discurso ficcional. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

DOUBROVSKY, Serge. O último eu. In: NORONHA, Jovita Maria Gerheim (Org.). Ensaios sobre a autoficção. Trad. Jovita Maria Gerheim Noronha, Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.

FOSTER, Hal. O retorno do real: a vanguarda no final do século XX. Trad. Célia Euvaldo. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

FOUCAULT, Michel. A escrita de si. In: Ditos e escritos V. Trad.: Elisa Monteiro e Inês D. Barbosa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

GUSDORF, Georges. Condiciones y límites de la autobiografia. In: Anthropos, Barcelona, nº 29, p.9-18, dezembro 1991.

LEJEUNE, Philippe. L’autobiographieen France. Paris: Armand Colin, 1971. ________. O pacto autobiográfico:de Rousseau à Internet. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

ROBBE-GRILLET, Alain. Por um novo romance francês. São Paulo: Nova Crítica, 1969.

VILAIN, Philippe. Défense de Narcisse. Paris: Bernard Grasset, 2005.

Downloads

Publicado

2017-07-13

Como Citar

Silva, A. C. de O. da. (2017). As escritas de si e a emergência da autoficção: um campo de indefinições. Literatura E Autoritarismo, (20). https://doi.org/10.5902/1679849X27984