De como a letra pode fazer frente ao arquivo: escritura e repetição no K, de Kucinski
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X25568Palavras-chave:
K, Escritura, Repetição, Arquivo, AssinaturaResumo
Abordamos o romance K, de Bernardo Kucinsk, a fim de compreendê-lo como Escritura dissidente e resistente cuja Assinatura sob o nome do autor é a própria Repetição dos procedimentos narrativos que costumeiramente são adotados pela ficção em torno dos arché de poder institucional. Tentamos teorizar o conceito de Arquivo segundo as reflexões de Derrida para melhor compreendermos a Escritura de Kucinski como texto nascido da experiência sensível das vítimas da repressão ditatorial militar brasileira. Ao mesmo tempo buscamos investigar de que maneira o K é também Repetição de uma Assinatura da culpa de quem sobrevive a catástrofes. Assim, parece-nos, preliminarmente, que a ficção do K é um acontecimento singular, como ocorre sempre que estamos diante de um relato baseado na experiência catastrófica. Este artigo procura dizer como se configura essa Assinatura e como sua Repetição não anula a Escritura como evento único e tampouco se deixa absorver pela autoridade do Arquivo.Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. O que resta de Auschwitz. São Paulo : Boitempo, 2008.
DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Rio de Janeiro : Graal, 2006
DALCASTAGNÈ, Regina. O Espaço da Dor - o regime de 64 no romance brasileiro. Brasília : Editora UNB, 1996.
DERRIDA, Jacques. Mal de Arquivo – uma impressão freudiana. Rio de Janeiro : Relume Dumará, 2001.
DERRIDA, Jacques. Essa estranha instituição chamada literatura. Belo Horizonte : Editora UFMG, 2014.
KUCINSKI, Bernardo. K – relato de uma busca. São Paulo : Cosac Naify, 2014
PELLEJERO, Eduardo. A escrita na sua toca: Notas para uma etologia do animal literário. Outra Travessia, Florianópolis, n. 18, p. 215-226, jun. 2015. ISSN 2176-8552. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/article/view/2176-8552.2015n18p215/29465. Acesso em: 15 fev. 2016.
SARMENTO-PANTOJA, Tânia. Soledad no Recife, de Urariano Mota e K, de Bernardo Kucisnki: Romance histórico? Romance de testemunho? Documentário ficcional? Ou testemunho romanceado?. Anais do XIV Encontro Nacional da Abralic. 2014, p. 1139. ISSN 2317-157X. Disponível em http://www.abralic.org.br/anais/arquivos/2014_1434476212.pdf. Acesso em: 15 fev. 2016.
Downloads
Publicado
Versões
- 2022-03-16 (2)
- 2017-01-11 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original e não foi submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaro, ainda, que após publicado pela Literatura e Autoritarismo, ele jamais será submetido a outro periódico. Também tenho ciência que a submissão dos originais à Literatura e Autoritarismo implica transferência dos direitos autorais da publicação digital. A não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).