A experiência de cegueira induzida e a percepção espacial-temporal no desenho cego

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1983734873760

Palavras-chave:

Cegueira, Percepção espacial, Percepção temporal, Desenho

Resumo

A partir da experiência de criação de desenhos cegos nasce este estudo baseado em reflexões acerca da prática artística. Na experiência de cegueira induzida, debruça-se sobre a percepção espacial e temporal compreendida no fazer. A predominância da percepção temporal frente à desorientação da percepção espacial conduziu à busca de relatos do neurologista Oliver Sacks quanto à formação da percepção de pessoas cegas que retomam ou não a visão. Estabelece-se então um paralelo sobre a percepção da cegueira induzida e o modo como a realização da série de desenhos cegos é conduzida. O conceito de “contemporâneo” de Giorgio Agamben auxilia a pensar na escuridão dos olhos vendados como uma forma de ser plenamente ativo. Reconhece-se neste não-ver a capacidade de tornar desperto e ativar a atenção para o momento presente, ao oferecer a possibilidade de perceber o tempo e o espaço de forma alargada e intensa.

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Biografia do Autor

Bethielle Amaral Kupstaitis, Federal University of Rio Grande do Sul

Doutora em Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Pelotas (2012-2014). Graduada em Bacharelado em Artes Visuais pela UFRGS (2008-2011). 

Referências

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Publicado

2023-10-31

Como Citar

Kupstaitis, B. A. (2023). A experiência de cegueira induzida e a percepção espacial-temporal no desenho cego. Revista Digital Do LAV, 16(1), e28/1–14. https://doi.org/10.5902/1983734873760