EMBATES ENTRE O PODER ECLESIÁSTICO E O PODER SECULAR NO PENSAMENTO POLÍTICO DA BAIXA IDADE MÉDIA EM CONTEXTO DE AFIRMAÇÃO DAS MONARQUIAS CRISTÃS
Palavras-chave:
baixa Idade Média, pensamento político medieval, relações de poder, monarquias cristãs medievaisResumo
Trabalho cuja problemática enfoca o contexto de afirmação régia em que a formação das monarquias cristãs fora acompanhada pelo recrudescimento do pensamento hierocrático, este que consistia em preceitos de supremacia papal em relação ao poder secular. Nos séculos XIII e XIV os reis assumiram um poder nunca antes alcançado na cristandade e se impuseram nos espaços deixados pelo papado e pelo Império, se constituindo enquanto uma nova via de poder. Juristas ligados às monarquias passaram a utilizar o redescoberto direito romano para legitimar teoricamente o campo de independência política secular em relação à esfera espiritual. Os teóricos favoráveis à política régia não eram anti-religiosos, mas sim anti-eclesiásticos e procuravam através de seus escritos, delimitarem o campo de atuação do pontífice apenas à esfera espiritual, enquanto que o príncipe passaria a ser Imperador em seu reino e possuiria total autonomia nos departamentos militares, jurídicos e fiscais. Portanto, no campo simbólico foram emitidos dos dois lados tratados que legitimavam o próprio poder segundo modelos culturais próprios da época, estes que adaptavam diferentes teorias à ideologia de organicidade social do baixo medievo.