Suicídio entre homens: Um paradoxo de gênero
DOI:
https://doi.org/10.5902/2317175853206Palabras clave:
Suicídio, Masculinidade, Saúde do homem, Fatores de riscoResumen
No Brasil, as mulheres julgam pior seu estado de saúde e apresentam maior ideação suicida, quando comparadas aos homens. Entretanto, a população masculina morre mais jovem e em maior quantidade, com maior efetivação de suicídios. O estereótipo de gênero, portanto, influencia na forma com que os indivíduos utilizam seus corpos e percebem suas emoções. Este ensaio objetiva demonstrar a relação entre o elevado índice de suicídio entre homens e a ideia de masculinidade, bem como apresentar possíveis meios de reverter essa realidade. As expectativas sociais pautadas no patriarcalismo, incluindo as noções de trabalho e virilidade no sexo masculino, criam situações de estresse e frustrações constantes. Concomitantemente, os homens mantêm um distanciamento histórico dos cuidados em saúde, por serem relacionados às ideias de vulnerabilidade e feminilização, o que contribui ainda mais com os elevados índices de suicídio nessa população. Portanto, conclui-se que há necessidade de aprimoramentos na educação de profissionais de saúde e médicos em formação, com abordagens mais especializadas e individualizadas, visando maior efetividade de práticas nos âmbitos educacionais, preventivos e promotores da saúde.
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