A CONSTRUÇÃO SOCIAL DE GÊNERO PARA CRIANÇAS ATRAVÉS DO YOUTUBE

Autores/as

  • Maria Clara Monteiro Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5902/2317175842394

Palabras clave:

Infância, YouTube, Gênero, Nativos digitais.

Resumen

O consumo de vídeos do YouTube, vem se popularizando com as crianças, que desde cedo, podem ter acesso à Internet através de smartphones, tablets, smart TVs, e computadores. Assim, os conteúdos publicados e compartilhados se tornam parte do repertório midiático consumido pelas crianças, o que também inclui formas de aprendizagem sobre a sociedade, como comportamentos e marcadores de gênero. Este artigo propõe analisar qualitativamente como meninos e meninas entre nove e 11 anos constroem seus marcadores de gênero com base no consumo midiático do YouTube. Percebemos que elas consomem conteúdos de acordo com suas noções de feminino e masculino e o YouTube é uma representação social das normatizações impostas por essa dicotomia de dois tipos de gênero.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Maria Clara Monteiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Comunicação, especialista em Teorias da Comunicação e Imagem e publicitária pela Universidade Federal do Ceará.

Citas

ALCÂNTARA, Alessandra. O brincar em ambiente virtual: jogar, postar, conversar. In: ALCÂNTARA, Alessandra; GUEDES, Brenda (Org.). Comunicação e infância: processos em perspectiva. São Paulo: Pimenta Cultural, 2017.

BECK, Dinah. Com que roupa eu vou? Consumo e erotização nos uniformes escolares infantis. In: FELIPE, Jane; GUIZZO, Bianca; BECK, Dinah (Orgs.). Infância, gênero e sexualidade nas tramas da cultura e da educação. Canoas: Editora ULBRA, 2013.

BOYD, Danah; ELLISON, Nicole. Social network sites: definition, history, and scholarship. Journal of Computer-Mediated Communication, v. 13, n. 1, p. 210-230, 2007.

BURGESS, Jean; GREEN, Joshua. YouTube e a revolução digital: como o maior fenômeno da cultura participativa está transformando a mídia e a sociedade. São Paulo: Aleph, 2009.

BUTLER, Judith. Cuerpos que importan: sobre los límites materiales y discursivos del “sexo”. Buenos Aires: Paidós, 2002.

CANCLINI, Nestor. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1999a.

__________. El consumo cultural: una propuesta teórica. In: SUNKEL, Guillermo (Org.). Consumo cultural en América Latina. Santafé de Bogotá: Convenio Andrés Bello, 1999b.

CORSARO, William. Sociologia da infância. Porto Alegre: Artmed, 2011.

DIJCK, José Van. The culture of connectivity: a critical history of social media. 2 ed. Nova Iorque: Oxford, 2013.

FANTIN, Monica. “Nativos e imigrantes digitais” em questão: crianças e competências midiáticas na escola”. Passagens, v. 7, n. 1, 2016, p. 5-26.

______. “Crianças, dispositivos móveis e aprendizagens formais e informais”. Educação temática digital, v. 20, n. 1, 2018, p. 66-80.

FELIPE, Jane; GUIZZO, Bianca. Erotização dos corpos infantis na sociedade do consumo. Pro-posições, v. 14, n. 3, set./dez. 2003.

FELIPE, Jane. Erotização dos corpos infantis. In: LOURO, Guacira; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes, 2008.

FELIPE, Jane; GUIZZO, Bianca; BECK, Dinah (Orgs.). Infância, gênero e sexualidade nas tramas da cultura e da educação. Canoas: Editora ULBRA, 2013.

FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.

FRANÇA, Vera. O acontecimento e a mídia. Galáxia, São Paulo, v. 12, n. 24, p. 10-21, dez. 2012.

HOOKS, Bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.

JENKINS, Henry. Cultura da convergência. 2 ed. São Paulo: Aleph, 2009.

JENKINS, Henry; ITO, Mizuko, BOYD, Danah. Participatory culture in a networked era: a conversation on youth, learning, commerce, and politics. Cambridge, UK: Polity Press, 2016. Documento disponível para Kindle.

KYNCL, Robert; PEYVAN, Maany. Streampunks: how YouTube and the new creators are transforming our lives. Londres: Penguim Random House, 2017. Documento disponível para Kindle.

LANGE, Patricia. Videos of affinity on YouTube. In: SNICKARS, Pelle; VONDERAU, Patrick (Org.). The YouTube Reader. Stockholm: Mediehistoriskt, 2009.

MARINHO, Maria Helena. Pesquisa Video Viewers: como os brasileiros estão consumindo vídeos em 2018”. Think with Google, 2018. Available on: <https://goo.gl/oBzbKp>. Acess date: October, 14th. 2018.

MEYER, Dagmar. Gênero e educação: teoria e política. In: LOURO, Guacira; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes, 2008.

MIGLIORA, R.; FISCHBERG, J. O vício de ver tevê. In: DUARTE, R. (Org.). A televisão pelo olhar das crianças. São Paulo: CORTEZ, 2008.

MONTIGNEAUX, Nicolas. Público-alvo: crianças – a força dos personagens e do marketing para falar com o consumidor infantil. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

NÚCLEO DE INFORMAÇÃO E COORDENAÇÃO DO PONTO BR (NIC.br) (Org.). Pesquisa sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no Brasil: TIC Kids On-line Brasil 2016. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2017. Available on: < http://cetic.br/publicacao/pesquisa-sobre-o-uso-da-internet-por-criancas-e-adolescentes-no-brasil-tic-kids-online-brasil-2016/>. Acess date: December, 23th. 2017.

________________. Pesquisa sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no Brasil: TIC Kids On-line Brasil 2018. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2019. Available on: < https://cetic.br/publicacao/pesquisa-sobre-o-uso-da-internet-por-criancas-e-adolescentes-no-brasil-tic-kids-online-brasil-2018/>. Acess date: December, 20th. 2019.

OROZCO GOMEZ, Guillermo. Entre telas: novos papéis comunicativos e educativos dos cidadãos. In: APARICI, Roberto (Org.). Educomunicação: para além do 2.0. São Paulo: Paulinas, 2014.

_____________. Mediaciones familiares y escolares em la recepción televisiva de los niños. (Algunos hallazgos recientes). Comunicación y sociedad, n. 13, set-dec. 1991, p.113-129.

PALFREY, John; GASSER, Urs. Born digital. New York: Basic Books, 2008.

POMPEU, Bruno. “Os significados do consumir em tempos de redes sociais: comprar, vincular, curtir?” In: ATEM, Guilherme; OLIVEIRA, Thaiane; AZEVEDO, Sandro (Orgs.). Ciberpublicidade: discurso, experiência e consumo na cultura transmidiática. Rio de Janeiro: E-papers, 2014.

POSTMAN, Neil. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999.

PRENSKY, Marc. Digital natives, digital immigrants. On the horizon, MCB University Press, v. 9, n. 5, p. 1-6, out. 2001.

QVORTRUP, Jens. A infância enquanto categoria estrutural. Educação e pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 631-643, 2010.

ROSA, Maria Virginia; ARNOLDI, Maria Aparecida. A entrevista na pesquisa

qualitativa: mecanismos de avaliação de resultados. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

ROSÁRIO, Nísia Martins do. A cartografa como um mapa movente para a pesquisa em comunicação. Comunicação e inovação, v. 19, n. 41, p. 34-48, set-dez. 2018.

_____. Imagens midiáticas em corpos eletrônicos. Intexto, v. 1, n. 18, p. 1-13, jan-mai. 2008.

ROSÁRIO, Nísia Martins do; COCA, Adriana. O paradoxo publicitário na televisão brasileira: atualizando dissidência de gênero num mundo uniforme. Journal on Semiotics and Culture, n. 3, p. 7-19, 2017.

ROSÁRIO, Nísia Martins do; AGUIAR, Lisiane. Implosão midiática: corporalidades nas configurações de sentidos da linguagem. Significação, v. 41, n. 42, p. 166-185, 2014.

SABAT, Ruth. Gênero e sexualidade para consumo. In: LOURO, Guacira; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes, 2008.

SANTI, Pedro Luiz. Desejo e adição nas relações de consumo. São Paulo: Zagodoni, 2011.

SAYÃO, Deborah. Pequenos homens, pequenas mulheres? Meninos, meninas? Algumas questões para pensar as relações entre gênero e infância. Pro-posições, v. 14, n. 3, p. 67-87, set-dez. 2003.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e realidade, v. 20, n. 2, p. 71-99, 1995.

SNICKARS, Pelle; VONDERAU, Patrick (Org.). The YouTube Reader. Stockholm: Mediehistoriskt, 2009.

SOUZA, Érica. Marcadores sociais da diferença e infância: relações de poder no contexto escolar. Cadernos Pagu, n. 26, p. 169-199, jan-jun. 2006.

SOUZA, Marco Antonio. A infância na mídia: desvendando essa história. In: SOUTO, Kely; SOUZA, Marco Antonio; TOSTA, Sandra; VIANNA, Graziela; RIBEIRO, Ruth (Orgs.). Infância na mídia. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

SWANN, Joan. Girls, boys and language. Oxford: Backwell, 1992.

TOALDO, Mariangela. JACKS, Nilda. Consumo midiático: uma especificidade do consumo cultural, uma antessala para os estudos de recepção. In: ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS, 22, 2013, Salvador, Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. Anais... Salvador: Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, 2013.

TOFFLER, Alvin. The third wave. Nova York: Bantam Books, 1980.

WOLF, Naomi. O mito da beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.

Publicado

2020-08-11

Cómo citar

Monteiro, M. C. (2020). A CONSTRUÇÃO SOCIAL DE GÊNERO PARA CRIANÇAS ATRAVÉS DO YOUTUBE. Revista Sociais E Humanas, 33(2). https://doi.org/10.5902/2317175842394