“Na Batida da Concha”: um Olhar Antropológico sobre Homossexualidade Masculina no Interior do Rio Grande do Sul
Palabras clave:
Antropologia, Homossexualidade, GauchismoResumen
Este trabalho problematiza as práticas homossexuais de seis jovens homens com idade entre 18 e 25 anos, residentes em Santa Maria, pertencentes às classes médias. Os entrevistados vivem a experiência homossexual de maneira não “assumida”, ou seja, são jovens que tem desejos ou práticas sexuais homoeróticas, mas não se identificam publicamente como homossexuais. Os dados foram coletados através de uma pesquisa qualitativa, antropológica, iniciada com uma observação participante em bares e festas direcionados ao público GLBTT e entrevistas gravadas. Em comum, além das práticas homoeróticas, e da situação sócio-econômica, os seis informantes são oriundos de cidades do interior do Rio Grande do Sul e apontam cenários de bastante repressão a sua sexualidade. As razões apontadas para tanto são a cultura familiar muito arraigada aos valores conservadores, sobretudo do tradicionalismo gaúcho, e à moral religiosa cristã. Estes jovens acreditam que adotando a “invisibilidade” conseguirão dribla as mais variadas formas de discriminação e estigmatização social de que são vítimas aqueles que escolhem viver a homossexualidade de maneira mais pública. A discussão sobre homossexualidade ainda é recente nas Ciências Sociais e muitas questões estão em aberto, em face disso a necessidade de um maior número de estudos desta temática a fim de propiciar o debate e, quem sabe, a quebra de antigos tabus.