Simbólica e Mística do Divino: Remanescentes Joaquimitas na Cultura Luso-Brasileira
Palabras clave:
Joaqim de Fiore, Simbolismo, Franciscanos espirituaisResumen
O texto estabelece a relação entre a simbólica da popular Festa do Divino e a doutrina de Joaquim de Fiore (1135-1202). Seguindo alguns estudos que entendem esta festividade como uma verdadeira representação da Terceira Idade do Mundo, mostra-se que, desde seus primórdios, ela associa o tema político do Império e a doutrina joaquimita na versão dos franciscanos espirituais, do sebastianismo e do Quinto Império. Mostra-se ainda que, na atualidade, a doutrina do Divino guarda fidelidade às origens joaquimitas, dado que o nome do Abade Joaquim é citado como seu criador. Além disso, permanecem os seguintes elementos simbólicos caros à tradição joaquimita: a indumentária conserva as cores do Filho e do Espírito e observa-se o protagonismo das crianças, como na terceira era joaquimita. Paralelamente, sugere-se que este simbolismo sobrevive em dois registros históricos: o da Guerra de Canudos e o do Contestado.