A mitologia da equidade de gênero: considerações a partir de uma abordagem histórico-social
DOI:
https://doi.org/10.5902/2317175840994Palavras-chave:
Equidade, Violência de gênero, Patriarcado, Relações de gênero, Status quoResumo
O presente artigo visa elencar e discutir categorias indispensáveis para compreensão da mitologia da equidade de gênero, construída historicamente de forma difusa no senso comum com aparato no fundamentalismo religioso. Apresenta dessa forma, a partir de uma abordagem qualitativa de uma pesquisa bibliográfica em livros, artigos, monografias, dissertações e teses, a gênese da desigualdade, pautada na divisão de papéis sociais com fulcro no sexo. Logo, essa tessitura acadêmica consubstancia-se através de renomados autores como Osterne (2011), Beauvoir (1970), Meneghel e Portella (2017), Grassi (2015), Almeida e Saffioti (1995), Balbinotti (2018), Muraro (1997), Silva e Silva (2017), Kergoat (2009), Louro (1997, 2001), Leite (2019), Silva (2019), dentre outros. Esta investigação traz à tona os processos de violência à mulher na sociedade brasileira, constatando-se progressivas lutas a favor da equidade de gênero numa realidade ainda arraigada nos ranços da desigualdade, multiplicidades de violência e definição de papéis a partir do nascimento (mulher veste rosa, cuida da casa e dos filhos e homem provém o lar, trabalhando fora e desenvolvendo atividades típicas do gênero), que proporcionam estereótipos de gênero.
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Referências
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