Construire l’hégémonie à Bahia occidentale
réflexions sur la trajectoire des stratégies discursives du bloc baiúchos (2008-2022)
DOI :
https://doi.org/10.5902/2236672590499Mots-clés :
Théorie du Discours, Stratégies discursives, Hégémonie, Agro-industrie, Bahia occidentalRésumé
Avec la contribution de la Théorie du Discours et de l'analyse des cadres interprétatifs, cet article apporte les résultats de l'analyse des stratégies discursives du bloc « baiúchos » (« baianos » + « gaúchos ») à Bahia occidentale, pour construire leur hégémonie, dans le période comprise entre 2008 et 2022. Le Cerrado bahianais, historiquement occupé par des communautés traditionnelles, lorsqu’il connaît, à la fin des années 1970, la révolution verte issue de l’arrivée des producteurs « gauchos » du sud, connaît une profonde reconfiguration agraire, sociale, culturelle et environnementale qui s'est accompagnée d'accaparement de terres, de violences et d'expulsions. Le processus de déterritorialisation et de dégradation socio-environnementale est exacerbé au XXIe siècle avec la légalisation de la déforestation et du prélèvement d'eau, encouragés par l'État, dans le but d'élargir la frontière agricole de Matopiba. L'analyse de la trajectoire des stratégies discursives du bloc « baiúchos » démontre l'efficacité dans la construction de leur hégémonie sur les territoires et dans leur influence, au niveau national et international, en étant capable d'articuler leurs revendications à l'identité de « ceux qui préservent le mieux ». l'environnement », principalement à travers des interventions éducatives auprès des communautés traditionnelles de Fecho de Pasto et leur capacité à convertir la déforestation et l'appropriation de l'eau en politique de l'État.
Téléchargements
Références
BALSA, Javier. Notas para una definición de la hegemonía. Nuevo topo, v. 3, p. 145-166, 2006.
BALSA, Javier. Formaciones y estrategias discursivas, y su dinámica en la construcción de la hegemonia. Propuesta metodológica con una aplicación a las disputas por la cuestión agraria en la Argentina de 1920 a 1943, Papeles de Trabajo, 11 (19), 2017, pp. 231-260.
BARBOSA, Altair S. “O Cerrado está extinto e isso leva ao fim dos rios e dos reservatórios de água”. [Entrevista cedida a] Elder Dias. Jornal Opção, Goiânia, 07 mai. 2022. Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/entrevistas/o-cerrado-esta-extinto-e-isso-leva-ao-fim-dos-rios-e-dos-reservatorios-de-agua-16970/. Acesso em: 07 jan. 2024.
BARRETO, Eldo Moreira. Os Fechos “Fechos de Pasto”, terra de uso coletivo, território das Comunidades camponesas no Vale do Rio Arrojado. IIRPA, 2012. Disponível em: https://irpaa.org/publicacoes/artigos/19/os-fechos-fechos-de-pasto-terra-de-uso-Coletivo-territorio-das-comunidades-camponesas-no-vale-do-rio-arrojado. Acesso em: 22/09/2019.
BERNARDES, Julia Adão. (1997). As estratégias do capital no complexo sojífero-Brasil". Anais 6º Encuentro de Geógrafos de América Latina em março de 1997. Buenos Aires. Disponível em: http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal6/Geografiasocioeconomica/Geografiaagricola/382.pdf. Acesso em: 22 out. 2023.
BERNARDES, J. A.; MALDONADO, G. Estratégias do capital na fronteira agrícola moderna brasileira e argentina. In: BERNARDES, J. A. et al. (Orgs.) Globalização do agronegócio e land grabbing: a atuação das megaempresas argentinas no Brasil. Lamparina: Rio de Janeiro, 2017, p. 57-80.
BRANDÃO, Paulo Roberto B. A formação territorial do Oeste Baiano: a constituição do “Além São Francisco” (1827-1985). In: GeoTextos, vol. 6, n. 1, jul. 2010, pp. 35-50. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/geotextos/article/viewFile/4304/3163. Acesso em: 05/05/2019.
BRASIL. Senado Federal. Senadores criam a Frente Parlamentar do Matopiba. Brasília: Agência Senado, 12 abr. 2022. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/04/12/senadores-criam-a-frente-parlamentar-do-matopiba. Acesso em: 02 out. 2023.
BRUNO, Regina. Agronegócio, palavra política. In: BRUNO, Regina (Org.). Um Brasil ambivalente: agronegócio, ruralismo e relações de poder. Rio de Janeiro: Mauad X, 2009. p. 113-129.
BRUNO, Regina. O processo de construção da hegemonia do agronegócio no Brasil: recorrências históricas e habitus de classe. Trabalho Necessário, v. 20, n. 41, p. 01-26, 2022. Disponível em: https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/52566/31501. Acesso em: 23 abr. 2023.
CAMPIONE, Daniel. Para leer a Gramsci. Buenos Aires: Ediciones del Centro Cultural de la Cooperación Floreal Gorini, 2007.
CUNHA, Tassio Barreto. Trabalho Escravo e Insanidade no Oeste da Bahia. Estudos Geográficos, Rio Claro, 17: 176-192, jan./jun. 2019 (ISSN 1678—698X). Disponível em: http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/estgeo
DELGADO, G. C. Do capital financeiro na agricultura à economia do agronegócio – mudanças cíclicas em meio século. Porto Alegre: UFRGS, 2012.
ELIAS, Denise. Uma radiografia das cidades do agronegócio. Outras Palavras, 06 jun. 2022. Disponível em: https://outraspalavras.net/cidadesemtranse/uma-radiografia-das-cidades-do-agronegocio/. Acesso em: 11 jan. 2023.
EMBRAPA, 2017. Delimitação e caracterização territorial do Matopiba. Disponível em: https://www.embrapa.br/gite/projetos/matopiba/matopiba.html
FIAN INTERNATIONAL, REDE SOCIAL DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS e COMISSÃO PASTORAL DA TERRA. Os Custos Ambientais do Negócio de Terras: o caso do Matopiba, Brasil. FIAN Internacional: Heidelberg, 2018.
GALVÁN, Íñigo Errejón. La lucha por la hegemonía durante el primer gobierno del MAS en Bolivia (2006-2009): un análisis discursivo. Tesis (Doctorado en Ciencia Política). Universidad Complutense de Madrid. Madrid, 2012
GOMES, Carla Morsch Porto et al. A formação de um novo mercado global de terras no Brasil: land grabbing e “última fronteira agrícola” - MATOPIBA. 2020. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 28 ago 2020.
GRAMSCI, Antonio. Cuadernos de la cárcel, seis volúmenes, traducción de la edición crítica del Instituto Gramsci de Roma, a cargo de Valentino Gerratana. México, Ediciones ERA Universidad Autónoma de Puebla, 2000.
HAESBAERT, Rogério. Des-Territorialização e Identidade: a Rede Gaúcha no Nordeste. Niterói: EDUFF, 1997.
INSTITUTO MÃOS DA TERRA. Desmatamento autorizado e apropriação da água no Oeste Baiano: a destruição do Cerrado e seus Povos. IMATERRA: Salvador, dezembro de 2022. Disponível em: https://www.imaterra.org/file-share/a9474127-8707-4354-9ebc-02fc9848f51b. Acesso em: 31 jan. 2023.
LACLAU, Ernesto. Discourse. In: GOODIN, Robert; PETTIT, Philip (eds.). The Blackwell Companion to Contemporary Political Thought. London: Blackwell, 1993. p.431-7.
LACLAU, Ernesto. Los fundamentos retóricos de la sociedad. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2014.
LACLAU E.; MOUFFE, C. Hegemonía y estrategia socialista. Hacia una radicalización de la democracia. Madrid: Siglo XXI, 1987
MILANEZ, B. e SANTOS, R.S.P. Neoextrativismo no Brasil: Uma análise da proposta do Novo Marco Legal da Mineração. Revista Pós Em Ciências Sociais, 10(19), 2013, pp.119–148.
MORAES, Antonio Carlos Robert. Território e história no Brasil. 2ºedição. – São Paulo: Annablume, 2005.
MOUFFE, Chantal. Agonística. Pensar el mundo políticamente. Buenos Aires, Fondo de Cultura Económica, 2014.
MOVIMENTO DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS. A sede do capital. Correntina: MAB, [n.d].
OLIVEIRA, Maria Aparecida Brito. Do sertão São Franciscano ao Oeste na Bahia: uma análise da trajetória de políticas do Estado no processo de formação territorial (1889-2014). 2015. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, 2015.
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. A mundialização da agricultura brasileira. São Paulo, Iãnde Editorial, 2016.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter e CHAGAS, Samuel Britto das. Os Pivôs da Discórdia e a Digna Raiva: uma análise dos conflitos por terra, água e território em Correntina - BA. Gráfica e Editora Bom Jesus. Bom Jesus da Lapa, 2019.
SAMPAIO, Mateus. Oeste da Bahia capitalismo, agricultura e expropriação de bens de interesse coletivo. XXI Encontro Nacional de Geografia Agrária “Territórios em disputa: os desafios da Geografia Agrária nas contradições do desenvolvimento brasileiro”. Uberlândia-MG, v. 15, 2012. Disponível em: http://www.lagea.ig.ufu.br/xx1enga/anais_enga_2012/eixos/1125_2.pdf. Acesso em: 26 jul. 2023.
SANTOS, Clóvis Caribé M. dos. Oeste da Bahia: modernização com (des) articulação econômica e social de uma região. 2007. 239 p. Tese (doutorado). Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Salvador, Bahia, 2007.
SASSEN, Saskia. Expulsões: brutalidade e complexidade na economia global. São Paulo: Paz e Terra, 2016.
SILVA, Lays Helena P. Ambiente e justiça: sobre a utilidade do conceito de racismo ambiental no contexto brasileiro. E-cadernos CES [Online], 17 | 2012. Disponível em: http://journals.openedition.org/eces/1123. Acesso em: 13 mai. 2023.
SNOW, David. BENFORD, Robert. Ideology, Frame Resonance and Participant Mobilization. In: Klandermans, B., Kriesi, H. e Tarrow, S. (eds.) From Structure to Action: Comparing Social Movement Research across Cultures. Greenwich: JAI Press, 1988.
UEMA, Liza. “O futuro chega sempre antes nos campos do cerrado”: construção da hegemonia e estratégias discursivas do bloco dos baiúchos. Uma análise política do discurso no Oeste da Bahia (2008-2022). 2024. 422 p. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, Seropédica, 2024.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Liza Uema, Jorge Osvaldo Romano 2024
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les termes suivants:
a) Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent le droit revue de la première publication de l'œuvre à la fois sous licence Creative Commons Attribution, qui permet le partage du travail et la reconnaissance de sa première publication dans ce journal.
b) Les auteurs sont en mesure de prendre des contrats supplémentaires séparément pour distribution non exclusive de la version de l'article publié dans ce journal (par exemple, dans le dépôt institutionnel ou de publier sous forme de chapitre de livre), avec la reconnaissance de sa publication initiale dans cette revue.
c) Les auteurs sont autorisés et encouragés à publier leur travail (par exemple, dans les dépôts institutionnels ou sur leur site internet) avant et pendant le processus de soumission en ligne, car il peut conduire à des échanges fructueux, ainsi que d'augmenter l'impact et la citation des travaux publiés.