PREVALÊNCIA E MECANISMOS DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM AMOSTRAS DE SWABS DE VIGILÂNCIA DE PACIENTES INTERNADOS EM UMA UNIDADE HOSPITALAR DE NOVA PRATA, RS
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236583471277Palavras-chave:
Antimicrobianos, Infecção Hospitalar, Resistência bacterianaResumo
Objetivo: Analisar a prevalência e os mecanismos de resistência antimicrobiana de bactérias isoladas em amostras (das regiões retal, nasal e pele) de pacientes internados em uma unidade hospitalar de Nova Prata, RS. Métodos: Foram coletados dados de 377 laudos do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) emitidos entre janeiro de 2018 e dezembro de 2021 disponíveis no sistema eletrônico de um laboratório de análises clínicas localizado em Nova Prata, RS. Os dados incluíram ano da coleta da amostra, tipo da amostra, microrganismos isolados e seus mecanismos de resistência. Os laudos que continham informações referentes ao início do tratamento do paciente com antimicrobianos foram excluídos. Resultados: No geral, a prevalência de casos positivos correspondentes a bactérias isoladas foi de 39,8% (150/377) em todo o período de estudo. Os menores e maiores índices foram verificados nos anos de 2018 e 2020, respectivamente, sendo que em 2018, nenhuma amostra analisada foi positiva. Em 2019, 44% (4/9) das amostras foram positivas, sendo a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) a mais prevalente, isolada de 75% (3/4) das amostras positivas. Em 2020, 43% (53/122) das amostras foram positivas, sendo a Escherichia coli produtora de β-lactamases de espectro estendido (ESBL) presente em 32% (17/53), seguida de Enterobacter cloacae ESBL e de K. pneumoniae KPC. No ano de 2021, 40% (93/230) das amostras tiveram resultado positivo, sendo a E. coli ESBL a mais prevalente, presente em 57% (53/93) das amostras positivas. Por fim, foi verificada uma maior prevalência de amostras positivas coletadas nos sítios retal e de pele. Considerações finais: O presente estudo evidenciou o aumento de bactérias resistentes em 2020 e 2021, período que coincide com a pandemia de covid-19. Desta forma, é indispensável a implementação de condutas que contribuam para a melhoria do controle de microrganismos resistentes no município.
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