Por que meditar? Benefícios e aspectos subjetivos para a continuidade da prática por estudantes universitários

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236583469152

Palavras-chave:

Meditação, Saúde Mental, Ansiedade, Práticas Integrativas e Complementares, Saúde Coletiva

Resumo

Objetivos: Conhecer as motivações de estudantes universitários para a prática da meditação, analisar os benefícios atribuídos e os aspectos subjetivos que contribuem para a sua continuidade ou desistência. Métodos: Pesquisa qualitativa, com intervenção de 12 semanas de meditação em áudio para estudantes universitários brasileiros, realizada de outubro a dezembro de 2020. Produção de dados através de questionários de caracterização dos participantes e formulários no início, meio e final da intervenção. Análise por categorias temáticas e estatística descritiva simples. Resultados: Os 25 participantes, de maioria de sexo feminino e jovens, tinham como principais expectativas para a prática de meditação: lidar com a ansiedade, relaxar e de melhorar a qualidade do sono. O principal fator que facilitou a continuidade da prática foi a percepção dos benefícios (autoconhecimento, bem estar, relaxamento, melhora da qualidade do sono, manejo da ansiedade e concentração), enquanto que os fatores obstrutores se relacionaram à organização do tempo no cotidiano, o acesso à internet e o cansaço. Os benefícios mais citados (autoconhecimento e hábitos da meditação) contribuíram para a percepção de gatilhos causadores de desequilíbrios emocionais e na aquisição de estratégias de enfrentamento da ansiedade e do estresse, utilizando as práticas de meditação, por exemplo, para acalmar e dormir melhor. Considerações finais: O hábito de praticar atividades de autocuidado dos participantes pode ter favorecido a adição da meditação à rotina. O formato da intervenção ao longo de várias semanas consecutivas foi um fator positivo no incentivo ao estabelecimento de uma rotina com a prática. A meditação mostrou-se uma ferramenta acessível para iniciativas presenciais e à distância, como estratégia de promoção à saúde mental de universitários. Sugere-se que novas pesquisas sejam feitas para analisar a influência sócio-econômica sobre a continuidade da prática e que possam ser exploradas as técnicas meditativas como estratégia de cuidado no ambiente universitário.

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[referência ocultada para o processo de avaliação cega do artigo.]

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Publicado

2023-02-28

Como Citar

Furlan, P. G., & Lambais, G. (2023). Por que meditar? Benefícios e aspectos subjetivos para a continuidade da prática por estudantes universitários. Saúde (Santa Maria), 48(1). https://doi.org/10.5902/2236583469152