Efeitos da fotobioestimulação e estimulação elétrica na cicatrização e qualidade de vida de indivíduos com úlceras cutâneas: terapias isoladas e associadas
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236583439675Palavras-chave:
Úlceras cutâneas, Modalidades de fisioterapia, Terapia a Laser de Baixa Potência, Estimulação elétrica, cicatrizaçãoResumo
Objetivo: investigar os efeitos de intervenções fisioterapêuticas isoladas e associadas com laser de baixa potência e microcorrente no reparo cicatricial e qualidade de vida em indivíduos com úlceras cutâneas de diferentes etiologias. Métodos: Estudo quase-experimental realizado no Hospital Universitário de Santa Maria. A amostra constituiu-se de nove pacientes com úlceras cutâneas. Esses foram divididos em três grupos: laser (n=3), microcorrente (n=3) e laser associado a microcorrente (n=3), com aplicação de laser (660nm; modo contínuo; P= 30mW; densidade de energia= 4J/cm2) e microcorrente (f= 130Hz; i= 300μA; t= 30 minutos), totalizando 15 sessões de fisioterapia em torno de 45 dias (maio a julho). Avaliou-se a área da úlcera cutânea e processo de cicatrização (uso de régua associada a fotogrametria), dor (Escala Visual analógica), além de sensibilidade (por meio de estesiômetro). Também, foi aplicado o questionário de Qualidade de Vida WHOQOL-bref. Todas essas variáveis e analises ocorreram em três momentos (Pré, 10ª e 15ª intervenção). Resultados: Houve uma redução significativa no comprimento da úlcera cutânea, verificou-se no pré 2,80 (1,45-4,72) e na 15ª aplicações 2,10 (0-4,27) (p=0,0010), bem como a largura também reduziu na 15ª intervenção (p=0,0011). Assim, a área da ferida apresentou uma significante redução na 15ª intervenção, de 17,8 (5,70-30,76) para 7,17 (0-21,30) (p = 0,0023). Além disso, constatou-se uma diferença significativa na qualidade de vida dos pacientes já a partir da 10ª sessão (p<0,05). Conclusões: O uso da fotobioestimulação e da microcorrente aplicados de forma isolada e associada otimizaram o reparo tecidual das úlceras cutâneas de diversas etiologias promovendo uma redução na área da ferida com consequente melhora na cicatrização e na qualidade de vida dos pacientes. Nesse contexto, esta pesquisa agrega valor à pratica clínica fisioterapêutica no tratamento para feridas.
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