Análise da relação entre variáveis demográficas e escores de tolerância ao risco
DOI:
https://doi.org/10.5902/1983465912915Resumo
As Finanças Comportamentais são um ramo recente da teoria financeira que visa incorporar aspectos psicológicos e sociológicos na investigação acerca das anomalias do mercado e do comportamento do investidor. Nesta pesquisa, buscou-se avaliar quais variáveis demográficas podem ser utilizadas para classificar os decisores quanto ao grau de tolerância ao risco. Para isso, aplicou-se a 305 indivíduos um questionário estruturado com base nos trabalhos desenvolvidos por Gava e Vieira (2006), Grable e Lyntton (2001) e Survey of Consumer Finances (SCF). O grau de tolerância ao risco foi mensurado por meio de uma variável observável, oriunda da SCF, e de uma variável latente, composta de três construtos que se referem a algumas dimensões do risco: risco do investimento, conforto e experiência ante o risco e risco especulativo (GRABLE; LYNTTON, 2001). Quanto às técnicas de análise, aplicaram-se a Análise Fatorial Confirmatória (AFC) e a análise de variância (ANOVA). Os resultados auferidos mostram que o maior impacto na tolerância ao risco foi ocasionado pelo conforto e pela experiência ante o risco, sendo esta a dimensão que obteve a maior média dentre as dimensões analisadas e apresentou a maior correlação com o escore de tolerância ao risco. Quanto às variáveis demográficas, a pesquisa demonstrou que aqueles que são jovens, solteiros e sem filhos tendem a aceitar mais risco em seus investimentos. Percebeu-se, ainda, que a renda apresentou um efeito não linear sobre a tolerância ao risco: os mais tolerantes ao risco são os que têm maior capacidade de suportar as possíveis perdas decorrentes dos investimentos de maior risco.
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