Transição sociotecnológica para a mobilidade urbana sustentável no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5902/1983465936254Abstract
O artigo avalia dinâmicas nos níveis micro, meso e macro que afetam o processo de transição sociotecnológica para a mobilidade urbana sustentável no Brasil. Procedeu-se uma análise de conteúdo da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU) e dos planos diretores e de mobilidade urbana das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza e Salvador. A pesquisa revelou que os planos diretores e de mobilidade urbana das principais capitais do país são desenvolvidos de forma isolada e sem articulação entre os atores. No nível micro, os planos não contemplam a adoção de combustíveis alternativos e a integração eficaz de modais de transportes públicos. No nível meso, três regimes de mobilidade foram introduzidos: os regimes de transporte público tradicional e transporte público não motorizado, que tiveram uma dinâmica contrária ao regime de carros particulares. No nível macro, as variáveis associadas ao contexto econômico, sociais, mercado consumidor e indústria moldam as macrotendências dos sistemas de mobilidade urbana. A pesquisa apresenta uma dinâmica de resistência à mobilidade urbana sustentável, e reforça a necessidade de uma maior articulação entre os atores públicos e privados.
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