REFLEXÕES SOBRE A HIPERSPECIALIZAÇÃO CIENTIFICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A GEOGRAFIA
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236499425828Resumo
Este artigo visa discutir o contexto histórico e filosófico responsável pela origem do conceito que Edgar Morin define em sua obra A cabeça bem–feita: repensar a reforma, reformar o pensamento como, a "hiperspecialização" da análise científica, ou em outras palavras, a especialização que se fecha em si mesma, que fragmenta a realidade e que impede o pesquisador de conceber o global. Considerou-se como premissa que a origem desta segregação analítica advém das formas de pensamento oriundas da supervalorização da razão humana. Para análise desta conjectura foram considerados dois pensadores: René Descartes e Isaac Newton. Apresentaremos também algumas reflexões sobre a problemática da hiperespecialização científica na análise geográfica, principalmente no que tange a hiperespecialização organizada em torno da matemática/geometria, uma vez que a Geografia, devido a seu objeto de estudo (relação homem-sociedade/natureza), possui sua construção epistemológica pautada em questionamentos complexos e até mesmo subjetivos, ou seja, situações que demandam formas de análise multidimensionais, e que portanto, não apresentam coesão quando demasiadamente fragmentadas. Neste bojo, considera-se que a atuação de profissionais hiperespecializados (tanto licenciados como bacharéis) tem diluído a unidade da Geografia enquanto ciência voltada a uma compreensão ampla da realidade social.
Palavras-chave: História da Ciência, hiperespecialização, epistemologia da Geografia
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