Literatura e memória como farol para o leitor: uma análise de Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X70510Palavras-chave:
Marcelo Rubens Paiva, Ditadura militar, Romance memorialístico, Função social da literaturaResumo
Este artigo tem por objetivo apresentar uma reflexão acerca da importância dos efeitos de sentido (ISER, 1996, 1999), que a maestria de Marcelo Rubens Paiva produz no manejo das potencialidades da língua em seu romance autobiográfico Ainda estou aqui (2015). Mais especificamente, almeja-se observar como Paiva, pelo recurso ao discurso literário híbrido, pautado pelo figurativo, pelas emoções e metáforas, mas também pelo entremeio de documentos, testemunhos, entre outros gêneros textuais, consegue aproximar sua narrativa do leitor, promovendo revisões críticas da História. Constrói-se a hipótese, a partir do aporte teórico da Estética da Recepção (JAUSS, 1994; ISER, 1996, 1999), de que sua obra confronta o leitor contemporâneo, assegurando comunicabilidade.
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- 2022-11-08 (2)
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