O ódio que você semeia: o materialismo histórico dialético como perspectiva analítica da construção da identidade pessoal
DOI:
https://doi.org/10.5902/2317175883233Palavras-chave:
Identidade-Metamorfose-Emancipação, Adolescentes, NegrosResumo
Tecemos reflexões a respeito da adolescência e negritude, viabilizado por meio de uma análise de determinada narrativa de história de vida presente no livro O ódio que você semeia, de Angie Thomas (2017). O objetivo geral desse artigo é analisar a construção da identidade da personagem Starr. Para alcançar esse intento, utilizamos como base a metodologia com abordagem do Materialismo Histórico Dialético, pois privilegia os atravessamentos afetivos referentes ao objeto de análise. Em uma leitura qualitativa, elaboramos a descrição, interpretação e análise do processo de construção da identidade pessoal de uma adolescente que sofre com o preconceito racial. Os resultados apontam que na adolescência, ao qual os processos de identificação são intensamente demandados, as pessoas negras dentro da cultura ocidental contemporânea, nos deparamos com o racismo, ao qual tende-se a comprometer seus movimentos de emancipação. Diferentes processos de socialização entram em atrito dando síntese a uma identidade síntese dos embates pela vida mais digna.
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