OS BANHADOS E A EVOLUÇÃO DE PAISAGEM NO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ – OESTE CATARINENSE
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236499414514Resumo
Durante o processo de ocupação territorial do oeste catarinense, ocorrido nas primeiras décadas do século passado, os banhados eram considerados áreas impróprias tanto para cultivo quanto para criação de animais. Tidos como áreas insalubres – ou locais com “águas podres” –, não eram ocupados pelos migrantes teuto-italianos provenientes do Rio Grande do Sul neste período de colonização. Porém, forneciam matéria prima para, inicialmente, às atividades ceramistas indígenas e, posteriormente, pelos oleiros. Este artigo tem por objetivo definir o que são banhados e suas importâncias ecológicas e fornecedoras de matéria-prima para o ofício da olaria e como esta atividade foi importante para auxiliar na configuração da paisagem atual da região. Apesar de não se inserir em um ciclo econômico específico durante a evolução do processo histórico da região, foi importante para a manutenção de determinados aspectos culturais trazidos pelos migrantes teuto-italianos. Também serão abordados determinados aspectos relacionados aos impactos ambientais que vem ocorrendo em áreas de banhados devido à ocupação territorial nos dias atuais.
Palavras-chave: Banhados, paisagem, oeste catarinense.
DOI: 10.5902/2236499414514
Downloads
Referências
AB’SÁBER, A. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
BAVARESCO, P.R. Ciclos econômicos regionais: modernização e empobrecimento no extremo oeste catarinense. Chapecó: Argos, 2005.
BERTRAND, G. Paisagem e geografia física global: esboço metodológico. Cadernos Ciências da Terra, n. 13, São Paulo. 1972.
BERTRAND, G. Entrevista com o professor Georges Bertrand. Geosul, Florianópolis, v. 13, n. 26, p. 144-160, jul./dez. 1998.
BRUM, A.J. O desenvolvimento econômico brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1983.
CASTRO, P.S. Recuperação e conservação de nascentes. Série Saneamento e Meio Ambiente, 26(1-84). 2001.
CAVALCANTI, A.; VIADANA, A.G. Organização do espaço e análise da paisagem. Rio Claro: UNESP, 2007.
DOLFUS, O. A análise geográfica. Paris: PUF, 1971.
EIDT, P. Os sinos se dobram por Alfredo. Chapecó: Argos, 2009.
EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA, 2006.
FIGUEIRÓ, A.S. Evolução do conceito de paisagem: uma breve revisão. Geosul, Florianópolis, v. 13, n. 26, p. 40-52, jul./dez. 1998.
LEPSCH, I. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002.
LORSCHEITTER, M. L.; LEMOS, V. B. Estudo palinológico em turfeira do estado do Paraná. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOLOGIA., vol 1, Anais. Florianópolis, 1985.
MARTINS, M.S.N. Entre a cruz e o capital: as corporações de ofícios no Rio de Janeiro após a chegada da família real (1808-1824). Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
MÜLLER, L.M.; SOUZA, S.M. Enterramentos Guarani: problematização e novos achados. In: CARBONERA, M. ; SCHMITZ, P.I. (Orgs.). Antes do oeste catarinense: arqueologia dos povos indígenas. Chapecó: Argos, 2011.
NACKE, A.; BLOEMER, N.M.S. As áreas indígenas Kaingang no oeste catarinense. In: NACKE, A. et al. (Orgs.). Os Kaingang no oeste catarinense: tradição e atualidade. Chapecó: Argos, 2007.
OLIVEIRA, A.M.S. et al. Tecnógeno: registros da ação geológica do homem. In: SOUZA et al. Quaternário do Brasil. Ribeirão Preto: Holos, 2005.
PAGNUNSSAT, E.M.; BOCALON, V.L.S. Mapeamento básico dos corpos d’água no interior do município de São Miguel do Oeste – SC. 2003. Visão Global, 7(24):101-120.
PIAZZA, W.F. A colonização de Santa Catarina. Florianópolis: Lunardelli, 1988.
RENK, A. A luta da erva: um ofício étnico da nação brasileira no oeste catarinense. Chapecó: Argos, 2006.
ROLON, A.N,; MALTCHIK, L.; IRGANGE, B.E. Levantamento de macrófitas aquáticas em áreas úmidas do RS. Acta Biologica Leopoldensia, v. 1, n. 26, p. 17-35, jan./abr. 2004.
ROOTH, L. 1990. Palinologia de uma turfeira do parque de Aparados da Serra, planalto leste do Rio Grande do Sul, Brasil. Tese de Mestrado, UFRGS. 223 p.
SALGADO-LABOURIAU, M.L. História ecológica da Terra. São Paulo: Edgard Blücher, 1994.
SANCHES, L.E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.
SANTOS, M. Espaço e método. São Paulo: Nobel, 1985.
SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo. São Paulo: Hucitec, 1994.
SCHMITZ, P.I. A ocupação indígena do oeste catarinense. In: CARBONERA, M. & SCHMITZ, P.I. (Orgs.). Antes do oeste catarinense: arqueologia dos povos indígenas. Chapecó: Argos,. 2011.
SCHMITZ, P.I.; BEBER, M.V. Em busca dos antepassados dos índios Kaingang. In: CARBONERA, M. ; SCHMITZ, P.I. (Orgs.). Antes do oeste catarinense: arqueologia dos povos indígenas. Chapecó: Argos,. 2011.
TEIXEIRA, A.J.T. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
TESTA, V. M. et al. O desenvolvimento sustentável do oeste catarinense: proposta para discussão. Florianópolis: EPAGRI, 1996.
TESTA, V. M. e ESPÍRITO SANTO, F.R.C. Principais solos do oeste catarinense: aspectos gerais para identificação no campo e suas principais limitações ao uso agrícola. Florianópolis: EPAGRI, 1992.
TUCCI, C.E.M. Hidrologia: ciência e aplicação. São Paulo: Edusp/ABRH, 2007.
VALDATI, J. Geomorfologia, paisagem e arte: um percurso em construção. Interthesis, Florianópolis, v. 9, n.1, p. 181-206, jan./jul. 2012.
VERÍSSIMO, F.S. & BITTAR, W.S.M. 500 anos da casa no Brasil: as transformações da arquitetura e da utilização do espaço de moradia. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.
VICENZI, R. Mito e história na colonização do oeste catarinense. Chapecó: Argos, 2008.
WERLANG, A. Disputas e ocupação do espaço no oeste catarinense. Chapecó: Argos, 2006.
ZAMBIASI, J.L. Lembrança dos velhos: experiências dos velhos migrantes italianos do oeste catarinense. Chapecó: Grifos, 2000.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A revista Geografia Ensino & Pesquisa deterá os direitos autorais dos trabalhos publicados. Os direitos referem-se a publicação do trabalho em qualquer parte do mundo, incluindo os direitos às renovações, expansões e disseminações da contribuição, bem como outros direitos subsidiá¡rios. Os autores comprometen-se com a originalidade do trabalho, e no caso de desistência da submissão, os autores assumem a responsabilidade de comunicar à revista.
Após publicado os(as) autores(as) têm permissão para a publicação da contribuição em outro meio, impresso ou digital, em português ou em tradução, desde que os devidos créditos sejam dados à Revista Geografia – Ensino & Pesquisa.
A revista Geografia Ensino & Pesquisa utiliza em suas publicações uma Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
