CONQUISTAS E DESAFIOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A MATERNIDADE: REFLEXÕES SOBRE A LICENÇA PARENTAL COMO INSTRUMENTO DE EQUIDADE DE GÊNERO
DOI:
https://doi.org/10.5902/2317175840576Palavras-chave:
Políticas Públicas, Gênero, Maternidade, ParentalidadeResumo
Este artigo se propõe a analisar, através de pesquisa bibliográfica e pesquisa documental as conquistas e os desafios das políticas públicas para a maternidade no Brasil, com enfoque na discussão sobre a licença parental e seus possíveis impactos nas políticas de equidade de gênero. Para tanto, após uma discussão inicial do conceito de políticas públicas, analisaremos as políticas públicas para a maternidade implantadas no país ao longo dos séculos XX e XXI, examinando, em seguida, como tais políticas estiveram permeadas por visões tradicionais de papéis de gênero, segundo as quais às mulheres caberia prioritariamente o cuidado dos filhos e filhas e, aos homens, o papel de provedor dos recursos materiais necessários à manutenção da família. Por fim discute-se os efeitos da licença maternidade sobre a reprodução da divisão sexual do trabalho, bem como a licença parental como instrumento da equidade de gênero a partir do comparativo com o modelo sueco, e modelos latino americanos, refletindo sobre potenciais mudanças culturais que poderiam advir desta alteração.Downloads
Referências
BADINTER, Elisabeth. XY: Sobre a identidade masculina. 1. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
BADINTER, Elisabeth. Um amor conquistado: o mito do amor materno. 1. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. 2. ed. Nova Fronteira, 2014.
BESSE, Susan Kent. Modernizando a desigualdade: reestruturação da ideologia de gênero no Brasil, 1914-1940. 1. ed. São Paulo: Edusp, 1999.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. 11. ed. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 2012
LAQUEUR, Thomas. Inventando o sexo. 1. ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
MARSHALL, Thomas Humphrey. Cidadania e classe social. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editora, 1967.
MEAD, Margareth. Sexo e Temperamento. 5. ed. Rio de Janeiro, Perspectiva: 2009
PINTO, Céli Regina J. Uma história do feminismo no Brasil. 1. ed. São Paulo: Editora Perseu Abramo, 2003.
RAMIRES, Vera Regina. O exercício da paternidade hoje. 1. ed. Editora Record, 1997.
WITTER, Nikelen Acosta. Dizem que foi feitiço: as práticas da cura no sul do Brasil (1845 a 1880). 1. ed. Edipucrs, 2001.
KERGOAT, Daniele. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: TEIXEIRA, Marilane; EMÍLIO, Marli; NOBRE, Miriam; GODINHO, Tatau (org). Trabalho e cidadania ativa para as mulheres: desafios para as Políticas Públicas. São Paulo: Coordenadoria Especial da Mulher, p. 55-63, 2003.
MARTINS, Ana Paula Vosne. Políticas públicas para a maternidade e a infância no Brasil na primeira metade do século XX. In: MONTEIRO, Yara Nogueira (org.) História da saúde: olhares e veredas. 2010. p. 99-121.
REA, Marina. Benefícios à mãe trabalhadora: conquistas e recuos nas políticas públicas. In:
BRUSCHINI, Cristina; UNBEHAUM, Sandra G. (Org.). Gênero, democracia e sociedade
brasileira. São Paulo: Ed. 34, 2002.
UNBEHAUM, Sandra. A desigualdade de gênero nas relações parentais: o exemplo da custódia dos filhos. In ARILHA, Margareth; UNBEHAUM, Sandra; MEDRADO, Bendito. Homens e Masculinidades: Outras Palavras. São Paulo: Editora 34. 1998. p. 163-184WALBY, Sylvia. Cidadania e transformações de gênero. In: TATAU, Godinho; SILVEIRA, Maria Lucia (Org.). Políticas públicas e igualdade de gênero. São Paulo: Coordenadoria Especial da Mulher, 2004. p. 169-182.ABADE, Flávia; ROMANELLI, Geraldo. Paternidade e paternagem em maternidade e paternagem em famílias patrifocais. Revista Estudos Feministas, v. 26, n. 2, 2018.
FARIA, Carlos Aurelio Pimienta de. Entre marido e mulher, o estado mete a colher: reconfigurando a divisão do trabalho doméstico na Suécia. Red Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2000.
MOUFFE, Chantal. Democracia, cidadania e a questão do pluralismo. Política & Sociedade, v. 2, n. 3, p. 11-26, 2003.
SCHMIDT, João Pedro. Condicionantes e diretrizes de políticas públicas: um enfoque comunitarista da transformação social. Revista Brasileira de Políticas Públicas, v. 6, n. 3, 2017.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade. Porto Alegre, vol. 20, nº 2, pp. 71-99, 1995
ANDRADE, Luiza Lobato. Gênero, trabalho e bem-estar social na América Latina: um estudo das políticas de licenças maternidade, paternidade e parentais no Brasil, Chile e Uruguai. 2018. p. 127. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) - Departamento de Estudos Latino-Americanos, Universidade de Brasília, Brasília,.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf Acesso em: 29 de abr. 2018
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-Lei nº 5.442, de 01.mai.1943. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452compilado.htm. Acesso em: 29.Abril.2018
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988
URUGUAY. Informe de investigación: Sensibilización para el uso del subsidio de medio horario por parte de los varones padres. Montevidéo: Grupo Pértiga, 2017. Disponível em: http://www.sistemadecuidados.gub.uy/innovaportal/file/93257/1/sensibilizacion-para-el-uso-del-subsidio-de-medio-horario-por-parte.pdf Acesso em: 30 de dezembro de 2018
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista Sociais e Humanas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais. A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados para fins não-comerciais, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público. Os artigos publicados são de total e exclusiva responsabilidade dos autores.