A disciplina de Filosofia e suas contribuições para a prática educativa nas instituições de ensino

The discipline of Philosophy and its contributions to educational practice in educational institutions

 

Deiverson Pereira Sandrini

Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória – ES, Brasil.

dpsandrini@gmail.com

 

Recebido em 27 de abril de 2025

Aprovado em 22 de setembro de 2025

Publicado em 29 de setembro de 2025

 

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo apresentar as possíveis contribuições do ensino de Filosofia quando oferecido nas salas de aula para formação dos estudantes. Para tanto, adota-se um estudo qualitativo, conduzido pela pesquisa bibliográfica, cujo material de consulta se restringiu a livros e artigos de periódicos, publicados no período de 2014 a 2024, no idioma português, e selecionados na base de dados do Google Acadêmico. O artigo discute a Filosofia como prática de libertação quando adotada para educar, conforme os apontamentos de Paulo Freire, e elucida os benefícios que a Filosofia pode possibilitar enquanto disciplina curricular. Os resultados revelaram que tal disciplina assume aspecto interdisciplinar, ao dialogar, sobremaneira, com a História, a Arte e as Ciências, potencializando o ensino-aprendizagem, uma vez que o estudante assume a postura de protagonista no processo de construção do seu próprio conhecimento e, assim, é motivado a interagir e compartilhar ideias, por conseguinte, torna-se capaz de promover mudanças no contexto em que está inserido. Concluiu-se acerca da necessidade de valorizar a disciplina de Filosofia e sua integração com outras áreas, já que ela contribui para a formação de indivíduos autônomos, conscientes e comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa, democrática e igualitária.

Palavras-chave: Ensino de Filosofia; Educação libertadora; Ensino-aprendizagem; Instituições de ensino.

 

 

ABSTRACT

This study aims to present the potential contributions of philosophy teaching in classrooms to student development. To this end, a qualitative study was adopted, conducted through bibliographic research, whose reference material was limited to books and journal articles published between 2014 and 2024, in Portuguese, and selected from the Google Scholar database. The article discusses philosophy as a practice of liberation when adopted for education, according to Paulo Freire's notes, and elucidates the benefits that philosophy can provide as a curricular discipline. The results revealed that this discipline assumes an interdisciplinary aspect, dialoging significantly with history, art, and science, enhancing teaching and learning, as students assume the role of protagonists in the process of constructing their own knowledge and, thus, are motivated to interact and share ideas, thus becoming capable of promoting change in their context. It was concluded that there is a need to value the discipline of Philosophy and its integration with other areas, since it contributes to the formation of autonomous, conscious individuals committed to building a more just, democratic and egalitarian society.

Keywords: Teaching of Philosophy; Liberating education; Teaching-learning; Educational institutions.

 

Introdução

O ensino de Filosofia constitui um campo de atuação de diferentes sujeitos epistemológicos ou de profissionais, a envolver, por exemplo, filósofos, educadores, legisladores, políticos, dentre muitos outros. No entender de Fernandes e Fernandes (2024, p. 6), o ato de filosofar é transversal e perpassa por gerações, desempenhando “[...] um papel vital na formação de cidadãos conscientes e atuantes, capazes de promover mudanças positivas em suas vidas e na sociedade como um todo”.

Independente do contexto em que é aplicado, o ensino de Filosofia tem como propósito principal estimular o raciocínio sobre o indivíduo e a sua realidade. Em termos profissionais, tal prática está atrelada às ações educativas, ou seja, esses sujeitos passam a se comportar como educadores e a Filosofia adquire característica de uma disciplina escolar ou acadêmica. Como muito bem pontuado por Corrêa e Oliveira (2022, p. 1), “[...] o cenário atual da Filosofia na contemporaneidade apresenta diversas questões emergentes. Nesse sentido, o campo filosófico consolida-se através da Educação”.

Observa-se, portanto, a intensa relação entre o Ensino de Filosofia e a disciplina de Filosofia. Isso porque, do ponto de vista pedagógico, há uma relação de dependência entre os dois termos: a disciplina constitui um produto do currículo, por conseguinte, oportuniza o Ensino da Filosofia, caracterizado como uma ação ou fazer concreto. Segundo Vanin e Santos (2019), a disciplina tem papel instrumental, proporcionando, assim, ações concretas de pensar e de refletir, oportunizadas por meio do Ensino. Por causa dessa relação indissociável entre Ensino e Disciplina, para este artigo, os termos foram utilizados, de modo intercalado, devendo ser entendidos como indicadores essenciais para a prática educativa.

Diferentemente da origem da área, que data dos primórdios da civilização, quando se discute a Filosofia enquanto disciplina ou prática educativa concretizada nas salas de aulas de instituições de ensino (escolas, faculdades, universidades, associações), a origem desse discurso é relativamente recente, sobretudo no Brasil. De acordo com Oliveira (2018), o ensino de Filosofia é fundamental na formação educacional, pois proporciona aos estudantes instrumentos para desenvolver pensamento crítico, reflexivo e ético.

Conforme Mariano e Glap (2022), ao longo do tempo, o ensino de Filosofia enfrentou diversos desafios, como a falta de formação específica dos professores, a fragmentação curricular e a dificuldade em despertar o interesse dos estudantes (Mariano; Glap, 2022). De um modo geral, de acordo com Souza (2021), esses três desafios têm relação com a falta de reconhecimento ou valorização da Filosofia nos aprendizados dos estudantes, o que desperta uma percepção equivocada acerca do potencial dessa disciplina nas práticas educativas, sendo considerada, na maioria das vezes, como uma disciplina secundária.

A partir do contexto ora mencionado, delimita-se o problema deste estudo, que é a desvalorização da disciplina de Filosofia nas escolas, ou seja, não é reconhecido o potencial dessa área do conhecimento para garantir melhorias ou fortalecer o ensino-aprendizagem nas instituições educacionais. Como destacado por Menezes e Silva (2020), a Filosofia enquanto disciplina tem sido desvalorizada, inferiorizada e ameaçada, sendo esse um grave desafio, visto que tal disciplina pode proporcionar melhorias no ensino-aprendizagem, uma vez que estimula a capacidade crítica, motivacional e reflexiva dos estudantes.

A questão que se pretende responder com esta pesquisa é: quais são as possíveis contribuições da disciplina de Filosofia para melhoria da prática educativa nas instituições escolares? Com efeito, o objetivo almejado é apresentar os benefícios do ensino de Filosofia quando oferecido nas salas de aula para formação dos estudantes[1].

Embora um dos principais problemas relacionados à disciplina de Filosofia é a redução de sua carga horária ou a sua não obrigatoriedade nos currículos escolares, como informado no estudo de Nunes e Acosta (2018), para este artigo, a problemática é analisada à luz do papel ou contribuição que tal disciplina exerce sobre o aprendizado ou a produção de conhecimentos em outras disciplinas. Esse debate não é inédito na literatura brasileira, porém ainda é pertinente, conforme defendido por Kant (2013), sobre a necessidade do ser humano de ampliar sua visão de mundo, substituindo sua condição de menoridade para a de superação (ir além do que está posto e acabado).

Entende-se, portanto, que a temática do presente estudo é a relação do ensino ou disciplina de Filosofia e a educação dos estudantes. Justifica-se a escolha por tal temática, considerando o potencial da Filosofia, como refletido por Machado, Ribas e Zanella (2022), em estimular a argumentação, o pensamento crítico e a criatividade. Entende-se, portanto, que a disciplina de Filosofia poderá promover melhorias no aprendizado, uma vez que os estudantes tornar-se-ão produtores de conhecimento e estimulados à reflexão, facilitando, assim, o desempenho nas demais disciplinas.

Metodologicamente, este artigo caracteriza-se como um estudo qualitativo, uma vez que os dados foram coletados, apenas, a partir da consulta à literatura até então publicada sobre o assunto. Trata-se, portanto, da aplicação de uma revisão narrativa de literatura, definida como um tipo de pesquisa bibliográfica abrangente, cujo objetivo é “[...] descrever e discutir o desenvolvimento ou o ‘estado da arte’ de um determinado assunto, sob ponto de vista teórico ou contextual [...]” (Rother, 2007, p. 1).

Ainda sobre a metodologia deste estudo e à luz das recomendações de Rother (2007), para a elaboração de revisões narrativas, foram definidos alguns critérios de busca e seleção do material publicado. Assim, os procedimentos foram pautados em três critérios: 1 - ambiente de busca: base de dados do Google Acadêmico; 2 - tipo de material: livros e artigos científicos; 3 - idioma das publicações: português; e 3 - período de publicação do material: de 2014 a 2024. Além desses critérios, após a seleção do material, as publicações foram analisadas mediante uma leitura minuciosa no texto completo, seguida de um resumo dos pontos principais, possibilitando estabelecer o diálogo entre elas.

A fim de facilitar a organização do texto, foram desenvolvidas duas seções temáticas, em conjunto com esta introdução e com as considerações finais, última seção do artigo. Assim, na seção seguinte, a Filosofia é discutida como prática de libertação quando adotada para educar, conforme os apontamentos de Paulo Freire. Por sua vez, a última seção temática descreve os benefícios que a Filosofia pode possibilitar enquanto disciplina curricular.

 

Ensino de Filosofia e a educação libertadora de Paulo Freire

Paulo Freire representou um dos maiores ícones ou expoentes da educação brasileira, sobretudo, ao propor um modelo de educação centrado no compartilhamento de conhecimento entre estudantes e professores. Na obra “Pedagogia da Autonomia”, o autor defende que o estudante deve ser estimulado a pensar e expor suas ideias, com base em sua experiência de vida, o contexto em que atua e suas vivências culturais. Assim, a prática educativa acontece por meio do respeito e do diálogo, a possibilitar a constituição de um ambiente colaborativo, embasado em princípios sociais e democráticos, rumo a uma educação que promova melhores condições de vida (Freire, 2009).

De modo semelhante, no livro “Educação e Mudança”, o foco é o raciocínio do estudante, ou seja, o ato educativo estimula o questionamento e a busca de soluções para problemas diários, soluções essas encontradas por meio da reflexão lógica e argumentativa (Freire, 2005). Portanto, no entender de Oliveira (2020), é extremamente próximo o pensamento freireano com os princípios da Filosofia. Com efeito, para Oliveira (2020), tanto na proposta freireana como no ensino de Filosofia, os estudantes são provocados a analisar os conteúdos, conceituar, argumentar e expressar sua visão de mundo, desenvolvendo, nesse sentido, a capacidade de pensar de modo crítico, lógico e criativo.

Além de associar a prática educativa ocorrida em sala de aula com a vivência do estudante, Freire (2001) discutia a capacidade formativa do ato educacional, por conseguinte, o estímulo para a luta política. Com esse propósito, defendia os princípios filosóficos para construir um modo diferente de ensinar, ou seja, uma educação libertadora, isso é, uma prática educativa que seja capaz de ascender nos sujeitos oprimidos cultural e socialmente a compreensão de mundo, levando-os a pensar e a refletir criticamente acerca da realidade social, econômica, política ecultural a que estão inseridos (Freire, 2001).

Portanto, a educação libertadora, à luz da Filosofia, compreende a possibilidade de tornar o sujeito protagonista de sua história, um ser pensante, capaz de analisar e atribuir juízo de valor sobre o mundo.

Pensar o mundo é julgá-lo; e a experiência dos círculos de cultura mostra que o educando, ao começar a escrever livremente, não copia palavras, mas expressa juízos. Estes, de certa maneira, tentam reproduzir o movimento de sua própria experiência; o educando, ao dar-lhes forma escrita, vai assumindo, gradualmente, a consciência de testemunha de uma história de que se sabe o autor. Na medida em que se apercebe como testemunha de sua história, sua consciência se faz reflexivamente mais responsável dessa história (Freire, 1987, p. 7).

A educação libertadora sustenta-se nos fundamentos da Filosofia, pois o foco está na transformação da realidade do estudante, considerando-o um ser ativo, que compreende a sua existência, intervém sobre os problemas e propõe melhorias, de modo a concretizar o seu direito cidadão, ou seja, os estudantes são levados a reconhecerem-se como sujeitos de suas próprias histórias (Schaefer, 2024a). Isso quer dizer, segundo o autor citado, a consolidação de uma mudança significativa na vida do estudante, tornando-o crítico, livre e independente, sem prender-se a dogmas ou regras historicamente constituídas, ou melhor, uma educação que faça a sociedade brasileira livre da massificação, da alienação e de uma mentalidade colonial e de dependência social, cultural e econômica dos países ditos desenvolvidos.

A partir de uma educação libertadora que reconhece os problemas sociais e estimula a participação do sujeito na transformação social (Freire, 1987, 2005, 2009), torna-se possível o estudante reconhecer a si mesmo, sem sentir-se pressionado por forças dominadoras do meio social, como também o estudante se desnuda de qualquer forma de preconceito, aceitando as individualidades de cada um. Nesse sentido, a pedagogia libertadora constitui um fundamento de afirmação da vida humana e das relações sociais, provocando a libertação do indivíduo, por conseguinte, concretiza-se uma ação política interventiva para solucionar os problemas sociais, uma vez que a existência da liberdade e da ação política tem como condição, lutar para se afirmar como existência digna (Carvalho; Kohan; Gallo, 2021).

A discussão de que a Filosofia é um campo fértil para embasar as práticas educativas em prol da transformação do estudante, que se tornará um sujeito ativo, proativo, crítico e interventivo, tendo em vista a resolução de problemas, também é afirmada no estudo de Gonçalves (2016). Para esse autor, na perspectiva freireana, a ação que transforma a natureza, o indivíduo e a sociedade estáprincipiada na libertação gradual do ser humano dos condicionalismos que impedem a sua humanização, haja vista fomentar expectativas fundadas na transformação do mundo.

A educação libertadora de Freire potencializa as práticas educativas, cujo estudante é estimulado a questionar, a fundamentar suas ideias e a contextualizá-las; o efeito desse processo será a luta por melhores condições de vida, respeitando-se a individualidade de cada um e a igualdade social. Do mesmo modo, a Filosofia apresenta características similares às propostas educativas freireanas, pois está sustentada no questionamento, na argumentação, na fundamentação e na verdade, sob um olhar crítico e lógico (Freire, 2009). Logo, por meio da Filosofia, professores e estudantes compartilham diferentes saberes, à luz de uma ótica interdisciplinar ou transversal do conhecimento, ou seja, “[...] estimula-se o sentido crítico e problematizador da filosofia, exercitando o seu caráter de pergunta, de questionamento, de interrogação [...]” (Gallo, 2006, p. 28).

De fato, no entendimento de Schaefer (2024b), a Filosofia é um campo do saber que enriquece a educação e associada à ideia de educação libertadora promoverá melhorias no ensino-aprendizagem, além de motivar a participação, o envolvimento e o protagonismo dos estudantes. Salienta o autor que o ensino da disciplina de Filosofia, nos diversos níveis de ensino, sobretudo na Educação Básica, favorecerá a constituição de um espaço educativo de debates, com o propósito de vencer ideologias e preconceitos, por conseguinte, transformar o mundo, enquanto construção dialética, social e real.

Portanto, pensar a Filosofia como disciplina do currículo escolar é uma estratégia válida no sentido de fortalecer uma prática educativa libertadora, tanto no sentido de autonomia quanto na aquisição de novos conhecimentos. Com esse entendimento, Freire (1987), em seu livro “Pedagogia do Oprimido”, relata que educar é ampliar o conhecimento, mediante a integração das disciplinas, que serão conduzidas por equipes interdisciplinares de professores, com o propósito de fortalecer a capacidade de contextualizar e relacionar ideias e saberes. A Filosofia oportuniza esse objetivo, visto que ela não pode ser apenas mais uma disciplina, mas oportunizar “[...]o atravessamento mútuo dos campos de saberes, que a partir de suas peculiaridades se interpenetram, se misturam, se mestiçam, sem, no entanto, perder sua característica própria, que só se amplia em meio a essa multiplicidade” (Gallo, 2006, p. 30).

Nesse sentido, a discussão sobre Filosofia e o pensamento de Paulo Freire fomenta a própria essência da área, à luz dos fundamentos e princípios estabelecidos pela razão. Logo, conforme discutido por Chauí (2010), considera-se como possibilidade do potencial da Filosofia, a capacidade de se entender os conceitos e as essências de tudo o que existe no mundo, tornando o ser humano capaz de modificar a sua realidade. A conexão dos diversos saberes existentes pode fomentar uma prática transversal, a qual é fortalecida nos princípios da Filosofia (Gallo, 2022) e que emerge para uma educação que faz o educando ir além de conhecimentos básicos, a desenvolver questionamentos, intervenções e possíveis soluções aos problemas do mundo que o rodeia (Freire, 2001, 2005). Com isso, evidencia-se o potencial da Filosofia em aperfeiçoar, melhorar, fortalecer e/ou ampliar as práticas educativas vivenciadas nas instituições escolares.

 

Possíveis benefícios do ensino de Filosofia nas instituições escolares

Assim como discutido por Freire, acerca da educação libertadora, que tem potencial para tornar o estudante conhecedor de seus direitos, a disciplina de Filosofia exerce contribuições associadas ao aumento do conhecimento do estudante. Com isso, ao ser estimulado a indagar, conforme exposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais, o estudante potencializa a sua capacidade crítica, tendo em vista a concretização de uma visão mais ampla do mundo e dos fenômenos sociais, por conseguinte, busca-se a formação crítica dos estudantes, sobretudo no que tange ao exercício de direitos e deveres (atuação cidadã) (Brasil, 1998).

A formação crítica está fundamentada nos princípios filosóficos do questionamento, da reflexão e da argumentação. Sendo assim, por meio da Filosofia, os estudantes adquirirem uma postura ativa sobre os conteúdos que lhe são ensinados, à luz da verdade, da lógica e da ética. Logo, torna-se possível “[...] desenvolver experiências e habilidades qualitativas na formação dos educandos, contribuindo na formação de seres humanos conscientes de si, de seu pensar e de seu agir em sociedade” (Oliveira, 2018, p. 39).

No contexto da formação cidadã, entende-se que a disciplina serve para romper com as ideologias que se encontram cristalizadas no tecido social brasileiro, “[...] transmitindo para as gerações futuras as bases de uma sociedade democrática onde ninguém deve ser punido por pensar diferente [...]”, desde que tenha argumentos para defender suas ideias, à luz da verdade e da ética (Silveira, 2015, p. 78). De fato, os conteúdos filosóficos têm interferência no pensamento humano, cujo estudante é estimulado ao raciocínio, sob o olhar da capacidade criativa e produtiva para a vivência em sociedade (Gallo, 2022).

Nota-se que Silveria (2015) cita como um dos principais benefícios da disciplina de Filosofia o questionamento e a reflexão, os quais terão como efeito o estímulo à participação para uma efetiva mudança social. Isso tem como contribuição prática o despertar do valor da democracia, rumo à luta por uma sociedade justa e igualitária. Assim, o benefício da Filosofia para a educação será levar o estudante à condição de questionador e investigador num processo dialógico de ensino e aprendizagem, que torna o estudante aberto ao diferente e ciente de que é um cidadão inacabado e em constante busca de conhecimento (Fávero; Centenaro; Santos, 2020).

A capacidade crítica do estudante é um contributo oriundo do conhecimento apreendido não apenas na disciplina de Filosofia, mas em diversas outras áreas, por exemplo, nas Artes, na História e nas Ciências. Em conjunto, disserta Gallo (2006, p. 22), essas áreas complementam-se entre si, “[...] cada uma delas permitindo uma experiência distinta de pensamento criativo”. Portanto, estimular o pensamento, mediante a integração de saberes, tendo em vista um posicionamento crítico é um propósito da educação e está em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ao defender um ensino que preza pela formação humana integral e pela construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva (Brasil, 2017).

À luz dessas reflexões, constata-se que o maior benefício da disciplina de Filosofia para a educação é a sua capacidade de romper um pensamento aleatório por parte de estudantes e professores e desenvolver neles um raciocínio crítico e consciente que desperte a reflexão. Sendo assim, por meio da educação filosófica, é possível construir argumentos robustos, capazes de criar “[...] uma relação próxima entre o saber, a tecnologia, e o poder, para que haja tal transformação cultural a ponto de ocorrer a emancipação de cada indivíduo que compõe a sociedade” (Deus et al., 2019, p. 2).

O diálogo e a criticidade também são pontos abordados por Santana (2023). Segundo esse autor, a disciplina de Filosofia concretiza-se como

[...] uma espécie de impulso que surge e as pessoas vão em busca por melhorias, contatando que o ato de filosofar é muito mais que estimular produção de ideias, é o ato de interagir consigo mesmo e relacionar-se com o mundo, de gerar uma consciência de ser pessoa, de ser um “agente pensante” passível a provocar transformação no lugar em que se vive pautado pela lucidez na tomada de consciência sobre seus princípios, seus atos, pois uma sociedade se faz por pessoas conscientes do seu papel, refletindo diretamente no desenvolvimento sócio e econômico de qualquer nação (Santana, 2023, p. 96).

Nota-se que a Filosofia tem potencial para despertar a consciência do estudante, no sentido de torná-lo protagonista da sua história, com a missão de transformar sua vida, mediante uma conduta de libertação e de autonomia. Assim, ao invés de um sujeito passivo e omisso, a Filosofia cria formas de resistência, dentro e fora da escola, possibilitando aos estudantes a capacidade de se a(firmarem) na sociedade, seja como indivíduo ou como cidadão. Com isso, a Filosofia amplia o aprendizado e a visão de mundo, à luz de um pensamento questionador, autônomo e interdisciplinar (Castaman; Magarinus, 2022).

A interdisciplinaridade é, portanto, outro benefício oriundo da disciplina de Filosofia, tendo em vista a garantia de um ensino-aprendizagem que seja íntegro e contextualizado, cujo resultado desse processo serão outros benefícios, como: o questionamento e a argumentação. Sobre isso, Barcelos, Campos e Lima (2021) afirmam que ensinar Filosofia é exercitar o pensamento sobre questões cotidianas, sustentado na integração dos saberes e nas inter-relações entre as diversas áreas do conhecimento, como Antropologia, História, Ética, Educação, Religião, dentre outras. O resultado de um ensino interdisciplinar, proferem as referidas autoras, será a formação humana e integral, considerada como a possibilidade da elevação ou evolução do indivíduo, da sociedade e da humanidade. Sobre isso, Gallo (2006, p. 31) ensina que:

sabemos que na política educacional brasileira contemporânea, um dos apelos que se coloca para a Filosofia é o da transversalidade. O discurso é o de que a importância da Filosofia é tamanha, que ela não pode ser apenas mais uma disciplina, não pode ficar confinada a um espaço disciplinar no currículo, mas deve atravessar todas as disciplinas, deve ser um “tema transversal”, tornando-se presente em todos os momentos.

Com base no estudo de Paiva e Piol (2015), a participação democrática é um dos principais benefícios da Filosofia nas salas de aula. Tal benefício somente será alcançado quando os estudantes despertarem a consciência de que são sujeitos em transformação, que podem utilizar recursos diversos, como as tecnologias, para alavancar o aprendizado, de modo que este faça sentido para as suas vidas. Com isso, os estudantes tornam-se capacitados a “[...] produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva” (Brasil, 2017, p. 11). Os autores citados mencionam, então, que o ensino de Filosofia beneficia a aprendizagem significativa, pois valoriza o reconhecimento do indivíduo como ser humano e social e, ao mesmo tempo, enfatiza as subjetividades de cada um, com base em seus contextos de vida.

Salim (2023) concorda com Paiva e Piol (2015) de que a Filosofia como disciplina beneficia a aprendizagem significativa, cujo efeito desse aprendizado consolida outros benefícios, essenciais para a produção de novos conhecimentos: o diálogo, o respeito e o compartilhamento de saberes.

A Filosofia é como uma ponte que conecta as mentes dos estudantes, promovendo o diálogo e a troca de ideias. Ela cria um ambiente propício para discussões saudáveis e construtivas, onde cada voz é ouvida e valorizada. Ao estudar Filosofia, os estudantes aprendem a respeitar e apreciar diferentes pontos de vista. Eles descobrem que não existe uma única verdade absoluta, mas sim uma multiplicidade de perspectivas que enriquecem o mundo. A Filosofia os ensina a ouvir com empatia, a argumentar com respeito e a defender suas opiniões de forma fundamentada (Salim, 2023, p. 4).

Além das trocas de ideias ou saberes, a Filosofia discutida nas salas de aula beneficia os estudantes em seus processos de formação humana, sobretudo no que tange à liberdade e ao autoconhecimento do sujeito. Na percepção de Sousa e Rodrigues (2019), a disciplina vai muito além de uma pedagogia técnica, pautada na verbalização dos problemas, mas constitui uma ação de aprofundamento do que é ensinado, mediante uma análise crítica, reflexiva e integrada. Sousa e Rodrigues (2019) ressaltam que o pensamento é específico dos seres humanos, sendo, portanto, a possibilidade de os estudantes voltarem-se para si mesmos, tornando-se autônomos e livres, ou seja, sujeitos libertos de seus domínios alienantes, responsáveis por suas escolhas e decisões e competentes para a transformação.

A ideia de libertação no ambiente escolar é um processo que se fortalece ao longo das décadas. A princípio, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional menciona como um dos princípios básicos do ensino, “[...] a liberdade [do estudante] aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber [...]” (Brasil, 1996, p. 2). Ademais, “[...] a maior colaboração que a escola pode dar, ao lado de manter seus alunos informados sobre seus direitos, é dispor-se a auxiliá-los naquilo de que sintam falta [...]” (Brasil, 1998, p. 129). O efeito desse processo de libertação e participação será uma formação integral, autônoma e crítica (Brasil, 2017), ou seja, estudantes que se reconheçam como sujeitos em construção, abertos a inovações, em suas singularidades, mas sustentados pelas multiplicidades de conhecimentos (Gallo, 2006, 2022).

Em suma, a autonomia do estudante, sua motivação para buscar novos conhecimentos e o impulso ao questionamento manifestam-se como alguns benefícios principais oriundos da disciplina de Filosofia, para melhoria do ensino-aprendizagem nas instituições escolares, sob um olhar transversal do conhecimento produzido em diferentes áreas (Gallo, 2006). Há de se concordar com esse resultado, tendo em vista a importância da adoção de estratégias pedagógicas que despertem nos estudantes o gosto pelos estudos. Com efeito, a escola deixa de ser um ambiente do desprazer, permeado por regras, obrigações e repetições, para se tornar um espaço prazeroso de busca por novos conhecimentos que transformem a realidade social.

 

Considerações finais

Mediante a consulta à literatura publicada na área da Educação, em específico, a análise de livros e artigos de periódicos, produzidos no intervalo de 2014 a 2024, no idioma português, foi possível alcançar os objetivos específicos previamente estabelecidos para condução desta pesquisa. Com efeito, além de relacionar a Filosofia com a educação libertadora de Paulo Freire, apresentaram-se as possíveis contribuições do ensino de Filosofia quando oferecido nas salas de aula para formação dos estudantes.

Assim, o texto discorreu sobre as aproximações do ato de filosofar com os princípios educativos adotados por Paulo Freire. Constatou-se que Paulo Freire contribuiu para fortalecer o campo da Educação ao propor uma Filosofia para a área, cujo fundamento está no compartilhamento de conhecimento e saberes, entre educandos e educadores, a oportunizar um ambiente interativo e que estimula a liberdade dos atores envolvidos, tendo em vista viabilizar descobertas sobre o conhecimento, o mundo e sobre si mesmos. Com isso, a educação libertadora é fruto do ato de pensar, de refletir e de dialogar, de modo lógico, crítico e criativo. A consequência desse processo é a constituição de sujeitos pensantes, autônomos e libertos da alienação, ao romperem com dogmas ou regras consideradas como verdades absolutas.

O presente estudo focou na análise dos possíveis benefícios oriundos da disciplina de Filosofia oferecida nas salas de aulas. A consulta a diversos estudos que perseguiram esse mesmo objeto possibilitou identificar alguns benefícios advindos da Filosofia para o aprendizado dos estudantes, a saber: criticidade, criatividade, ensino significativo, diálogo, interdisciplinaridade, compartilhamento do saber e participação democrática.

Os resultados revelaram que tal disciplina assume aspecto interdisciplinar, ao dialogar, sobremaneira, com a História, a Arte e as Ciências, potencializando o ensino-aprendizagem, uma vez que o estudante assume a postura de protagonista no processo de construção do seu próprio conhecimento e, assim, é motivado a interagir e compartilhar ideias, por conseguinte, torna-se capaz de promover mudanças no contexto em que está inserido. Concluiu-se acerca da necessidade de valorizar a disciplina de Filosofia e sua integração com outras áreas, já que ela contribui para a formação de indivíduos autônomos, conscientes e comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa, democrática e igualitária.

No desenvolvimento do presente estudo, foram identificadas algumas limitações. Essas limitações manifestam-se como lacunas a serem investigadas na condução de estudos futuros. Nesse sentido, como principais limitações, citam-se: análise restrita aos livros e aos artigos publicados em periódicos, busca em apenas uma base de dados (Google Acadêmico), seleção de artigos publicados somente no idioma português e ausência de investigações práticas para validação dos resultados oriundos da literatura.

Portanto, recomenda-se a realização de novos estudos, sejam eles de natureza bibliográfica, qualitativa, quantitativa ou mista. Assim, ficam como sugestões de temáticas interessantes para pesquisas posteriores, a partir das lacunas identificadas: realização de uma pesquisa bibliográfica mais abrangente, que consulte outras bases de dados (Scopus e Web of Science, por exemplo), com textos publicados no idioma inglês e/ou espanhol e contemplando outros tipos de publicações (artigos de conferências, dissertações e/ou teses).

Não há como negar a importância e necessidade de se desenvolver um estudo com viés aplicado, ou seja, pesquisa empírica, que não fique limitada à consulta de documentos publicados. Assim, recomenda-se a execução de um estudo de campo, pesquisa-participante ou de uma pesquisa-ação, conduzidas pela aplicação de instrumentos de coleta de dados, como questionários e entrevistas, que investiguem a percepção de pedagogos e de professores sobre a contribuição da disciplina de Filosofia nas escolas.

 

Referências

 

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[1] Neste texto, as expressões “benefícios” e “contribuições” foram utilizadas como termos relacionados, ou seja, que apresentam pontos bem próximos. Ambas podem ser entendidas como o conjunto de ações que facilitam a realização de algo. Quando se diz que a Filosofia beneficia a prática educativa, por exemplo, quer dizer que tal disciplina auxilia, de algum modo, no aprendizado dos estudantes, tornando-se, pois, uma estratégia ou ferramenta a ser utilizada pelos professores ou pela escola para que a educação produza efeitos na geração de conhecimento por parte dos estudantes.