A pessoa com deficiência no regime contemporâneo de imagens: revisão de literatura

 

The people with disabilities in the contemporary regime of images: literature review

La persona con discapacidad en el régimen contemporáneo de las imágenes: revisión bibliográfica

 

Fátima Lucília Vidal Rodrigues

Universidade de Brasília, DF, Brasil

vidalrodrigues@unb.br

 

Claudia Guilmar Linhares Sanz

Universidade de Brasília, DF, Brasil

claudialinharessanz@gmail.com

 

Evelyn Marques Rodrigues

Universidade de Brasília, DF, Brasil

Evelyn.rodrigues.ped@gmail.com

 

Mariana Sardinha Barros

Universidade de Brasília, DF, Brasil

curicho@gmail.com

 

Recebido em 10 de julho de 2024

Aprovado em 23 de setembro de 2024

         Publicado em 25 de novembro de 2024

 

RESUMO

Este estudo integra a pesquisa “(In)visibilidades da pessoa com deficiência no regime contemporâneo de imagens” (UNB-FENAPAES) e se propôs a realizar uma revisão de literatura integrativa. O levantamento das referências bibliográficas foi realizado nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Biblioteca Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), considerando os anos de 2014 a 2023, escritos em língua portuguesa e revisados por pares, no caso dos periódicos. Um grupo de oito pesquisadoras partiu de 4623 resultados encontrados a partir de dois blocos de descritores, previamente validados. Foram pré-selecionados 103 trabalhos, em uma análise feita por duplas de pesquisadoras e, posteriormente, submetidos à análise coletiva. Após apreciação, chegou-se ao número final de 22 textos incluídos para análise. Os textos foram organizados em seis blocos, conforme os objetos de análise empírica dos autores: mídia (jornais, televisão, revistas); anúncios publicitários; cinema; fotografia; portais governamentais e redes sociais. As conclusões remetem para um aumento das pesquisas com foco nas pessoas com deficiência e imagem, desde produções iniciais de formação de pesquisadores - stricto senso (BDTD) - até produções publicadas em periódicos Qualis A. O resultado da pesquisa comprova a existência de processos que marcam a invisibilidade no discurso social acerca das pessoas com deficiência. Esses processos provocam deslocamentos, mas não transformação das imagens, reforçando análises semiolinguísticas e quantitativas existentes no regime contemporâneo de imagem, que ajudam, mas não operam como ferramentas de análise.

 

Palavras-chave: Pessoa com deficiência; Imagens; Revisão de literatura.

 

 

ABSTRACT

This study is part of the research “(In)visibilities of people with disabilities in the contemporary regime of images” and set out to carry out an integrative literature review. The bibliographical references were collected from the Scientific Electronic Library Online (SciELO), the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) and the Brazilian Library of Theses and Dissertations (BDTD) databases, from 2014 to 2023, written in Portuguese and peer-reviewed in the case of journals. A group of eight researchers started with 4,623 results found using two blocks of previously validated descriptors. 103 papers were pre-selected in an analysis carried out by pairs of researchers and then submitted to collective analysis. After consideration, the final number of texts included for analysis was 22. The texts were organized into six blocks, according to the authors' objects of empirical analysis: media (newspapers, television, magazines); advertisements; cinema; photography; government portals and social networks. The conclusions point to an increase in research focusing on people with disabilities and image, from initial productions for training researchers - stricto senso (BDTD) - to productions published in Qualis A journals. The results of the research show the existence of processes that mark invisibility in the social discourse about people with disabilities. These processes cause displacement, but not transformation of the images, reinforcing existing semiolinguistic and quantitative analyses in the contemporary image regime, which help, but do not operate as analytical tools.

 

Keywords: People with disabilities; Images; Literature review.

 

 

RESUMEN

Este estudio forma parte del proyecto de investigación «(In)visibilidades de las personas con discapacidad en el régimen contemporáneo de imágenes» y se propuso realizar una revisión bibliográfica integradora. Las referencias bibliográficas fueron recolectadas de las bases de datos Scientific Electronic Library Online (SciELO), de la Coordinación de Perfeccionamiento de Personal de Enseñanza Superior (CAPES) y de la Biblioteca Brasileña de Tesis y Disertaciones (BDTD), de 2014 a 2023, escritas en portugués y arbitradas por pares en el caso de las revistas. Un grupo de ocho investigadores partió de 4.623 resultados encontrados utilizando dos bloques de descriptores previamente validados. Se preseleccionaron 103 artículos, que fueron analizados por parejas de investigadores y posteriormente sometidos a un análisis colectivo. El número final de textos incluidos para el análisis fue de 22. Los textos se organizaron en seis bloques, según los objetos de análisis empírico de los autores: medios de comunicación (periódicos, televisión, revistas); anuncios; cine; fotografía; portales gubernamentales y redes sociales. Las conclusiones apuntan a un aumento de la investigación centrada en las personas con discapacidad y la imagen, desde las producciones iniciales de formación en investigación - stricto senso (BDTD) - hasta las producciones publicadas en revistas Qualis A. Los resultados de la investigación muestran la existencia de procesos que marcan la invisibilidad en el discurso social sobre las personas con discapacidad. Estos procesos provocan el desplazamiento, pero no la transformación de las imágenes, reforzando los análisis semiolingüísticos y cuantitativos existentes en el régimen de la imagen contemporánea, que ayudan, pero no operan como herramientas de análisis.

 

Palabras clave: Personas con discapacidad; Imágenes; Revisión bibliográfica.

 

Introdução

A ratificação dos princípios da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (2006) pelo governo brasileiro (Decreto No 6.949, de 25 de agosto de 2009) e pela sociedade civil marcou a adesão a propostas internacionais que redesenharam o conceito de deficiência, ancorado em um modelo social[1] e fundamentado nos direitos humanos. Este momento não apenas simbolizou a transformação em direção a uma educação inclusiva para todas as pessoas, com ou sem deficiência, mas também representou a esperança de uma sociedade empenhada na eliminação de barreiras estruturais, físicas, linguísticas e atitudinais. Ao tornar o Brasil uma referência na discussão e implementação de ações inclusivas, dando visibilidade às pessoas com deficiência e reformulando conceitos, avançamos na compreensão dos direitos, reconfigurando práticas sociais, educacionais e políticas.

Assegurar os direitos culturais, humanos, sociais e linguísticos das pessoas com deficiência é essencial para uma sociedade inclusiva, plural e pluriepistêmica. Nesse sentido, é crucial que as iniciativas de pesquisa se comprometam a ressignificar a compreensão da deficiência, rompendo com a normalização dos corpos e superando o apagamento histórico dos diferentes modos de subjetivação, contribuindo para isso, com processos de investigação acadêmica que deem mais visibilidade às pessoas com deficiência. Ações governamentais, acadêmicas e vinculadas aos diferentes grupos sociais podem configurar atuações importantes, desempenhando papel crucial ao oferecerem dados, reflexões e produções que fortaleçam os movimentos dedicados a impulsionar essa mudança, conectando academia e sociedade a uma história construída coletivamente e na luta por direitos.

Com essa intenção em mente, a pesquisa (In)Visibilidades da pessoa com deficiência no regime contemporâneo de imagens busca contribuir com espaços sociais, educacionais e com pesquisadores interessados na temática da deficiência, visibilidade e imagem.[1] Pretendemos compartilhar de maneira aberta e pública os dados e achados compilados ao longo de dois anos de investigação, de forma a possibilitar que as informações cheguem a um número maior de pessoas interessadas no tema. Este texto, apresenta um processo investigativo de revisão de literatura integrativa, o qual delineia o caminho metodológico e discute os achados provenientes de quatro mil, seiscentos e vinte e três resultados, acessados em três plataformas distintas. Além disso, aborda a discussão metodológica que permitiu selecionar vinte e dois textos, apresentando os diferentes elementos imagéticos acionados pelos autores para análise no regime contemporâneo de imagem. O objetivo geral dessa revisão de literatura é investigar quais os principais dispositivos de imagens, relacionados às pessoas com deficiência, que têm sido estudados em pesquisas brasileiras na contemporaneidade. De maneira específica, intenciona possibilitar um processo deliberado de aprendizagem a jovens pesquisadores, assim como apresentar elementos que deem condições para uma compreensão das pesquisas selecionadas.

Para abordar de maneira abrangente a revisão de literatura, o trabalho é estruturado em três partes distintas. A primeira parte apresenta a metodologia responsável por organizar o tema, os critérios de inclusão e exclusão e a seleção dos textos para análise. A segunda parte discute os resultados da revisão de literatura, reconhecendo que esta análise representa apenas uma parcela do todo, estando longe de abarcar as diversas combinações e entrelaçamentos políticos e subjetivos abordados em cada etapa da pesquisa. Esse movimento se dá a partir de uma reflexão teórica tecida pelos diferentes discursos problematizados nos textos selecionados e pela apresentação dos seis blocos de imagens das pessoas com deficiência investigados pelos autores. Na terceira parte, culminamos com as considerações finais que unem metodologia e discussão dos resultados, apontando para questões que potencializam a próxima fase da investigação e ações do grupo de pesquisa de forma a contribuir com as reflexões levantadas.

O CAMINHO METODOLÓGICO DA REVISÃO DE LITERATURA

A opção das pesquisadoras envolvidas nesse trabalho foi construir um caminho metodológico que, além de um mapeamento e levantamento bibliográfico, compartilhasse referências que analisassem diferentes imagens de pessoas com deficiência, circulantes na mídia hegemônica e em diferentes espaços sociais. Para tanto, essa revisão se propõe a uma análise e síntese dos achados, intencionando deixar mais clara a lacuna de pesquisa que possa contribuir com uma discussão ampliada acerca dos processos de (in)visibilidades das pessoas com deficiência no regime contemporâneo de imagens. A metodologia teve um duplo movimento, reunindo a experiência formativa em pesquisa e a construção do processo metodológico de uma revisão de literatura.

Nossa escolha metodológica foi um exercício de revisão de literatura integrativa (Souza; Silva; Carvalho, 2010) desenvolvido a partir do campo da educação e não da saúde, variando e se diferenciando em processo e análise. A experiência da revisão de literatura teve um duplo caminho: mapear os trabalhos que relacionavam pessoas com deficiência e imagem, assim como possibilitar um processo de aprendizagem às bolsistas de iniciação científica que acompanham o projeto e o grupo de pesquisa. O resultado apresentado se diferencia em extensão e profundidade, priorizando a entrega de uma tessitura descritiva do processo de pesquisa, dos objetivos reunidos nas produções, os blocos de imagem estudados pelos trabalhos selecionados e o caminho metodológico abordado pelos autores.

Ao investigarmos de forma exploratória em diferentes plataformas de pesquisa, verificamos a ausência de uma revisão de literatura que reunisse a temática da pessoa com deficiência e os dispositivos de imagem que, supostamente, visibilizavam esses sujeitos. Partindo dessa constatação, organizamos nosso trabalho de pesquisa em torno da seguinte questão: quais os principais dispositivos de imagens relacionados às pessoas com deficiência que têm sido estudados em pesquisas brasileiras na contemporaneidade? A partir dessa pergunta a investigação foi sendo construída em etapas, as quais descrevemos a seguir.

Para o levantamento dos trabalhos acadêmicos, realizamos uma busca nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). As plataformas CAPES e SciELO são comumente acessadas pelo campo da educação para revisões de literatura; o mesmo não acontece com a BDTD por se tratar de uma plataforma com trabalhos stricto sensu. Entretanto, a escolha por essa base de dados se deu por sua importância ao apresentar estudos disponibilizados na íntegra e que retratam um campo fértil de aprendizagem e contato com produções estudantis, ligadas aos mestrados e doutorados de programas brasileiros de pós-graduação.  Essa escolha vai ao encontro do objetivo específico que pretende potencializar a formação em pesquisa das estudantes implicadas na investigação, proporcionando a experiência de interpretar, ler e aprender com os processos de pesquisa. Importante salientar que as três plataformas são alimentadas com novos dados, quase que diariamente no Brasil, por isso, informamos que os achados da pesquisa se circunscrevem ao período de acesso aos trabalhos que foi de janeiro a agosto de 2023.

Em reuniões, o grupo de pesquisadoras elegeu alguns descritores, que potencializados com o operador booleano AND, encontrou resultados que se aproximavam da questão construída para essa revisão. Os descritores utilizados para a pesquisa foram divididos em duas categorias: categoria A - in/visibilidade AND pessoa com deficiência/defici*, pessoa com deficiência/defici* AND redes sociais, imagem AND pessoa com deficiência/defici*, representação AND pessoa com deficiência/defici*, representação AND mídia e categoria B - audiovisual AND pessoa com deficiência/defici*, mídia AND pessoa com deficiência/defici*, capacitismo AND mídia.

Nossa primeira tentativa de recorte temporal foi investigar os trabalhos publicados entre 2018 e 2022, mas ao pesquisarmos nas plataformas, vimos que havia uma escassez de resultados nesse período. Ao pesquisarmos sem filtro temporal os dados aumentaram consideravelmente e concentraram-se numa janela de tempo, cuja maioria dos trabalhos ficaram concentrados num período em torno de dez anos. Em função disso, decidimos que a janela temporal da pesquisa seria de 2014 a 2023. Para a inclusão dos achados foram estabelecidos critérios de seleção para os trabalhos que, na sequência, seriam analisados por pares. O cuidado com os critérios de inclusão à amostragem foi particularmente destacado pelo coletivo de pesquisadoras para garantir confiabilidade e fidedignidade dos resultados (Souza; Silva; Carvalho, 2010). Como na janela de tempo, o critério de inclusão de produções acadêmicas em línguas estrangeiras foi validado e discutido. Um primeiro levantamento exploratório foi feito em língua inglesa, espanhola e portuguesa. Ao retornarmos à discussão e aos objetivos do projeto, decidimos que o filtro seria exclusivamente em língua portuguesa.

Em síntese, os critérios para elegibilidade foram: pertencer ao marco temporal de dez anos, trabalhos publicados em língua portuguesa e responderem à questão da pesquisa. E, como critérios de exclusão, trabalhos que haviam aparecido em alguma etapa anterior em língua estrangeira, repetidos - na mesma plataforma ou em outra, fora do marco temporal ou distante do enquadramento temático da pessoa com deficiência e imagem. Para efetivarmos esse processo, as pesquisadoras foram divididas em duplas, para primeiro, individualmente, analisarem os mesmos resultados e depois cotejarem conjuntamente os textos pré-selecionados. Por fim, todos os textos pré-selecionados, validados pelas duplas, foram apresentados ao coletivo de oito pesquisadoras, as quais selecionaram os textos a serem incluídos na revisão.

A jornada desta revisão de literatura foi além da análise dos trabalhos em si, destacando-se pelo contexto de aprendizagem concebido para que as bolsistas de iniciação científica pudessem imergir na experiência de pesquisa como protagonistas. Além de capacitar as pesquisadoras, proporcionando um espaço crucial de diálogo que permitiu uma abordagem abrangente das produções teóricas encontradas, com os descritores selecionados, o processo foi constantemente debatido de forma coletiva e dialógica. Seguindo as etapas de uma revisão integrativa, o contato com mais de quatro mil resultados encontrados foi potencializado didaticamente. Os achados foram organizados por plataformas e descritores, selecionados com base em títulos e resumos, e os dados de cada texto pré-selecionado foram inseridos em planilhas, combinando o olhar das coordenadoras e das estudantes. A reflexão coletiva sobre esse processo, acompanhada da escrita das impressões individuais sobre os textos e breves análises compartilhadas com a equipe, foi fundamental para formarmos pesquisadoras comprometidas com os processos científicos e com uma revisão crítica no campo da imagem e das pessoas com deficiência. O objetivo da pesquisa "(In)visibilidades da pessoa com deficiência no regime contemporâneo de imagens" também se ampliou com essa experiência, possibilitando itinerários formativos que combinaram formação em pesquisa, extensão universitária e produção escrita voltada à defesa dos direitos das pessoas com deficiência.

APRESENTAÇAO E DISCUSSÃO DOS ACHADOS DA REVISÃO DE LITERATURA

Os achados encontrados nas bases de dados CAPES, SciELO e BDTD, após análise do grupo de pesquisa, totalizaram 4623 resultados. Os achados iniciais, desconsiderando a janela temporal de 10 anos, foram de um total de 7095 produções acadêmicas, número que aponta para o interesse dos pesquisadores em investigar acerca da pessoa com deficiência e o campo da imagem, com especial destaque para os estudos de representação, mídia e redes sociais, conforme os achados apresentados nos quadros 1, 2 e 3, os quais apresentam os dados da pesquisa por descritores acionados. A pesquisa, conforme salientado, teve seus resultados analisados e cotejados por duplas de pesquisadoras, os quais foram selecionados pelo coletivo de oito pesquisadoras[2]. Esse grupo pré-selecionou 103 trabalhos, resultando, após análise qualitativa de cada texto e considerando o critério de pertencimento e resposta à temática da revisão, em 22 textos selecionados.

Ao finalizar o processo de compilação dos achados por descritores em cada base de dados foi possível obter o fluxograma que segue, no qual apresentamos o processo de identificação, triagem, elegibilidade e inclusão das produções acadêmicas[3].

Figura 1 – Fluxograma da revisão de literatura

Fonte: as autoras

Nos quadros a seguir é possível verificar os dados encontrados pelos descritores em cada uma das bases de dados. Os 103 textos pré-selecionados foram apresentados ao coletivo de pesquisadoras, um a um, destacando o tema, o objetivo, o objeto empírico e a pertinência ao tema de pesquisa. Em um movimento que vai de encontro a exigência de rapidez científica, dedicamos tempo e análise detalhados, sempre que necessários, para que o processo de inclusão representasse da melhor forma a temática investigada.

Quadro 1 – Resultado de busca por descritores na base de dados CAPES

DESCRITORES Categoria A CAPES:

Achados sem filtro temporal

Achados com filtro temporal

Pré-Selecionados

Selecionados

In/visibilidade AND pessoa com defici*

249

160

11

0

Pessoa com deficiência AND redes sociais

735

533

13

2

Imagem AND pessoa com deficiência

923

516

1

1

Representação AND pessoa com deficiência

621

423

7

1

Representação AND mídia

1606

1125

21

4

 

DESCRITORES Categoria B CAPES:

Achados sem filtro temporal

Achados com filtro temporal

Pré-Selecionados

Selecionados

Audiovisual AND pessoa com deficiência

802

495

3

0

 Mídia AND pessoa com deficiência

437

335

9

4

Capacitismo AND mídia

2

2

0

0

 

Total

5375

3589

65

12

Fonte: elaboração das autoras

Quadro 2 – Resultado de busca por descritores na base de dados SciELO

DESCRITORES Categoria A SciELO:

Achados sem filtro temporal

Achados com filtro temporal

Pré-Selecionados

Selecionados

In/visibilidade AND pessoa com defici*

31

28

1

0

Pessoa com deficiência AND redes sociais

52

47

0

0

Imagem AND pessoa com deficiência

176

24

2

1

Representação AND pessoa com deficiência

89

52

3

1

Representação AND mídia

105

47

0

0

 

DESCRITORES Categoria B SciELO:

Achados sem filtro temporal

Achados com filtro temporal

Pré-Selecionados

Selecionados

Audiovisual AND pessoa com deficiência

17

12

0

0

Mídia AND pessoa com deficiência

8

5

2

1

Capacitismo AND mídia

0

0

0

0

 

Total

478

215

8

3

Fonte: elaboração das autoras

Quadro 3 – Resultado de busca por descritores na base de dados BDTD

 

DESCRITORES Categoria A BDTD:

Achados sem filtro temporal

Achados com filtro temporal

Pré-Selecionados

Selecionados

In/visibilidade AND pessoa com defici*

102

81

6

2

Pessoa com deficiência AND redes sociais

304

227

2

1

Imagem AND pessoa com deficiência

254

194

8

1

Representação AND pessoa com deficiência

150

106

4

2

Representação AND mídia

185

22

4

0

 

DESCRITORES Categoria B BDTD:

Achados sem filtro temporal

Achados com filtro temporal

Pré-Selecionados

Selecionados

Audiovisual AND pessoa com deficiência

37

33

1

0

Mídia AND pessoa com deficiência

103

76

5

1

Capacitismo AND mídia

107

80

0

0

 

Total

1242

819

30

7

Fonte: elaboração das autoras

Ao analisarmos os textos selecionados e considerando o corpus, objetivos e metodologia elegidas pelos autores, foi possível compreender que as pesquisas se constituíram como produções problematizadoras das imagens das pessoas com deficiência a partir de seis blocos de análises empíricas, especialmente destacados, pelo caminho metodológico: mídia (6), (Martins, 2017; Hilgemberg, 2014; Oliveira; Poffo; Souza, 2018; Silva, 2020; Vasconcellos; Machado; Veiga-neto, 2020; Nascimento; Albuquerque Junior, 2017); anúncios publicitários (4),  (Pessoa; Brandão; Mantovani, 2019; Santos, 2020; Schipper; Witzel, 2015; Silva; Covaleski, 2018); cinema (3), (Gilbert, 2016; Gotardo; Freitas, 2021; Silva, 2016); fotografias (3), (Hilgemberg; Araújo; Lima, 2019; Santos et al, 2018; Serelle; Campos, 2018); portais governamentais (4), (Almeida, 2014; Oliveira; Araújo, 2016; Oliveira, 2014; Xavier, 2020) e redes sociais (2), (Pessoa, 2015; Pessoa; Mantovani; Costa, 2020). A categorização das produções acadêmicas nos permitiu estudo e análise por blocos, permitindo uma interlocução com as concepções de imagem destacadas em cada grupo. 

No âmbito das pesquisas que analisam as representações das pessoas com deficiência na mídia, verificamos que os objetivos convergem para problematizar essas representações. Martins (2017) se propõe a investigar a dualidade das representações midiáticas na Folha de São Paulo, que oscilam entre a exclusão e a mitificação das pessoas com deficiência. Hilgemberg (2014) realiza uma análise comparativa das representações dos atletas paralímpicos em diferentes países durante os Jogos Paralímpicos (1996 a 2008). Oliveira; Poffo e Souza (2018) exploram a percepção dos atletas com deficiência visual sobre sua representação na mídia. Silva (2020) investiga o papel da racionalidade da sociedade de desempenho no governo dos corpos e vidas deficientes. Nascimento e Albuquerque Junior (2017) analisam, na Revista Sentidos, os discursos sobre a visibilidade da sexualidade de sujeitos com T21, destacando a inclusão social e os sentidos que circulam em torno dessa temática. Por fim, Vasconcellos (2020) discute como programas midiáticos, como o Encontro com Fátima Bernardes e o Esporte Espetacular, influenciam a conduta dos telespectadores em relação às pessoas com deficiência. Esses estudos convergem para problematizar e compreender as complexas dinâmicas de representação e poder presentes na mídia em relação às pessoas com deficiência. Os autores apresentam uma crítica à mídia que ainda oscila na forma como visibilizam as pessoas com deficiência, ora apresentando-as como coitadinhas, ora como super-heróis.

No conjunto de produções centradas em anúncios publicitárias, quatro estudos destacam-se por suas abordagens distintas. Pessoa; Brandão e Mantovani (2019) ampliam sua análise para examinar o processo de agenciamento de sentidos em torno da narrativa da marca Sadia, destacando o protagonismo de uma menina com T21 e as interações geradas pelo público com a campanha. Santos (2020) concentra-se na análise dos discursos publicitários de marcas que incorporam pessoas com deficiências sensoriais, investigando se a inclusão social é efetivamente evidenciada nos anúncios. Por sua vez, Schipper e Witzel (2015) direcionam sua atenção para o papel da linguagem na construção das concepções de Deficiência Intelectual na contemporaneidade, examinando a gênese discursiva dessas concepções por meio da análise de propagandas veiculadas por uma instituição de educação especial entre 1980 e 2009. Enquanto isso, Silva e Covaleski (2018) empreendem uma investigação sobre as construções publicitárias envolvendo corpos com deficiência, com o objetivo de identificar e classificar as representações associadas a essa corporeidade. Em conjunto, esses estudos fornecem uma visão abrangente das dinâmicas de representação e inclusão presentes na publicidade contemporânea, destacando a importância de abordagens críticas e reflexivas nesse campo.

Três trabalhos distintos abordam o cinema sob diferentes perspectivas. Gilbert (2016) propõe examinar a construção narrativa, imagens e significados relacionados às pessoas com deficiência veiculados em festivais cinematográficos. Por sua vez, Gotardo e Freitas (2021) se dedicam a analisar como os corpos dissonantes aos imaginários dominantes disputam espaços e o direito à cidade, narrando-se por meio de rupturas com as convenções estabelecidas. Enquanto isso, Silva (2016) busca compreender como o dispositivo da espetacularização da intimidade do corpo com deficiência organiza a prática discursiva cinematográfica contemporânea, destacando os jogos enunciativos e a conduta ética no campo individual, social e político. Esses estudos oferecem insights valiosos sobre as representações, narrativas e práticas discursivas envolvendo a deficiência no cinema, contribuindo para uma compreensão mais ampla e crítica dessa temática.

O último bloco de estudos possui objetivos distintos, mas concentrados na análise comum das fotografias. Hilgemberg, Araújo e Lima (2019) têm como propósito analisar a representação social da mulher atleta com deficiência, explorando o duplo estereótipo de gênero e deficiência através das fotografias publicadas nos jornais O Globo, Folha de São Paulo e Zero Hora durante os Jogos Paralímpicos de 2016. Por outro lado, Santos et al (2018) buscam caracterizar a representação imagética do esporte e dos atletas paraolímpicos na cobertura fotográfica específica do jornal Folha de São Paulo, durante o período de 1992 a 2016. Já Serelle e Campos (2018) adotam uma abordagem diferente, analisando o livro "Memórias da Vila" sob a ótica de Jacques Rancière (2010), considerando a obra como um "dispositivo de visibilidade" que utiliza elementos de linguagem para confrontar e deslocar as representações cristalizadas sobre os indivíduos de uma comunidade, propondo novos vínculos éticos.

Quatro textos constroem sua problematização metodológica a partir de portais governamentais. Os estudos de Almeida (2014) buscam compreender a deficiência, especialmente a deficiência intelectual, como uma prática discursiva, utilizando revisão bibliográfica, discussão conceitual e análise de discursos para explorar os possíveis sujeitos e sociabilidades que emergem a partir dela. Oliveira (2014) investiga a representação cultural da deficiência nos discursos midiáticos do Portal do Professor, do Ministério da Educação (MEC), com o objetivo de identificar estereótipos e essencializações na produção dos sujeitos com deficiência. Já Oliveira e Araújo (2016) também se dedicam a investigar a representação cultural da deficiência nos discursos midiáticos do Portal do Professor do MEC, especificamente analisando suas articulações com os saberes e poderes que influenciam na constituição desses sujeitos. Por fim, Xavier (2020) realiza uma análise das imagens concebidas e produzidas para campanhas do Ministério da Saúde, visando compreender o conceito de deficiência nelas presente e identificar elementos que contribuam para a sua compreensão. Esses estudos contribuem com a compreensão da deficiência em diferentes contextos discursivos, midiáticos e governamentais.

Os estudos que exploram as dinâmicas das redes sociais oferecem perspectivas diversas sobre a interação e a representação das pessoas com deficiência. Pessoa (2015) busca definir e discutir a deficiência como dispositivo de mise en scène, utilizando a Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau e sua adaptação, o que permite uma maior liberdade na definição dos corpora. Já Pessoa, Mantovani e Costa (2020) investigam as relações sociopolíticas da representação de corpos e de pessoas com deficiência a partir de mensagens articuladas por meio de hashtags de uma campanha, contribuindo para uma compreensão mais profunda da interseção entre as redes sociais e as questões de inclusão e representação. Esses estudos destacam a importância das redes sociais como espaços significativos para a expressão, interação e representação das pessoas com deficiência na sociedade contemporânea.

Os autores adotam uma variedade de abordagens metodológicas em suas pesquisas, refletindo a diversidade de enfoques na análise de discurso e estudos culturais. Entre essas abordagens, destacam-se a análise do discurso de vertente francesa, como evidenciado nos trabalhos de Nascimento e Junior (2017), Pessoa, Brandão e Mantovani (2019), Schipper e Witzel (2015), Oliveira e Araújo (2016), Oliveira (2014) e Silva (2016). Outros autores optam pela análise semiolinguística do discurso de Patrick Charaudeau, como exemplificado nos estudos de Santos (2020), Silva e Covaleski (2018) e Pessoa (2015). Além disso, há aqueles que adotam a análise do conteúdo de Laurence Bardin, como visto em Martins (2017) e Hilgemberg (2014). Estratégias etnográficas são empregadas por Gilbert (2016) e Pessoa, Mantovani e Costa (2020), enquanto a pesquisa documental é utilizada por Almeida (2014) e Xavier (2020). A teoria do enquadramento é explorada por Santos et al (2018), e embora não explicitada, uma abordagem semelhante é sugerida por Hilgemberg, Araújo e Lima (2019) na análise de fotografias. Outras metodologias incluem a análise temática (Oliveira, Poffo e Souza, 2019), análise fílmica (Gotardo e Freitas, 2021), a literatura como campo de experimento e análise (Silva, 2020), o acionamento de conceitos-ferramentas de Michel Foucault (Vasconcellos, Machado e Veiga-Neto, 2020), e  análise de elementos fotográficos e narrativos, por meio de visita de campo e observação participante, conforme demonstrado por Serelle e Campos (2018). Essa variedade metodológica reflete a complexidade das abordagens utilizadas na pesquisa em ciências sociais e humanidades, especialmente, no campo da imagem.

Nesse contexto metodológico, destacamos as pesquisas cinematográficas. Silva (2016) emprega uma análise do discurso francesa, centrando sua análise nas categorias do plano, da sequência e do filme. Por outro lado, Gilbert (2016) opta por uma estratégia etnográfica, utilizando procedimentos semióticos para explorar os núcleos médico, de superação e de corporeidade presentes em sua base empírica. Enquanto isso, Gotardo e Freitas (2021) propõem uma abordagem de análise fílmica que incorpora leituras polivalentes das dimensões sonora, visual e narrativa dos programas analisados. Além disso, é relevante destacar que os três trabalhos enfatizam a enunciabilidade das pessoas com deficiência (Silva, 2016), a estética da deficiência destacada por uma etnografia textual (Gilbert, 2016) e “uma leitura crítica da produção de sentidos e de imaginários nos produtos audiovisuais” (Gotardo e Freitas, 2021, p.45). Tais contribuições despertam o interesse genuíno de aprofundamento do grupo de pesquisa na temática do cinema, considerando a abertura das imagens e o cinema como uma experiência singular vivida por quem se permite atravessar por ele.

Todos os textos destacam a importância da visibilidade da pessoa com deficiência. No entanto, é fundamental compreendermos que a visibilidade não é simplesmente sinônimo da presença de imagens, embora seja utilizada muitas vezes assim, inclusive em parte dos textos selecionados nessa revisão de literatura. A visibilidade é uma categoria em disputa, que se vincula à luta indignada de grupos minoritários, sem deixar de aparecer atrelada às novas maneiras de governo de conduta, formas de incorporar os indivíduos a sistemas de dominação e em processos de sujeição inerentes ao tipo contemporâneo de produção de subjetividade. Essa ambiguidade, disjunção bastante característica da atualidade, exige-nos pensar a visibilidade no âmbito de relações amplas entre poder e saber, resultado da articulação de dispositivos variados e heterogêneos, materialidades e imaterialidades que configuram as condições de possibilidade até para as normas morais e os arcabouços normativos. Falamos aqui da relação de forças não excludentes que constituem justamente os diagramas por meio dos quais as coisas são dadas ou tomadas como vistas, as condições para que certos corpos e subjetividades se tornem “visíveis” e valorizáveis, circunstâncias para que certas imagens sejam percebidas e até produzidas. (Sanz; Palatucci, 2024; Honneth, 2001). Dessa aproximação conceitual de deficiência e visibilidade temos, por conseguinte, um desdobramento de pesquisa que se debruçará sobre a imagem da pessoa com deficiência no cinema, que o cinema dá a ver pelo entrecruzamento de espaços comunicacionais, um aprofundamento de um dos blocos de análise dessa revisão de literatura.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral dessa revisão de literatura foi investigar como as pesquisas brasileiras têm abordado o estudo acerca das pessoas com deficiência no regime contemporâneo de imagens. Ao analisarmos os vinte e dois textos selecionados, concluímos que a grande maioria dos trabalhos parte das imagens de pessoas com deficiência em diferentes espaços midiáticos e sociais. As conclusões remetem para a existência de um número significativo de pesquisas com foco nas pessoas com deficiência e imagem, desde produções iniciais de formação de pesquisadores - stricto senso (BDTD), até produções publicadas em periódicos Qualis A. No entanto, o resultado da pesquisa demonstra a existência de processos de invisibilidades que fazem marca no discurso social acerca das pessoas com deficiência, mesmo quando essas são visibilizadas na mídia, no cinema ou nas redes sociais. Esses processos provocam deslocamentos, mas não transformação das imagens, reforçando análises semiolinguísticas e quantitativas destacadas na leitura das pesquisas. Esses processos ajudam, mas não operam como ferramentas de análise que poderiam permitir a visibilidade da interseccionalidade implicada na inscrição necessária das pessoas com deficiência no regime comunicacional brasileiro de imagens.

Importante destacar que um dos objetivos específicos dessa revisão traz a preocupação em oferecer a experiência didática de formar pesquisadoras ao longo do processo de investigação. Os dados desse movimento pedagógico acumulam algumas dezenas de páginas as quais registram o passo a passo da pesquisa vivenciada por bolsistas de iniciação científica. A cada etapa da pesquisa foi solicitado que fossem produzidos registros escritos sobre o processo. Esses materiais reflexivos foram organizados em um drive e constam em nossos relatórios de pesquisa e no sítio institucional do projeto, configurando-se como uma plataforma aberta a outros pesquisadores. Acompanhar o crescimento formativo de estudantes comprometidas com a pesquisa e entregar coletivamente uma produção construída e refletida em seu processo investe singularidade à revisão de literatura que apresentamos nesse artigo.

A principal lacuna da pesquisa aponta para a necessidade de um aprofundamento no acionamento dos conceitos de deficiência e visibilidade, constituindo-se, para além de uma construção acadêmica descritiva, mas como ferramentas de análise que ajudem na compreensão atual de imagens das pessoas com deficiência. O resultado da pesquisa demonstra que os processos de invisibilidade e visibilidade das pessoas com deficiência podem ser mais discutidos como marca transformadora no discurso social, deslocando-se e avançando em relação às análises acionadas para o entendimento das mídias, cinema, peças publicitárias, fotografias e redes sociais no regime contemporâneo de imagens. A produção acadêmica brasileira dos últimos dez anos opera como uma construtora de outras possibilidades analíticas e cria condições para que as pesquisas avancem para além da presença-ausência de imagens e, quando da presença de imagens da pessoa com deficiência, avança, abrindo portas para que as pesquisas problematizem as assimetrias reconhecidas naqueles que são vistos e veem (Honneth, 2001).

Para finalizarmos, destacamos que a revisão de literatura apresentada nesse artigo apontou o caminho para o desenvolvimento da próxima etapa de pesquisa. O trabalho se debruçará no aprofundamento da imagem das pessoas com deficiência no cinema em quatro continentes: a) a história da pessoa com deficiência no cinema e a análise da presença de imagens de pessoas com deficiência b) na sala escura, c) na televisão e d) nas plataformas streaming. Uma perspectiva investigativa entre várias, se considerarmos os blocos de análises dos trabalhos selecionados por essa revisão. Sigamos, aliados, acadêmica e socialmente, na luta por uma sociedade e um campo educacional que reconheçam e avancem na compreensão da necessidade de trabalharmos por regimes que avancem para além da solidão e dos estereótipos da deficiência.

 

 

REFERÊNCIAS

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[1] A pesquisa (In)visibilidades da pessoa com deficiência no regime contemporâneo de imagens está sendo realizada no âmbito do projeto de cooperação entre UnB, Finatec e Federação Nacional das Apaes (Fenapaes). Além das autoras, participam da equipe do projeto as pesquisadoras Clara Marinho, Fabiane de Souza, Giovanna Palatucci, Mirella Pessoa e Sophia de Oliveira.



[1] Compreendemos que há deslocamentos contínuos, históricos, os quais nos permitem reconhecer movimentos sociais que ora se aproximam, ora se afastam de outros modelos explicativos como o religioso, o biomédico, o econômico, entre outros.

[2] Nosso agradecimento às colegas pesquisadoras que dedicaram tempo e trabalho à etapa de seleção quantitativa dessa revisão de literatura.

[3] Por tratar-se de um exercício de revisão integrativa e não uma revisão sistemática de literatura, optamos por seguir, com adaptações, o fluxograma Prisma de 2009 e não o revisado em 2020.