O sentido da noção de sublimação na filosofia de Schopenhauer

Autores/as

  • Eduardo Ribeiro da Fonseca Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, SP

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378634125

Palabras clave:

Schopenhauer, Sublimação, Desejo

Resumen

Freud pensa a sublimação ("Sublimierung") como uma modificação das ações e objetos de satisfação ("Befriedigung") dos impulsos sexuais, ocasionada pela diferença entre o grau de pressão do desejo e as possibilidades de satisfação direta. A diferença entre uma coisa e outra resulta no fator que impele os impulsos rumo aos seus destinos “dessexualizados”. Estes possibilitam formas de aprimoramento da linguagem e produção de bens culturais que resultam no processo civilizatório, capitalizando as forças da sexualidade e as redirecionando para alvos socialmente produtivos. Por isso, toda atividade humana é sempre sexualizada em algum grau e visa satisfação. Mas, no caso de Schopenhauer acontece o mesmo? O filósofo da Vontade utiliza dois termos: sublimação ("Sublimierung"), que esclarece um processo de conversão, sutilização e embelezamento das representações, embora não seja feita nenhuma tentativa de sistematização diretamente como destino de impulso. Esta noção é complementada pelo conceito de sublime ("Erhabenen") presente especialmente na metafísica do belo ("Metaphysik des Schönen"), que caracteriza o homem como “ímpeto tempestuoso e obscuro do querer”, que tem a polaridade “dos órgãos genitais como seu foco”, e simultaneamente o contraste da polaridade do cérebro, que na linguagem do filósofo representa o “sujeito eterno, livre, sereno, do puro conhecer.”

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Eduardo Ribeiro da Fonseca, Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, SP

Doutor em Filosofia Moderna e Contemporânea pela USP.

Citas

SW Sämtliche Werke, ed.Wolfgang Frhr. von Löhneysen, Frankfurt, 1986, 5 vols. As referências a essa edição são indicadas pelas iniciais SW, seguidas do número do volume em algarismo romano e do número da página em número arábico.

SEH Über das Sehn und die Farben. Sobre a visão e as cores. Tradução de Erlon José Paschoal. São Paulo: Nova Alexandria, 2005.

WWV Die Welt als Wille und Vorstellung, [O Mundo Como Vontade e Representação] – 1819 (1 a. Ed.), 1844 (2a. ed.); 1859 (3a. ed). Tradução brasileira de Jair Barboza, São Paulo, Unesp, 2005. As referências a essa tradução são indicadas pelas iniciais VR,

seguidas do número da página.

WWV, E. Die Welt als Wille und Vorstellung, Ergänzungen, [O Mundo Como Vontade e Representação: Complementos] – 1844 (2 a. ed.); 1859 (3a. ed). Metafísica do amor / Metafísica da morte. Tradução de Jair Barboza. São Paulo: Martins Fontes, 2000. As referências a essa tradução são indicadas pelas iniciais VRII, seguidas do número da página.

E Die Beiden Grundprobleme der Ethik. [Os Dois Problemas Fundamentais da Ética] – 1841.

FM Die Beiden Grundprobleme der Ethik, II: Über das Fundament der Moral, Os Dois Problemas Fundamentais da Ética, II: Sobre o Fundamento da Moral – 1841. Tradução brasileira de Maria Lúcia Cacciola, São Paulo, Martins Fontes, 1995. As referências a essa tradução são indicadas pelas iniciais FM, seguidas do número da página em número arábico.

PP Parerga und Paralipomena, I/II, SW V, VI – 1851. Tradução brasileira do seguinte texto presente na obra: (C) Fragmentos para a história da filosofia. Tradução de Maria Lúcia Mello e Oliveira Cacciola. São Paulo: Iluminuras, 2002.

KSA Kritische Studienausgabe. Org. Giorgio Colli e Mazzino Montinari, 15 vols., Munique, DTV/ de Gruyter, 2ª ed., 1999.

PCS Traduções de Paulo César de Souza. (E) Genealogia da Moral – uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

SA Die S Freud-Studienausgabe. S. Fischer Verlag, 1980. Org. , 11 vols., Munique, DTV/ de Gruyter, 2ª ed., 1999.

OP Obras Psicológicas de Sigmund Freud (Edição Luiz Hanns), 3 vol. Rio de Janeiro: Imago, 2004.

BARBOZA, Jair. A Metafísica do belo de Arthur Schopenhauer. São Paulo: USP, 2001.

CACCIOLA, Maria Lúcia Oliveira e Mello. Schopenhauer e a questão do dogmatismo. São Paulo: Editora da USP, 1994.

KANT, I. Kants Werke. Akademie Textausgabe. 29 vols. Berlin, Walter de Gruyter, 1959-2002.

SONDAG, Y. Nietzsche, Schopenhauer, o ascetismo e a psicanálise. Revue Philosophique, set. 1971.

FONSECA, E. R. da. Corpo e mundo em Schopenhauer e Freud. Curitiba: Dissertação de mestrado apresentada ao Departamento de Filosofia da UFPR, 2003.

GUPTA, R. Schopenhauer: His Philosophical achivievement/ Freud and Schopenhauer. New Jersey: Barney & Nobles Books, 1980.

KAMATA, Y. Platonishe Idee und anschauliche Welt bei Schopenhauer. Schopenhauer Jahrbuch n° 70, Frankfurt am Main, 1989, pp. 84-93.

MOURA, A. H. de. As pulsões. São Paulo: Escuta, 1995.

PROCTOR-GREG, N. Schopenhauer and Freud. Psychoanal. Q. 25, 197-214, 1956

Publicado

2010-12-01

Cómo citar

Fonseca, E. R. da. (2010). O sentido da noção de sublimação na filosofia de Schopenhauer. Voluntas: International Journal of Philosophy, 1(2), 68–88. https://doi.org/10.5902/2179378634125

Número

Sección

Estudios Schopenhauerianos

Artículos más leídos del mismo autor/a