As fontes da teoria da sublimação de Freud na filosofia de Schopenhauer

Autores

  • Renato Nunes Bittencourt Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378633808

Palavras-chave:

Arte, Contemplação Estética, Genialidade, Sublimação

Resumo

De acordo com a visão de mundo de Schopenhauer, o ser humano se caracteriza por ser dominado por uma carência essencial, motivada pela eterna insatisfação dos seus desejos e inclinações. Essa situação motiva na personalidade humana o desgosto pela existência, o desenvolvimento de sentimentos terríveis e violentos, brevemente apaziguados quando o homem consegue suprir essa carência existencial, os quais, após uma feliz paz de espírito, afloram novamente na vida humana com máxima intensidade. Schopenhauer elabora a referida teoria da contemplação estética, considerando que o indivíduo que se dedica à criação artística e mesmo ao ato de filosofar, torna-se efetivamente capaz de apaziguar por momentos preciosos o abrasamento de sua infelicidade. Tal perspectiva influencia Freud quando este desenvolve a teoria da sublimação, sendo que esta se caracteriza por superar em alguns passos a perspectiva de Schopenhauer, pelo fato de que Freud considera que não apenas na criação artística e na Filosofia, mas em qualquer outra atividade, de caráter intelectual ou até mesmo de labor, o ser humano canalizaria os seus voluptuosos impulsos sexuais (que na teoria de Schopenhauer seria mais uma das expressões do desejo imposto pela vontade humana) através da realização de empreendimentos, de ações que, transformando essa energia vital dispersa através do ato sexual, em um impulso produtivo concreto.

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Biografia do Autor

Renato Nunes Bittencourt, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Doutor em Filosofia pelo PPGF-UFRJ. Professor da FACC-UFRJ.

Referências

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Publicado

2015-06-01

Como Citar

Bittencourt, R. N. (2015). As fontes da teoria da sublimação de Freud na filosofia de Schopenhauer. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 6(1), 85–101. https://doi.org/10.5902/2179378633808

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