Publicação: 15/04/2020
Editorial
Editorial
Vilmar Debona
Professor de Filosofia na Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, SC
Eis a 23ª edição da Voluntas: Revista Internacional de Filosofia.
Trata-se do Vol. 11, N. 1, referente ao primeiro quadrimestre de 2020. Nele a
leitora e o leitor poderão notar a continuidade - e, por isso, certa
consolidação - da nova política da
revista que, a partir de 2019, publica Dossiês sobre temas variados da área de
Filosofia em paralelo ao Fluxo Contínuo de Estudos Schopenhauerianos.
Esta edição veicula o Dossiê intitulado “O Parmênides
de Platão”, um acontecimento especial se considerarmos que a Voluntas nasceu
dedicada exclusivamente à divulgação de pesquisas sobre Schopenhauer,
filósofo que tinha no “divino Platão” um dos três alicerces de seu pensamento.
O Dossiê é organizado pelo Prof. Dr. José Lourenço Pereira
da Silva, pesquisador da linha de “Linguagem, realidade e conhecimento” do
Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFSM, grande especialista no assunto
do dossiê, membro e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Platonistas. Colho a ocasião para registrar meus
agradecimentos cordiais ao professor Lourenço pela grandiosa colaboração, pelo
esmero e pela competência investidos na revista durante todo o processo de
edição.
A Seção Fluxo Contínuo dá prosseguimento
ao perfil originário do periódico por meio de quatro artigos e de uma tradução.
Daniele Zanghi, pesquisadora italiana, escreve Lo Schopenhauer “romantico” nella novella “Eva” del giovane
Horkheimer; Christian Hamm, professor alemão radicado no Brasil,
escreve Zu den Bedürfnissen theoretischer und praktischer Vernunft; Roger A. Pérez García, pesquisador peruano,
assina o artigo Sobre el conocimiento de la cosa en sí
según Schopenhauer; e o pesquisador brasileiro Guilherme
Marconi Germer, A “fenomenologia da
vida ética” de Arthur Schopenhauer.
Publicamos também a tradução do professor Dax Moraes
para o artigo do professor José Thomaz Brum intitulado A alegria, a graça e a felicidade segundo Clément Rosset, publicado originalmente na
revista francesa Alkemie.
***
Esta edição marca duas novidades importantes no âmbito
editorial da Revista.
A primeira refere-se ao ingresso de editores associados
estrangeiros no âmbito dos Estudos Schopenhauerianos. Temos o privilégio de contar, a partir daqui, com as
colaborações da estimada professora e pesquisadora Yukiko
Hayashi, da Kwansei Gakuin
University - Nishinomiya (Japão), e dos estimados professores e pesquisadores Fabio Ciracì, da Università del Salento
(Itália), e Daniel Schubbe, da FernUniversität in Hagen (Alemanha).
Trata-se de três importantes nomes da Schopenhauer-Forschung internacional
que darão continuidade às contribuições que há muito tempo oferecem ao
periódico - mas, a partir de agora, o farão principalmente por meio da
mobilização de autores de seus países e de suas regiões.
A segunda novidade refere-se à minha
despedida como editor-chefe. Durante os dez anos em que estive à frente dos
trabalhos da Revista Voluntas - desde a sua criação,
em 2010 -, pude vê-la experimentar tanto percalços quanto conquistas e
reconhecimentos. Muito trabalho se passou entre a ideia de Renato
Nunes-Bittencourt de criar uma revista brasileira de estudos schopenhauerianos e as boas avaliações que hoje ela recebe
como periódico de projeção internacional. Os desafios constantes para compormos
bons sumários têm valido a pena. Hoje percebo em que termos. Como qualquer
outra revista científica, a Voluntas nada produziu ou produz. Apenas divulga produções.
Mas parece ter sido justamente esta função de divulgação e socialização de
pesquisas um grande estímulo - ao lado de outras atividades brasileiras e
estrangeiras - para que as águas do moinho schopenhaueriano
brasileiro passassem a correr com maior densidade. A Voluntas, desde 2013 periódico da Seção Brasileira da Schopenhauer-Gesellschaft
- esta presidida pela nossa Doktormutter Profª. Drª. Maria Lúcia Cacciola, grande incentivadora do
periódico -, se tornou uma das três grandes revistas schopenhauerianas
do mundo, se notarmos que, nos moldes dela, há apenas o centenário Schopenhauer-Jahrbuch e uma revista da Sociedade Schopenhauer do Japão (que, no entanto, publica apenas em
japonês). Nesses dez anos de vida publicamos trabalhos de autores de cerca de
dez nacionalidades, como da Argentina, do Peru, da Alemanha, da Itália, da
Inglaterra e do Japão. Nada teria se realizado sem as colaborações fundamentais
das e dos colegas da Seção Brasileira da Schopenhauer-Gesellschaft
e do GT Schopenhauer da ANPOF. Mas, também, de
colaboradores imprescindíveis como Rodrigo F. Barbosa, que generosa e
gratuitamente lidou com o site da revista durante oito anos, Diana Chao Decock, e, mais
recentemente, o pessoal da Central de Periódicos da UFSM, em especial Débora Dimussio, Marcos Panciera e
Matheus Diesel Werberich. A conquista do D.O.I., em 2018, paralela à migração
para o sistema OJS/SEER e ao ingresso da revista como atividade do Programa de
Pós-Graduação em Filosofia da UFSM (partilhada, desde então, com a da Sociedade
Schopenhauer), são também grandes conquistas. Hoje a
revista está apta a ingressar nos indexadores internacionais de maior impacto e
a conquistar os andares superiores do Qualis/CAPES.
Tenho certeza de que o Prof. Dr. Luan Corrêa da Silva, nosso novo editor chefe,
juntamente com os editores associados, conduzirá com maestria a continuidade do
periódico. Estarei à disposição para contribuir da melhor forma que me for
possível. Obrigado a todas e a todos as(os) que me
ajudaram nessa longa empreitada.
Por fim, agradeço também a todas e a todos
as(os) autores, pareceristas
e colaboradores em geral da presente edição, especialmente as(os) da Central de
Periódicos da UFSM, sem as(os) quais a publicação deste número não seria
viabilizada. Registro, em especial, um agradecimento a Matheus Diesel Werberich
pelas renovadas dedicação e competência aplicadas à revista ao longo do
processo de edição e diagramação.
Boa leitura!