Revista Sociais e Humanas

Experiências universitárias de pessoas negras: desigualdade racial e saúde mental

Anderson Moraes Pires, Artur Bruno Fonseca de Oliveira, Wilkson Coelho de Sousa — Fri, 18 Oct 2024 00:00:00 -0300

O objetivo deste artigo foi analisar os relatos de pessoas negras acerca de suas experiências e relações na universidade. Especificamente, pretendeu-se compreender seus posicionamentos frente aos índices de desigualdade racial na educação brasileira; discutir as repercussões da desigualdade racial nas suas experiências universitárias; e problematizar as implicações de tais experiências para a saúde mental. Trata-se de um artigo com fundamentação na psicologia social, com caráter qualitativo, no qual foi utilizado o método de pesquisa documental a partir de vídeos publicados na plataforma YouTube. A análise dos relatos foi feita por meio da análise de conteúdo. Os principais resultados mostraram que as pessoas negras universitárias, atravessadas pelas desigualdades raciais presentes na educação, reconhecem e enfrentam os processos de violência, negação de suas existências e, consequentemente, exposição ao adoecimento psíquico. Concluiu-se que, apesar de o corpo acadêmico ter dificuldade para conhecer e reconhecer a população negra como produtora de saberes, e com a luta coletiva incessante dos movimentos negros, o alunado negro do ensino superior produz estratégias para enfrentar as desigualdades raciais e permanecer de maneira saudável no espaço universitário.

A mitologia da equidade de gênero: considerações a partir de uma abordagem histórico-social

Fri, 18 Oct 2024 00:00:00 -0300

O presente artigo visa elencar e discutir categorias indispensáveis para compreensão da mitologia da equidade de gênero, construída historicamente de forma difusa no senso comum com aparato no fundamentalismo religioso. Apresenta dessa forma, a partir de uma abordagem qualitativa de uma pesquisa bibliográfica em livros, artigos, monografias, dissertações e teses, a gênese da desigualdade, pautada na divisão de papéis sociais com fulcro no sexo. Logo, essa tessitura acadêmica consubstancia-se através de renomados autores como Osterne (2011), Beauvoir (1970), Meneghel e Portella (2017), Grassi (2015), Almeida e Saffioti (1995), Balbinotti (2018), Muraro (1997), Silva e Silva (2017), Kergoat (2009), Louro (1997, 2001), Leite (2019), Silva (2019), dentre outros. Esta investigação traz à tona os processos de violência à mulher na sociedade brasileira, constatando-se progressivas lutas a favor da equidade de gênero numa realidade ainda arraigada nos ranços da desigualdade, multiplicidades de violência e definição de papéis a partir do nascimento (mulher veste rosa, cuida da casa e dos filhos e homem provém o lar, trabalhando fora e desenvolvendo atividades típicas do gênero), que proporcionam estereótipos de gênero.

Suicídio entre homens: Um paradoxo de gênero

Fri, 18 Oct 2024 00:00:00 -0300

No Brasil, as mulheres julgam pior seu estado de saúde e apresentam maior ideação suicida, quando comparadas aos homens. Entretanto, a população masculina morre mais jovem e em maior quantidade, com maior efetivação de suicídios. O estereótipo de gênero, portanto, influencia na forma com que os indivíduos utilizam seus corpos e percebem suas emoções. Este ensaio objetiva demonstrar a relação entre o elevado índice de suicídio entre homens e a ideia de masculinidade, bem como apresentar possíveis meios de reverter essa realidade. As expectativas sociais pautadas no patriarcalismo, incluindo as noções de trabalho e virilidade no sexo masculino, criam situações de estresse e frustrações constantes. Concomitantemente, os homens mantêm um distanciamento histórico dos cuidados em saúde, por serem relacionados às ideias de vulnerabilidade e feminilização, o que contribui ainda mais com os elevados índices de suicídio nessa população. Portanto, conclui-se que há necessidade de aprimoramentos na educação de profissionais de saúde e médicos em formação, com abordagens mais especializadas e individualizadas, visando maior efetividade de práticas nos âmbitos educacionais, preventivos e promotores da saúde.

Mediação e Conciliação de Conflitos o diálogo como instrumento de restauração das relações familiares

Diana Coeli Paes Moraes, Kátia Marly Leite Mendonça — Fri, 18 Oct 2024 00:00:00 -0300

O artigo tem como tema a Conciliação e Mediação de Conflitos: o diálogo como instrumento de restauração das relações de família no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania - CEJUSC - Vara de Família – VF – TJ/PA - Belém – 2018 -2019. O objetivo é identificar as diferentes formas de diálogos estabelecidos durante as sessões de conciliação e mediação de conflito no CEJUSC – VF – Belém – TJ/PA. Para cumprir o objetivo será utilizada a pesquisa bibliográfica e documental com a técnica de pesquisa aplicada, também, o estudo de caso. O estudo é desenvolvido basicamente nos seguintes capítulos: conciliação e mediação; mediação familiar e comunicação e diálogo, tem como fonte da questão dialógica o estudioso Buber. A dialógica construída durante uma sessão de conciliação/mediação, foi motivada pelo fato do diálogo ser considerado como o instrumento efetivo para resolver as questões na concepção de uma cultura da paz social. A avaliação da eficácia na mediação de conflitos com o diálogo Buberiano é perceptível durante as sessões. Mas precisa-se trabalhar a etapa de monitoramento do acordo após a mediação. Dessa forma, fica a incerteza se o diálogo durante a mediação é um instrumento efetivo de restauração das relações de família.

Os motoristas de caminhão empregados no Brasil: perfil profissional com seus salários entre 1999-2018

Rafael Antônio Kapron — Fri, 18 Oct 2024 00:00:00 -0300

O artigo desenvolve análise de uma categoria profissional, os motoristas de caminhões, especificamente aqueles de emprego assalariado. São registradas algumas condições generalizantes do Transporte Rodoviário de Cargas no País, assim como suas condições de trabalho e as relações de trabalho na atividade profissional, elementos atribuidores de um perfil desses motoristas. Partindo dos elementos estruturantes da profissão, são expostos os preços salariais desses motoristas empregados, através do referencial em pesquisas produzidas pela Confederação Nacional do Transporte, correspondendo ao período entre 1999-2018.