Revista de Gestão e Organizações Cooperativas - RGC, Vol. 6, Nº11, 1º Sem. 2019

ISSN: 2359-0432

Received: 22/04/2018 Accepted: 05/12/2018

 

 

 

Princípios, valores, deveres e direitos cooperativistas: a visão dos associados de uma cooperativa agropecuária

Principles, values, duties and cooperativism rights: the view of the associates of an agricultural cooperative

 

Fábio FarinellaI

Ari Dal VescoII

Jacir FavrettoIII

 

IUniversidade do Contestado

farinella-fabio@hotmail.com

IIUniversidade do Contestado

aridalvesco@unc.br

IIIUniversidade do Oeste de Santa Catarina

jacirfa@gmail.com

 

 

Resumo

Com objetivo geral de analisar o grau de entendimento e conhecimento dos associados da cooperativa agropecuária de Irani – COPAGRI, em relação aos valores, princípios direitos e deveres cooperativistas, a amostra da pesquisa foi de 132 entrevistados, correspondendo a 75% dos associados da cooperativa e a pesquisa caracteriza-se como quantitativa, descritiva e de levantamento. Dos pesquisados, 83% são do gênero masculino e 17% do gênero feminino. Verificou-se que o grau de conhecimento dos entrevistados aos princípios e aos valores cooperativistas foi de 23% e 22% respectivamente, enquanto 53% conhecem seus direitos e 51% tem conhecimento de seus deveres. Os dados apresentam que 35% dos associados entendem que a cooperativa tem ações para divulgar os princípios e os valores aos associados, enquanto 31% responderam que a cooperativa tem ações para divulgar os direitos e os deveres cooperativistas. A pesquisa identifica a necessidade do associado conhecer os valores cooperativistas.

Palavras-chave: Essência cooperativista. Cooperativismo. Princípios e valores cooperativistas.

 

Abstract

With a general objective of analyzing the degree of understanding and knowledge of the associates of the agricultural cooperative of Irani - COPAGRI, regarding the values, rights principles and cooperative duties, the research sample was of 132 interviewees, corresponding to 75% of the members of the cooperative and the research is characterized as quantitative, descriptive and survey. Of the surveyed, 83% are of the male gender and 17% of the female gender. It was verified that the interviewees' level of knowledge about cooperative principles and values was 23% and 22% respectively, while 53% knew their rights and 51% knew their duties. The data show that 35% of the members understand that the cooperative has actions to spread the principles and values to the members, while 31% answered that the cooperative has actions to publicize cooperative rights and duties. The research identifies the need of the associate to know the cooperative values.

Keywords: Cooperative essence. Cooperativism. Cooperative principles and values.

 

 

1 Introdução

Desde os primórdios da humanidade, havia o cooperativismo, visando atingir seus objetivos, principalmente no que se diz respeito a sobrevivência, em épocas passadas. Mas de acordo com os autores somente no século XVII que o cooperativismo começou a criar forma e ser difundido. (PINHO, 1966, p. 161). O Cooperativismo é uma doutrina que considera as cooperativas como forma ideal de organização da humanidade, baseado na democracia, participação, direitos e deveres iguais para todos, sem discriminação de qualquer natureza, para todos os sócios. (BRASIL COOPERATIVO, 2016).

Em conjunto, a criação do cooperativismo também fortaleceu seus valores e princípios cooperativistas. Os valores dentro da cooperativa começam pela ajuda ao próximo, honestidade, transparência, etc., buscando sempre a ajuda mútua em prol de todos. Já nos princípios são destacados 07 (sete); adesão livre; singularidade do voto; controle democrático; neutralidade; retorno das sobras; educação permanente e cooperação intercooperativa.

Nesta pesquisa será apresentada a importância que o cooperativismo tem no trabalho e também no meio social, construindo um meio mais democrático de gerir seu negócio, buscando sempre alcançar seus objetivos, unindo forças entre pessoas que buscam uma melhor forma de trabalhar.

O estudo tem como objetivo geral identificar na cooperativa agropecuária de Irani - COPAGRAI, o grau de entendimento e conhecimento dos associados em relação aos princípios, valores, direitos e deveres cooperativistas. Destaca-se como objetivos específicos: identificar o perfil dos associados; verificar o grau de conhecimento dos associados em relação aos princípios valores direitos e deveres cooperativistas; analisar o grau de entendimento dos associados em relação aos princípios cooperativistas.

A relevância do tema justifica-se pela importância do cooperativismo no estado de santa Catarina e na região, que apresentou no ano de 2015, 260 cooperativas em funcionamento 51 delas são do ramo agropecuário, uma participação do PIB (produto interno bruto) de santa Catarina de 11%, possuindo um crescimento médio anual de 15%, gerando uma movimentação econômica de R$ 27 bilhões para o estado e ainda oferecendo a sociedade 56 mil empregos diretos (OCESC, 2016).

No que diz respeito a este projeto, ele vem apresentar a importância que tem as cooperativas na sociedade, pois através de seus valores, princípios, direitos e deveres ele busca uma melhor valorização do associado junto a cooperativa, dando a ele mais vantagens e benefícios que todo o pequeno produtor precisa para gerar uma melhor fonte de renda.

Para a universidade o projeto tem uma importância de um vasto levantamento bibliográfico sobre os valores, princípios, deveres e diretos do cooperativismo, podendo esta pesquisa futuramente gerar embasamento e conhecimento para novos pesquisadores da área cooperativista, onde em nosso país vem ganhando cada vez mais valorização o cooperativismo.

 

2 Referencial Teórico

Nesta seção discorre-se uma breve discussão conceitual sobre os principais tópicos do presente estudo. A seção está dividida em três subseções, tratando dos aspectos teóricos acerca do histórico do cooperativismo, destacando os tipos de cooperativas e dando um foco nos direitos, deveres, princípios e valores cooperativistas. Alguns dos principais autores citados foram SANTOS; GOUVEIA; VIEIRA (2012); CRUZ (2000); RIBEIRO (2012); MENEGARIO (2000); OCB (2016) e OCESC (2016).

 

2.1 Cooperativismo: Evolução e conceitos

A palavra “cooperativismo” originou-se da palavra “cooperação” vindo do latin, “cooperari”, que significa ajuda mutua vindo dessa a ideia do auxílio da sociedade como um todo, (SANTOS; GOUVEIA; VIEIRA, 2012, p.1).

Segundo Ricciardi e Lemos (2000, p. 58), a ideia de cooperativismo foi construída através da cooperação entre pessoas, pois quando a sociedade trabalhava em prol de um objetivo era a maneira mais fácil de alcançar a solução que interessava a um grupo.

Correia e Moura (2001 afirmam que o ensinamento do cooperativismo teve ascendência no final do século XVIII e metade do século XIX, na Europa, com sinais, no entanto, de que já na pré-história ocorria a reunião de homens para a prática de caça, pesca e outras tarefas econômicas.

Segundo Santos, Gouveia e Vieira (2012), um bom exemplo de cooperação seria as formigas, pois em sua essência todas cooperam entre si, colocando em primeiro lugar a sobrevivência do formigueiro, trabalhando juntas para carregarem objetos bem maiores do que elas para a colônia e ajudando as formigas que estão feridas ou exaustas. Desta maneira, provocam o exercício de cooperação promovendo a sobrevivência da sociedade.

No Brasil o cooperativismo começou a ser moldado em meados século XIX, quando em 1987 o francês Jean Maurice Faivre, fundou a colônia Thereza Cristina, localizada no interior do Paraná, sendo articulada sob o ideal cooperativista, contudo, esta colônia não teve muito tempo de duração, mas que pode ser destacada como uma grande iniciativa para o cooperativismo no Brasil. Todavia, a grande iniciação do cooperativismo brasileiro veio com a fundação das sociedades cooperativistas econômicas dos funcionários públicos de Ouro Preto (MG), considerada uma das primeiras cooperativas a ter atividades diversificadas (consumo) no ramo do cooperativismo. (SANTOS, GOUVEIA; VIEIRA 2012).

Após este acontecimento veio à tona a fundação de várias outras cooperativas, se espalhando por todo o Brasil, sendo elas de diferentes ramos. Podemos destacar o cooperativismo agropecuária, embora não tenha sido o segmento pioneiro, foi o ramo cooperativista que mais se desenvolveu no Brasil.

Com a intenção de eliminar os intermediários da produção agrícola no estado de Minas Gerais, o governador naquele ano de 1907 João Pinheiros, resolveu incentivar as criações das cooperativas agropecuárias dando lhes benefícios ficais e estímulos matérias, pois toda a produção de café o principal produto daquela época era comercializado e controlado por estrangeiros, onde o comércio do estado não conseguia se mobilizar. (OCESC, 2016)

Para Santos, Gouveia e Vieira (2012) a OCB reconhece 13 ramos de sociedades cooperativas no Brasil destacados no Quadro 01: agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte e turismo e lazer.

 

Quadro 1 – Ramos das cooperativas e seus conceitos

RAMOS COOPERATIVISTAS

CONCEITO

Agropecuário

São sociedades formadas por produtores tanto pessoa física como jurídica que exercem trabalhos rurais agropastoris e de pesca, que são os donos da produção que gera sua atividade econômica sem objetivo de lucro. Atualmente a atividade mais identificada da agropecuária com o agronegócio, envolve produção, o processamento e a distribuição de produtos agropecuários.

Consumo

É considerado o ramo mais antigo registrado no Brasil, são cooperativas aplicadas a compra em comum de produtos consumidos pelos associados.

Crédito

São as cooperativas que geram um benefício financeiro e de poupança ao seu associado, onde o associado consegue fazer um investimento com esse benefício concedido por sua cooperativa

Educacional

São as cooperativas de alunos, pais e professores; cooperativas de alunos de escolas agrícolas e cooperativas ligadas totalmente com atividades educacionais.

Especial

São consideradas as cooperativas especiais nas quais pessoas precisem ser tuteladas, ou que levem em consideração a Lei n°9.867, de 10 de novembro de 1999, na qual caracteriza as pessoas com necessidades especiais.

Habitacional

São as cooperativas destinadas às construções, administração e manutenção de conjuntos habitacionais.

Infraestrutura

Composta por cooperativas que tem como prioridade atender ao seu quadro social na prestação de serviço de infraestrutura para seu associado.

Mineral

Cooperativas ligada em todo o processo de produtos minerais.

Produção

São as cooperativas constituídas por cooperados que tem os meios de produção e exploração que pertencem a cooperativa que está associado.

Saúde

Cooperativas compostas pela preservação e recuperação da saúde humana, compostas principalmente por médicos, psicológicos, odontológicos e pessoal afim desses serviços.

Trabalho

Composta por cooperativas que reúnem trabalhadores de qualquer categoria profissional para a prestação de serviços.

Transporte

Cooperativas formadas para quem atua no transporte de cargas ou de passageiros.

Turismo e Lazer

Cooperativas compostas por pessoas que prestam serviços turísticos, artístico, entretenimento, etc...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: SANTOS, GOUVEIA E VIEIRA (2012)

 

  Destacam-se as cooperativas agropecuárias, como um dos ramos mais utilizados em nosso estado e principalmente em nossa região.

  As cooperativas agropecuárias são compostas por produtores rurais, agropastoris e de pesca, no qual trabalham na realização das etapas produtivas da organização. (OCESC, 2016).

  Para Santos, Gouveia e Vieira (2012) as cooperativas agropecuárias são de fato comparadas simplificadamente com as cooperativas de trabalho. São sociedades formadas por produtores tanto pessoa física como jurídica que exercem trabalhos rurais agropastoris e de pesca, que são os donos da produção que gera sua atividade econômica sem objetivo de lucro. Atualmente a atividade mais identificada da agropecuária com o agronegócio, envolve produção, o processamento e a distribuição de produtos agropecuários.

  Segundo OCB (2011) o cooperativismo agropecuário é um dos segmentos econômicos brasileiros mais fortes, ainda proporcionando o maior número de cooperativas e cooperados do Brasil, no entanto a diversidade das atividades abrangidas por este ramo é grande ao ponto de as cooperativas terem grande significância no PIB brasileiro. Podendo ainda destacar o segmento como responsável por toda a cadeia produtiva, desde o preparo da terra até a industrialização e comercialização de seus próprios produtos.

  Entretanto a razão da existência de todas as cooperativas sem dúvida são os associados ou cooperados, pois segundo (Meinen; Domingues; Domingues, 2002, P.28) o sistema de governança das cooperativas parte da participação dos associados nas assembleias onde comparece e defende, as suas ideias, buscando um sistema coorporativo onde a ordem se dá de baixo para cima, do associado para os gestores da cooperativa.

  Na cooperativa o associado além de buscar uma melhor maneira de trabalhar e um melhor destaque de seu produto no mercado, ele disponibiliza o seu capital para que a organização em contrapartida, desenvolva um crescimento com esse investimento que ele fez na organização (VALADARES, 2003, p.38).

 

2.2 Princípios, valores, direitos e deveres

Na formação de uma cooperativa é necessário que todos os associados estejam querendo trabalhar em prol de um único objetivo destacado no quadro 02 como os direitos e deveres dos cooperados. O associado também deve estar de acordo com as suas funções de dono e assim ele deve contribuir da melhor maneira possível para que a organização seguir em frente na administração e organização da entidade.

 

Quadro 02 – apresenta os direitos e deveres dos associados, quanto a cooperativa

 

Direitos

Deveres

 

·                    Votar e ser votado;

·                    Participar de todas as operações da cooperativa;

·                    Receber retorno de sobras apuradas no fim do ano;

·                    Examinar livros e documentos;

·                    Convocar assembleia, caso seja necessário;

·                    Pedir esclarecimento aos conselhos de administração e fiscal;

·                    Opinar e defender suas ideias;

·                    Propor ao conselho de administração, ou à assembleia Geral, medidas de interesse da cooperativa.

 

·                    Operar com a cooperativa;

·                    Participar das assembleias gerais;

·                    Pagar suas quotas-parte em dia;

·                    Acatar as decisões da assembleia geral;

·                    Votar nas eleições da cooperativa;

·                    Cumprir seus compromissos com a cooperativa;

·                    Zelar pela imagem da cooperativa;

·                    Participar do rateio das perdas, se ocorrerem e das despesas da cooperativa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: OCB (2009, p.150).

 

O modelo cooperativista de se aplicar é direcionado por princípios nos quais ainda diferenciam as sociedades normais das cooperativas. Já em 1844 no estatuto das primeiras cooperativas de ROCHDALE já previa os seus princípios nos quais a organização deveria ser criada (SINGER, 2002, p.130). 

Segundo Gawlak (2013) os princípios do Cooperativismo têm ideais baseados na cooperação pois foram criados, estudados e avaliados por líderes e pensadores, no qual aprovados e colocados em prática quando da fundação da primeira cooperativa formal do mundo, na Inglaterra, em 1844. Após isso os princípios foram ganhando novo formato adaptando-os á realidade do mundo atual, a partir da evolução e a modernização do Cooperativismo e da economia mundial.

No quadro 03 são apresentados os princípios e suas evoluções no decorrer do tempo, tendo ainda o conceito dos mesmos.

 

Quadro 03 – Evolução dos Princípios Cooperativistas segundo a Aliança Cooperativa Internacional.

 

Conceito

Princípios originais de Rochdale (1844)

Revisão de 1937 (Paris)

Revisão de 1966 (Viena)

Revisão de 1995 (Manchester)

As cooperativas são organizações abertas a todas as pessoas que possam assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas e aptas a utilizar os seus serviços de forma voluntária, (GAWLAK, 2013).

1.Adesão aberta de novos membros no mesmo pé de igualdade dos antigos.

1.Adesão aberta de novos membros no mesmo pé de igualdade dos antigos.

1.Adesão livre (inclusive neutralidade política, religiosa, racional e social).

1.Adesão Voluntária e livre.

Atualmente as cooperativas são controladas pelos membros associados, os quais participam ativamente nas tomadas de decisões. Algumas cooperativas de grau superior são organizadas de maneira democrática, já as cooperativas de primeiro grau são as mais tradicionais, têm seus representantes eleitos, que são responsáveis perante os demais membros, os homens e as mulheres, todos os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto) (GAWLAK, 2013).

2.Gestão democrática, um sócio, um voto.

2.Gestão democrática, um sócio, um voto.

2.Gestão democrática, um sócio, um voto.

2.Gestão democrática pelos membros.

Quando o associado deseja fazer parte de uma cooperativa, ele deve buscar a integralização de quotas-partes mínimas previstas nos estatutos de cada organização, podendo a cooperativa remunerar ou não o associado no final do período (MACHADO, 2006, p.38).

3.Distribuição de parte do excedente proporcional às compras.

3.Distribuição de parte do excedente proporcional às compras.

3.Distribuição das sobras.

3.Participação econômica dos membros.

Neste princípio as cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua e controlada pelos seus associados. Caso firmem acordo com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorram à capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus associados, mantendo a autonomia das cooperativas (VALADARES, 2002).

4.Juros limitados ou fixados sobre o capital subscrito.

4.Juros limitados ou fixados sobre o capital subscrito.

4.Taxa limitada de juros ao capital social.

4.Autonomia e Independência.

O quinto princípio é o de educação, formação e informação, e rege que as cooperativas promovam a educação e a formação dos seus membros e colaboradores, de forma que estes possam contribuir, com seus aprendizados, para o desenvolvimento das cooperativas, informando o público em geral, sobretudo os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação (VALADARES, 2002).

5.Promoção da educação.

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5.Educação cooperativista permanente.

5.Educação, formação e informação

VALADARES, 2002a, p.21-22) apresenta o princípio da Inter cooperação como uma grande vantagem ao associado, pois o trabalho em conjunto fortalece ao movimento cooperativo.

6. Vendas à vista, sem crediário.

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6.Cooperação entre cooperativas.

6.Intercooperação.

As cooperativas buscam seguir este princípio em qualquer lugar do mundo trabalhando para um desenvolvimento sustentável de suas comunidades e para gerar soluções de problemas comuns de pessoas que integram o quadro social de suas organizações (SISTEMA OCEPAR, 2015).

7.Neutralidade política e religiosa.

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7.Neutralidade social, política, religiosa e racial.

7.Interesse pela comunidade.

Fonte: Adaptado de RIBEIRO (2012, p.27)

 

Além dos princípios as cooperativas são norteadas pelos valores aos quais cada cooperativa em suas organizações internas a qual entende como adequada.

Os valores constituem as “ideias-força” a partir das quais emanam a energia motivadora e a inspiração para a ação cooperativa, que é regida por princípios. Sem os valores, o cooperativismo tornar-se-ia um sistema e movimento estéril e vazio de sentido. Os princípios inspiram-se nos valores e deles adquirem sua força e sentido. Os valores são o sol que ilumina e aquece os princípios e as normas. Os valores, sendo essenciais, são mais universais e permanentes na história do Movimento Cooperativo. Tanto é assim que os valores propostos há 168 anos pelos Pioneiros, ainda hoje são os mesmos e reconfirmados pelos Congressos da ACI em Estocolmo, em 1988, e em Tóquio, em 1992. Quanto aos princípios, já se realizaram três alterações ao longo de todos esses anos. (SCHNEIDER, 2012).

 

3 Método

Os objetivos da pesquisa são descritivos, pelo fato de analisar uma amostra da população de uma cooperativa, onde analisa-se o seu conhecimento e entendimento sobre o assunto.

Conforme Bervian, Silva (2007) diante das mais variadas pesquisas existentes, entende-se que essas podem ser classificadas conforme o seu objetivo, em descritiva, pois procura analisar, registrar e correlacionar os fatos e fenômenos pesquisados sem manipulá-los, e ainda a precisão possível do objetivo que você está analisando.

Após a análise das respostas aconteceu pela estatística descritiva. Quanto à abordagem do problema, a pesquisa classifica-se como quantitativa, pois este tipo de pesquisa faz utilização de amostras geralmente grandes e considera a representatividade da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. (FONSECA, 2002)

Quanto a coleta de dados, partiu-se de um levantamento ou survey. Este termo pode de incluir censo demográfico, pesquisa de opinião, pesquisa de mercado com preferências do consumidor, estudos acadêmicos, estudos epidemiológicos etc. Survey pode ser diferido em termos de objetivos, estudo e escopo (BABBIE, 1999).

A pesquisa foi realizada em uma cooperativa agropecuária de Irani-SC, com filiais nas cidades de Porto União - SC e Pato Branco – PR, compondo em seu quadro social um total de 176 associados, distribuídos entres essas duas filiais e matriz.

Conforme Barbeta (1998) define como população acessível, ou simplesmente população, ao conjunto de elementos que queremos abranger em nosso estudo, sendo possível de serem observados, com respeito às características que pretendemos levantar. 

A população desta pesquisa foi 176 associados. A amostra representou 75% (setenta e cinco por cento) do total dos associados a cooperativas, ou seja, 132 (cento e trinta e dois) respondentes. O questionário foi dividido em três partes. A primeira analisou o perfil dos respondentes, a segunda parte identificou o grau de conhecimento do associado em relação à cooperativa, com relação aos valores, princípios, direitos e deveres cooperativistas, já a terceira e última parte identificou o grau de entendimento do associado quanto aos princípios, valores, direitos e deveres cooperativistas.

Os dados obtidos nos questionários, foram tabulados em planilha Microsoft Excel, tratando-os por meio da estatística descritiva. Segundo Medeiros (2007), a estatística descritiva é a parte inicial da análise utilizada para descrever e resumir dados, onde apenas coleta, descreve, organiza e apresenta os dados. As tabelas com os principais percentuais de respostas são apresentadas no capítulo 4 do presente artigo.

 

4 Resultados e discussões

Nesta seção são apresentados e analisados os dados obtidos através da pesquisa realizada, com aplicação do questionário, conforme explicitado na metodologia. A análise dos dados está dividida em três partes, a primeira é a análise do perfil dos associados, na segunda parte será analisado o grau de conhecimento dos associados quanto aos princípios, valores, direitos e deveres cooperativistas e na terceira parte será analisado o grau de entendimento dos associados quanto aos princípios, valores, direitos e deveres cooperativistas.

 

4.1 Análise do perfil dos associados

Nesta seção a pesquisa tem finalidade de conhecer o perfil do associado a cooperativa agropecuária de Irani, no qual 5,30% dos entrevistados possuem idade de até 25 anos, 19,70% dos entrevistados tem idade entre 26 a 35 anos, 53,79% tem idade entre 36 a 45 anos, seguido por 17,42% tem entre 45 a 60 anos e acima de 60 anos com uma porcentagem de 3,79%.

A tabela 1 apresenta o gênero dos associados pesquisados.

 

Tabela 1 – Gênero dos entrevistados

 

 

Pesquisados

Gênero

 

TOTAL

Feminino

Masculino

17%

83%

100%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Os dados exibidos na Tabela 01 apresentam que 83% dos entrevistados são do gênero masculino, enquanto 17% são do gênero feminino. Observa-se que na cooperativa o gênero masculino é predominante no quadro social, demonstrado a fraca participação da mulher na cooperativa. Quanto ao ano de associação do associado com a cooperativa, 22% dos entrevistados responderam que se associaram no ano de 2012, seguidos pelos anos de 2013 com 36%, 2014 com 26%, 2015 com 8% e 2016 com 9% dos entrevistados.

Com relação ao grau de escolaridade dos entrevistados 40% possui ensino médio completo, seguido por 24% com ensino médio incompleto, 14% ensino fundamental completo, 11% ensino

superior incompleto, 5% ensino fundamental incompleto, 5% ensino superior completo e 1% pós-graduação incompleto.

Ao analisar se a atividade econômica principal do associado é com a cooperativa agropecuária de Irani, 60% responderam que sim, enquanto 40% responderam que não possuem a atividade econômica principal com a cooperativa.

A frequência com que o associado frequenta a cooperativa agropecuária de Irani, 47% dos entrevistados realizam essa atividade mensalmente, enquanto 17% realizam essa atividade anualmente. Já 16% tem o hábito de ir à cooperativa quinzenalmente, e também com 16% dos entrevistados vão semanalmente à cooperativa enquanto apenas 4% tem o hábito de ir diariamente.

Ao analisar se a cooperativa agropecuária de Irani corresponde as expectativas e necessidades do associado, 94% responderam que sim, enquanto 6% responderam que não.

Diante dos resultados apresentando o perfil padrão dos associados da cooperativa agropecuária de Irani, temos uma maioria expressiva do sexo masculino, com idade entre 36 e 45 anos, destacando o ano de 2013 como integralização maior de associados, tendo ensino fundamental concluído com maior índice de respondentes, com a maioria dos associados realizando sua principal atividade econômica na cooperativa. A frequência com que o associado vai à cooperativa é anualmente ou semanalmente, e consideram que a cooperativa está atendendo suas expectativas e necessidades quanto cooperado.

 

4.2 Análise do grau de conhecimento dos associados sobre cooperativas

Nesta seção serão expostas as tabelas das distribuições percentuais relativas à seção do questionário que avalia o grau de conhecimento dos associados em relação aos princípios, valores, direitos e deveres cooperativistas.

A tabela a seguir apresenta o grau de conhecimento que os associados dizem ter quanto aos princípios cooperativistas.

 

Tabela 2 – Grau de conhecimento dos entrevistados sobre os princípios cooperativistas

 


SIM

NÃO

23%

77%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Conforme demonstrada a Tabela 02, dos 132 entrevistados 77% não possuem conhecimento sobre os princípios cooperativistas, e apenas 23% se consideram com conhecimento suficiente para debater o assunto.

A tabela 03 demonstra o grau de conhecimento que os associados dizem ter quanto aos valores cooperativistas estão apresentados na tabela a seguir.

 

Tabela 3 - Grau de conhecimento do associado quanto aos valores cooperativistas.

 

SIM

NÃO

22%

78%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

A Tabela 03 permite observar que 78% dos entrevistados não possuem conhecimento dos valores cooperativistas, e que apenas 22% diz ter este conhecimento. Podemos destacar que tanto na Tabela 02 como na Tabela 03 a maioria dos associados da cooperativa não tem conhecimento sobre os princípios e valores no qual o cooperativismo é norteado.

Quanto ao grau de conhecimento dos associados referente aos direitos, 53% dos respondentes diz ter este conhecimento, enquanto 47% respondeu não saber de todos os seus direitos dentro da cooperativa. Em relação aos deveres, 51% dizem saber dos mesmos, enquanto 49% respondeu que não sabem qual é seu dever como associado da cooperativa.

As ações de divulgação dos princípios, valores, direitos e deveres cooperativistas pela cooperativa está apresentada na tabela a seguir.

 

Tabela 04 - Ações de divulgação da cooperativa dos princípios, valores, direitos e deveres cooperativistas.

 

Divulgação das ações:

SIM

NÃO

Ações para divulgar Princípios e Valores

 

35%

65%

Ações para divulgar Direitos e Deveres

 

31%

69%

Fonte: Dados Pesquisa.


 

Ao analisarmos a Tabela 04 podemos observar que 65% dos entrevistados responderam que a cooperativa não possui ações para divulgar os princípios e valores, enquanto 35% diz que a cooperativa contém essas ações para divulgação. Também podemos analisar que 69% dos respondentes dizem que a cooperativa não possui ações para divulgar os direitos e deveres dos associados, e apenas 31% diz que a cooperativa contém ações para a divulgação dos deveres.

A pesquisa demonstrou que os associados como aderentes a esses atos cooperativistas, 55% se diz não aderir as ações e apenas 45% se considera aderente, dando a entender que a maioria dos associados não busca a aderência dos valores, princípios, direitos e deveres cooperativistas. 

Os resultados apresentados apontam que a maioria dos entrevistados não detém o conhecimento a respeito dos valores e princípios cooperativistas, enquanto nos direitos e deveres mais da metade dos respondentes se dizem ter conhecimento sobre seus deveres e direitos como associado. Ainda podemos destacar que a cooperativa não está buscando desenvolver ações para divulgar os princípios, valores, direitos e deveres cooperativistas, levando a maioria dos associados se considerar não aderente aos itens cooperativistas por não saberem desses conceitos ao qual norteia o cooperativismo.

 

4.3 Análise do grau de entendimento dos associados quanto aos valores, princípios, direitos e deveres cooperativistas

Nesta seção serão expostas as tabelas das distribuições percentuais relativas à seção do questionário que avalia o grau de entendimento dos associados em relação aos princípios, valores, direitos e deveres cooperativistas.

A Tabela 05 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao princípio cooperativista da adesão livre e voluntária.

 

Tabela 05 – Percepção dos entrevistados sobreo os critérios de entrada de novos associados

 

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

1,52%

6,82%

6,82%

28,79%

56,06%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

 

Na Tabela 05 verificamos uma margem grande de diferença para as duas categorias (concordância e discordância), tendo como destaque a concordância total em 56,06% tendo em seguida concordância em partes com 28,79% dos entrevistados, enquanto as outras duas relativas às discordâncias somam um total de apenas 8,34% dos entrevistados, ainda 6,82% que responderam ser indiferente. Diante dos dados, é possível analisar que a maioria dos sócios adere a ideia de que a cooperativa deveria ser mais rigorosa na entrada de novos associados, o que significa ir contra a regra do princípio da “adesão livre e voluntaria”, demonstrando haver correlação com a qual o associado respondeu na Tabela 02 de não ter conhecimento sobre os princípios cooperativistas.

A Tabela 06 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao princípio cooperativista da autonomia e independência.

 

Tabela 06 – Percepção dos entrevistados sobre a gestão exercida pelos próprios associados e o controle democrático da gestão


Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

9,85%

10,61%

6,82%

45,45%

27,27%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa

 

É possível observar na Tabela 06 que 45,45% dos associados concordam em partes, em seguida concordam totalmente com 27,27% dos respondentes, tendo em sequência 10,61% com “discordo em partes”, 9,85% com “discordo totalmente” e 6,82% como indiferente.

Essa maior concordância leva a uma resposta indicando preferência dos associados que um terceiro gerencie a cooperativa, indo contra o princípio da “autonomia e independência”, segundo o qual as cooperativas são controladas pelos membros associados à cooperativa, não podendo ter interferência de terceiros.

A Tabela 07 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao princípio cooperativista da gestão democrática pelos membros.

 

Tabela 07 - O valor do voto para uma tomada de decisão na cooperativa deveria ser proporcional a movimentação econômica que o associado realiza.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

6,06%

6,82%

7,58%

18,94%

60,61%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa

 

Na Tabela 07 observa-se que 60,61% dos respondentes concordam totalmente, em sequência com 18,94% concordam em partes, tendo na categoria “discordo” um total de 12,88%. Analisando o entendimento dos associados onde concordam que o valor do voto deve ser proporcional a movimentação econômica que cada membro realiza na cooperativa, indo em desacordo com o princípio da ‘gestão democrática dos membros”, mostrando uma correlação com o que foi respondido na tabela 02 no qual o associado não detém conhecimento sobre os princípios.

A Tabela 08 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao princípio cooperativista da autonomia e independência e Inter cooperação.

 

Tabela 08 - A Inter cooperação entre cooperativas não é importante, pois elas são autônomas e independentes, não precisando se relacionar uma com a outra.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

59,85%

12,88%

9,85%

6,06%

11,36%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Podemos verificar na Tabela 08 um grande índice de respondente na categoria da discordância, tendo destaque a discordo totalmente com 59,85% dos respondentes em seguida discordo em partes 12,88%, tendo na categoria da concordância um total de 17,42% dos respondentes. O que indica uma análise favorável ao entendimento do associado com os princípios da autonomia e independência e Inter cooperação.

A Tabela 09 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao princípio cooperativista da educação, formação e informação.

 

Tabela 09 - A educação com o propósito de desenvolver o cooperativismo no associado é um serviço que não traz retorno algum tanto no lado do associado com a cooperativa.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

13,64%

8,33%

24,24%

29,55%

24,24%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa

 

A interpretação dos dados conforme Tabela 09, destaca-se para a concordância em partes com 29,55% dos respondentes, tendo destaque também a alternativa “indiferente” com 24,24%, mesma porcentagem dos que concordam totalmente com 24,24%. Já a categoria da discordância teve 13,64% para discordo totalmente e 8,33% para ”discordo em partes”. Assim podemos analisar que o entendimento dos associados está em desacordo com os princípios da educação, formação e informação.

A tabela 10 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao princípio cooperativista da Inter cooperação.

 

Tabela 10 - As cooperativas trabalhando em conjunto auxiliam de forma eficaz aos seus associados fortalecendo ao movimento cooperativista.


Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

1,52%

2,27%

8,33%

13,64%

74,24%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Os dados da Tabela 11 tem uma grande significância na categoria das concordâncias, especialmente em concordo totalmente no qual 55,30% dos entrevistados responderam, enquanto 19,70% responderam que concordam em partes, logo atrás vem a categoria indiferente no qual 20,45% responderam, enquanto apenas 0,76% discordam totalmente e 3,79 discordam em partes. Podemos analisar que os associados não acham que os investimentos na sociedade tenham algum benefício, indo contra o princípio do interesse pela comunidade. Tendo como correlação a tabela 02 da segunda parte da análise, onde ele responde não ter conhecimento dos princípios.

Foi possível, analisar o grau de entendimento dos associados em relação aos princípios cooperativistas Observando que no mesmo sentido da Tabela 02 apresentado na segunda parte da análise dos dados, os associados responderam que não detém conhecimento sobre os princípios cooperativistas, podemos identificar que nas Tabelas 15, 16, 17 e 21 os associados possuem um  entendimento ao inverso do que diz os princípios cooperativistas tendo correlação com a tabela 02 respondida e apenas nos itens 18, 19 e 20 que os respondentes obtiveram um grau de entendimento similar ao que tange os princípios cooperativistas indo em desacordo com o que a maioria disse não possuir conhecimento aos princípios cooperativistas.

A tabela 12 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação aos valores cooperativista da solidariedade e fraternidade.

 

Tabela 12 - Praticar a ajuda mútua na cooperativa fortalece o conjunto, assegurando o bem-estar dos associados que ali estão, em busca de um objetivo em comum

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

1,51%

0,00%

14,39%

32,58%

51,52%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa

 

Na interpretação dos dados, conforme Tabela 12 a categoria da concordância é elevada, obtendo total predominância. Tendo como destaque a concordância totalmente com 51,52% dos respondentes, seguido por 32,58% concordando em partes, e ainda 14,39% indiferentes. Neste gráfico podemos ver um grau de entendimento dos associados comparável, pois vai ao encontro no valor da solidariedade e fraternidade, no qual a pesquisa se baseou, mas indo em desacordo com o que diz a tabela 03 onde a maioria dos associados responderam não ter o conhecimento sobre os valores cooperativistas.

A Tabela 13 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao valor cooperativista da solidariedade.

 

Tabela 13 - A cooperativa pratica a sustentabilidade, contribuindo para um meio ambiente saudável e para o desenvolvimento econômico e social.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,76%

0,76%

27,27%

40,91%

30,30%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Conforme a tabela 13, verifica-se um grande índice de respondentes na categoria de concordância, mas também um elevado número de respondentes na categoria indiferente com 21,27%, enquanto a “concordo em partes” 40,91%, tendo em sequência 30,30% a “concordo totalmente”, já na parte das discordâncias nas duas faixas temos 0,76% respectivamente de respondentes. Na tabela 12 observa-se o grau de entendimento do associado similar ao que diz o valor da solidariedade, onde busca-se a participação da cooperativa com a comunidade e meio ambiente.

A Tabela 14 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação aos valores cooperativista da liberdade e igualdade.

 

Tabela 14 - O indivíduo no sistema cooperativo tem liberdade de escolhas, tanto no ingresso como na saída, podendo enquanto cooperado, mover-se e manifestar-se de acordo com a sua vontade e consciência, respeitando os limites estabelecidos coletivamente.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,00%

0,76%

3,03%

30,30%

65,91%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Na tabela 14, obteve-se 65,91% dos entrevistados concordaram totalmente, seguido por 31,30 % concordaram em partes, tendo na categoria da concordância a grande maioria dos entrevistados, já nos indiferentes temos 3,03% dos entrevistados, enquanto “discordo em partes” com 0,76%. Verifica-se o entendimento dos associados como pertinente ao que diz os valores da liberdade e igualdade.

A tabela 15 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao valor cooperativista da igualdade.

 

Tabela 15 - A cooperativa quando administrada pelos cooperados, deve mostrar a maior transparência possível. No meio cooperativista, todos têm de ter conhecimento sobre a entidade, sua gestão, seus números e suas regras.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,00%

0,00%

0,75%

22,73%

76,52%

100,00%

 

 

 

 

Fonte: Dados Pesquisa.

 

A tabela 15 traz como destaque a concentração percentual da faixa de concordância total em 76,52%, seguido pela concordância em partes em 22,73%, tendo apenas 0,75% de indiferentes, ficando com 0,00% a categoria da discordância. Neste caso representa uma situação positiva, onde o grau de entendimento do associado vai ao encontro do valor da igualdade.

A tabela 16 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao valor cooperativista da fraternidade.

 

Tabela 16 - Os associados e a cooperativa devem trabalhar em prol de um mesmo objetivo, crescendo e evoluindo juntos.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,00%

0,00%

5,30%

16,67%

78,03%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

A Tabela 16 obteve-se concordância total de 78,03% dos associados, em seguida com 16,67% concordando em parte e 5,30% indiferentes, possuindo uma resposta quanto ao grau de entendimento dos associados semelhante ao que diz o valor da fraternidade, onde associados buscam trabalhar juntos para um mesmo objetivo crescendo e evoluindo em conjunto na cooperativa.

Ao investigar o grau de entendimento dos associados em relação aos valores cooperativistas a análise podemos verificar uma discordância do associado quando ele questionado sobre se possui  conhecimento sobre os valores, onde revelou não possuir este conhecimento, mas ao identificar o grau de entendimento os associados revelaram em todas as tabelas analisadas um entendimento correlacionado ao que diz os valores cooperativistas.

A Tabela 17 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao direito cooperativista de votar e ser votado.

 

Tabela 17 - O voto pode ser considerado um dos elementos mais importante que o associado cooperativo tem, por esse motivo participa de forma intensa das atividades da cooperativa.

 

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,00%

2,27%

4,55%

31,82%

61,36%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Os dados apresentados na tabela 17, deteve 61,36% concordando totalmente, enquanto outro ponto com grande aderência foi concordância em partes com 31,82% dos respondentes. Já os indiferentes tiveram 4,55% dos entrevistados enquanto a categoria da discordância teve apenas a faixa de discordância total com 2,27% dos respondentes. Ao analisar verificamos um grau de entendimento do associado onde o voto é um elemento importante para o associado, indo em concordância ao que diz o direito do voto.

A tabela 18 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao direito cooperativista de propor ao conselho da administração ou a assembleia geral, medidas de interesse da cooperativa.

 

Tabela 18 - Todo associado deve cooperar com a gestão da cooperativa, participando de suas assembleias e colaborando na tomada de decisões.

 

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,00%

3,79%

16,67%

38,64%

40,90%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Os resultados a tabela 18 evidenciam uma concentração extrema de respondentes na categoria de concordância, especialmente na faixa concordância total com 40,91%, logo em seguida com 38,64% concordando em partes, já nos indiferentes temos 16,67% enquanto na faixa de discordo em partes 3,79%. Está extrema de respondentes na categoria de concordância, podemos analisar como positiva, onde o grau de entendimento dos associados ao direito de propor ao conselho da administração ou a assembleia geral, medidas de interesse da cooperativa, além de participar das assembleias é pertinente ao que diz um de seus direitos como associado a cooperativa.

A Tabela 19 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao direito cooperativista de opinar e defender suas ideias na cooperativa.

 

Tabela 19 - O associado tem o direito de participar na gestão da cooperativa, sugerindo, opinando, denunciando falhas, propondo soluções e defendendo suas ideias.


 

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,00%

1,52%

9,09%

31,82%

57,58%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

 

A Tabela 19 traz uma distribuição percentual elevada na categoria das concordâncias, tendo como significativo a concordância totalmente com 57,58% dos respondentes e seguida com 31,82% concordando em partes, enquanto em discordância em partes com 1,52% dos entrevistados e 9,09% de indiferentes. Com esses dados observa-se um entendimento do associado similar ao que diz o direito de opinar e defender suas ideias na cooperativa em que participa.

A Tabela 20 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao direito cooperativista de participar de todas as operações da cooperativa.

 

Tabela 20 - Buscar beneficiar-se das operações e serviços prestados pela cooperativa, onde obtenho mais benefícios e melhores preços.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,00%

0,00%

5,30%

12,12%

82,58%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

A intepretação dos dados da tabela 20, A concordância total é de 82,58% seguida com 12,12% de concordância em partes, tendo 5,30% de indiferentes e a categoria de discordância com 0,00%. Observa- se o grau de entendimento do associado comparável ao direito de participar de todas as operações da cooperativa.

A Tabela 21 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao direito cooperativista de examinar livros e documentos e pedir esclarecimentos aos conselheiros da administração e fiscal.

 

Tabela 21 - O associado deveria ser mais participativo buscando maiores informações das documentações e operações da cooperativa em que participa exigindo dos conselheiros respostas e esclarecimentos se necessário.

.


Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,00%

3,03%

31,82%

19,70%

45,45%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

A Tabela 21 evidencia uma grande concentração de respondentes nas categorias de concordância, onde 45,45% concordam totalmente, 19,70% concordam em partes. Já 3,03% discordam em partes, tendo ainda 31,82% de indiferentes. Podemos analisar o grau de entendimento do associado similar ao direito de examinar livros e documentos e pedir esclarecimentos aos conselheiros da administração e fiscal.

A Tabela 22 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao direito cooperativista de convocar a assembleia caso seja necessário.

 

Tabela 22 - O associado tem o direto de convocar a assembleia, caso necessário, desde que o assunto seja de interesse dos associados.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

2,27%

6,82%

44,70%

10,61%

35,60%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

As estatísticas apresentadas na tabela 22 mostram os resultados de indiferentes com 44,70% dos respondentes. Em seguida detém 35,60% dos associados que concordam totalmente, concordando em partes com 10,61% e na categoria da discordância com pouca significância apresenta um total de 9,09%. Observa-se que o entendimento do associado é indiferente quanto a convocar a assembleia quando necessário, indo contra o direito dos associados de convocar a assembleia caso seja necessário.

A Tabela 23 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao direito cooperativista dos retornos sobre as sobras no final do período.

 

Tabela 23 - Todo e qualquer associado tem o direito de no final do período receber as sobras apuradas pela cooperativa.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,00%

1,51%

1,52%

12,12%

84,85%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

 

Os dados exibidos na Tabela 23 mostram concentração expressiva e quase total dos associados em torno das faixas de concordância, no qual a concordância total representa 84,82% dos respondentes, em seguida com 12,12% concordando em partes e com pouca significância os indiferentes com 1,52% e discordando em partes com 1,51%. Com esses dados podemos analisar um ponto positivo no grau de entendimento dos associados similar ao que diz o direito de retorno sobre as sobras no final do período.

Foi possível averiguar o grau de entendimento dos associados em relação aos direitos cooperativistas onde identificamos uma correlação do grau de conhecimento com o grau de entendimento, podendo destacar que o associado possui um conhecimento dos seus direitos e pode demonstrar nos dados coletados. Apenas na tabela 22 que os associados não possuem o mesmo entendimento ao que diz o direito estabelecido na pesquisa.

A Tabela 24 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação aos deveres cooperativistas de participar do rateio das perdas, se ocorrer no final do período.

 

Tabela 24 - Quando ocorrer perdas, o associado participa do rateio das mesmas.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

6,81%

4,55%

2,27%

38,64%

47,73%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Através da Tabela 24 é possível observar que a maioria dos associados declarou concordância total com 47,73% e concordar em partes com 38,64% dos respondentes. Já os indiferentes ficaram com 2,27% dos entrevistados, discordando totalmente com 6,81% e discordando em partes com 4,55%. Os resultados mostram, o grau de entendimento dos respondentes similar ao que se refere o dever cooperativista de participar do rateio das perdas, se ocorrer no final do período.

A Tabela 25 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação aos deveres cooperativistas de zelar pela imagem da cooperativa.

 

Tabela 25 - Zelar pela imagem da cooperativa constitui-se obrigação do associado.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,76%

3,03%

0,00%

25,00%

71,21%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Os dados apresentados na Tabela 54 evidencia-se uma concentração expressiva de respondentes situados nas faixas de concordância (96,21%), tendo como significativa a concordância total com 71,21% dos respondentes e concordância em partes com 25%, enquanto na categoria da discordância tem se 0,76% para discordo totalmente e 3,03% para discordo em partes. Podemos analisar o entendimento do associado quanto ao dever de zelar pela imagem da cooperativa levada 

em consideração pela maioria dos respondentes indicando um entendimento similar do associado com o seu dever cooperativista.

A Tabela 26 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação aos deveres cooperativista de votar nas eleições das cooperativas.

 

Tabela 26 - Votar na eleição da diretoria da cooperativa é dever de todo o associado.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,00%

0,76%

0,76%

13,64%

84,84%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Os resultados exibidos na tabela 26 é possível observar que “concordar totalmente” contém 84,84% dos respondentes enquanto a segunda parcela com maior representatividade está concentrada na concordância em partes com 13,64% dos respondentes. Já os indiferentes ficaram com 0,76% dos respondentes e discordo em partes com 0,76%. A concordância total representa uma resposta ideal, onde os associados têm um grau de entendimento correlacionado ao dever de votar nas eleições da cooperativa

A tabela 27 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação aos deveres cooperativista de cumprir com os compromissos da cooperativa.

 

Tabela 27 - Cumprir seus compromissos com a cooperativa é dever de todo o associado.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

0,00%

1,52%

0,76%

15,15%

82,57%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Através dos dados exibidos na tabela 27, identifica-se que 82,57% dos respondentes apresentam concordância total, com a segunda maior participação temos “concordo em partes” com 15,15%, tendo ainda 0,76% para indiferentes e 1,52% para discordando em partes. Estes dados podem ser interpretados como um aspecto positivo, visto que o grau de entendimento dos associados é similar ao dever de cumprir com os compromissos da cooperativa.

A Tabela 28 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação aos deveres cooperativistas de operar com a cooperativa.

 

Tabela 28 - O associado da cooperativa deverá realizar suas operações somente com a cooperativa em que está associado.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

41,67%

31,06%

9,85%

9,09%

8,33%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

A tabela 28 verifica-se com 41,67% dos respondentes discordam totalmente, em seguida temos 31,06% discordando em partes. Podemos verificar esta questão como interpretativa, pois na situação econômica brasileira trabalhar somente com uma empresa é muito difícil, pois o associado vai em busca do melhor preço para ele tentar ter alguma sobra de suas vendas.

Com poucas significâncias temos 9,09% dos respondentes que discordam em partes enquanto 8,33% discordam totalmente, possuindo 9,85% que são indiferentes em trabalhar somente com a cooperativa em que está associado.

A tabela 29 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação aos deveres cooperativistas de participar das assembleias gerais.

 

Tabela 29 - As assembleias organizadas na cooperativa são de grande importância, pois decidem o rumo o qual a cooperativa deverá seguir e todos os associados devem acatar a essas decisões.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

1,52%

2,27%

15,15%

37,12%

43,94%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

Os resultados apresentados na Tabela 29 evidencia uma concentração extrema de respondentes nas categorias de concordância, especialmente na faixa de concordância total, que aglomera 43,94% das respostas em seguida com 37,12% concordância em partes. Este desnível pode ser interpretado como um fator positivo, pois, o grau de entendimento do associado com o que diz o dever de participar das assembleias gerais e acatar as decisões das assembleias é similar ao dever dele na cooperativa. Com pouca significância temos 15,15% dos respondentes na categoria indiferente, e na faixa da discordância temos um total de 3,79% dos respondentes.

A Tabela 30 apresenta o grau de entendimento dos associados com relação ao dever cooperativista de pagar suas contas em dia.

 

Tabela 30 - Concordo com o pagamento da quota-parte para ingresso na cooperativa.

Disc. Totalmente

Disc. Em Partes

Indiferente

Conc. Em Partes

Conc. Totalmente

TOTAL

1,52%

4,55%

6,82%

18,94%

68,18%

100,00%

Fonte: Dados Pesquisa.

 

A Tabela 30 evidencia um grande excedente de respondentes na faixa de concordância total com 68,18%, seguido pela concordância em partes em 18,94%. Já em indiferentes temos 6,82% dos respondentes, enquanto na categoria da discordância detém 1,52% para discordância total e 4,55% para discordância em partes. Ao analisarmos o entendimento do associado onde ele concorda o pagamento das cotas na entrada de novos associados, ele vai ao encontro do entendimento do dever cooperativista.

Na outra parte com significância pequena temos 6,82% de indiferente e ainda 4,55% de discordância parcial, 1,52% de discordância total.

Foi possível, avaliar o grau de entendimento dos associados em relação aos deveres cooperativistas, podemos averiguar que apenas na Tabela 28 os associados não tiveram um grau de entendimento comparável com o dever explicito. No restante da análise podemos identificar uma grande comparabilidade no grau de entendimento do associado com os deveres pré-estabelecidos pela pesquisa.

 

5 Conclusão

O presente estudo teve o objetivo de analisar o Grau de entendimento e conhecimento dos associados da cooperativa agropecuária de Irani – COPAGRAI, têm em relação aos valores, princípios, direitos e deveres cooperativistas. Para tal realizou-se uma pesquisa quantitativa, de caráter descritivo com amostra de 132 associados entrevistados buscando a análise dos fatos já expostos acima.

A partir disto, obteve-se uma análise primeiramente do perfil da amostra, no qual foi de uma grande superioridade masculina, com faixa etária entre 36 a 45 anos, sendo a maioria com escolaridade de ensino médio completo.

Já no segundo momento foi possível constatar que o grau de conhecimento dos entrevistados é negativo em propósito aos princípios e valores cooperativistas, enquanto nos direitos e deveres tivemos uma leve vantagem positiva quanto ao conhecimento dos associados. Ainda podemos identificar conforme explicito pelos associados que a cooperativa não busca divulgar os princípios, valores, direitos e deveres.

Em terceiro plano analisou-se que o grau de entendimento dos associados quanto aos princípios cooperativistas, não correspondem totalmente ao que diz o conceito de cada princípio da adesão livre; singularidade do voto; controle democrático; neutralidade; retorno das sobras; educação permanente e cooperação intercooperativa, indo este entendimento dos entrevistados de acordo com o que foi respondido na seção do grau de conhecimento, onde a maioria dos associados responderam não deter conhecimento sobre os princípios cooperativistas precisando de um investimento educacional ao associado da cooperativa, sobre os princípios cooperativistas.

Já nos valores cooperativistas da liberdade; igualdade; solidariedade e fraternidade, podendo identificar uma circunstância diferente, pois no grau de conhecimento, a maioria dos associados respondeu não conter o conhecimento sobre os valores cooperativistas, mas podemos identificar que o grau de entendimento os associados obtiveram um entendimento adequando e similar ao que diz os valores cooperativistas, indo em desacordo com o que eles responderam no grau de conhecimento. Com isso identifica-se que o associado precisa de maior conhecimento pois já tem um entendimento adequando dos valores cooperativistas.

Já na análise do grau de entendimento dos associados quanto aos direitos e deveres cooperativistas identificou-se uma relação com o grau de conhecimento, pois a maioria dos associados responderam, apresentar o conhecimento sobre os direitos e deveres, isso conseguimos interpretar nos dados obtidos quanto ao grau de entendimento, no qual foram similares ao que diz os direitos e deveres cooperativistas em seu conceito.

Para findar a pesquisa pode-se futuramente efetuar um estudo aprofundado da qualidade da informação que poderá ser repassada aos associados dos princípios, valores, direitos e deveres que a cooperativa irá buscar fazer a partir do ano que vem.

Esta pesquisa além de ser um estudo acadêmico, poderá servir de avaliação para a empresa onde foi efetuado o estudo, no sentido de avaliar os pontos essenciais que a cooperativa deverá centrar esforços no sentido de desenvolver os conhecimentos de seus associados em relação as deficiências aqui observadas.

 

Referências

BABBIE, Earl. Métodos de Pesquisa Survey. Trad. Guilherme Cezarino. Belo Horizonte: UFMG, 1999, 519 p.

BARBETA, Pedro Alberto. Estatística aplicada as ciências sociais, 2 ed. Florianópolis: UFSC, 1998. P.19.

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